SILVIO SANTOS
O REI JAMAIS PERDERÁ A MAJESTADE!
O Brasil, de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí, dos pobres e dos ricos, dos famosos aos anônimos, das novas e antigas gerações, aprendeu a assistir, admirar e respeitar o maior apresentador de programa de auditório que o país já teve em toda a história da televisão brasileira desde a sua fundação por Assis Chateaubriand, na década de 50. Seu nome é Silvio Santos, o grande, o único, o inimitável. Depois deste símbolo vivo, e porque não dizer, desta lenda da comunicação, apenas alguns coadjuvantes (mas mesmo assim não menos merecedores) de ontem e de hoje, cada qual com seu estilo próprio, a exemplo dos "madrugueiros" Jô Soares e Serginho Groissmann, Airton e Lolita Rodrigues (Almoço com as Estrelas), Raul Gil, Hebe Camargo, Inezita Barroso, Chacrinha (com suas estonteantes chacretes, o folclórico troféu abacaxi, "terezinhaaa!"), Flávio Cavalcanti (se vivo fosse muitos talentos "bundantes" de hoje não teriam voz (?) e vez porque, certamente, ele quebraria os CDs nas fuças do descompreendido), além dos novatos, digamos assim, Xuxa Meneghel, Faustão (irreverente), Ana Maria Braga (a risada do século), Luciano Huck e Angélica (Vídeo Show).
Durante toda minha infância e adolescência, nas décadas de 70/80 (saudades!), aprendi a não ter mais nada a fazer, nenhum compromisso nas tardes dominicais de minha inesquecível - e sempre presente no coração - terra natal (Camamu), a não ser ficar grudado diante da tv (naquela época em preto e branco), assistindo encantado, fascinado, o Senor Abravanel, travestido de Silvio Santos, apresentar seu longo programa semanal. Digo longo porque - quem é da minha geração sabe disso - começava às 11 hs. e terminava às 20 hs. Ele sózinho, ao vivo, falando durante nove horas. As tardes mágicas e agradávelmente envolventes, não causavam exaustão em ninguém, muito ao contrário: as horas voavam sem dar tempo sequer de piscar o olho. Só queríamos ficar atentos as brincadeiras, os jogos, os concursos, a quadro memoráveis como "Qual é a Música?", "Boa Noite, Cinderela", entre tantos outros apresentados pelo homem-sorriso, impecávelmente vestido e maquiado, microfone preso ao colarinho. (Marca registrada de Silvio). Um dos momentos mais inusitados apresentado por SS durante sua trajetória, foi - eu não me recordo o ano, talvez 85/86 - quando ele apresentava o júri do concurso Miss Brasil e lá estava uma moça (?) de beleza rara, incomparável, que tinha se oferecido para representar o país no concurso miss Universo. Brincadeira ou não do rei do improviso e do escracho elegante, o certo é que se levantou a fenomenal Roberta Close. Muitas mulheres, graças à Deus apenas uma minoria, as quais se acham boa coisa - muitas o são, outras não passam de boa bisca! - só porque têem a identidade feminina entre as pernas, deveriam ter vergonha ao se olhar no espelho e ver-se como realmente são, comparando-se de alto a baixo, de costas e frente, inferiores a certos gays (talentosos, inteligentes, criativos), os quais costumam depreciar, ridicularizar, sem nem imaginar que estão fazendo papéis de idiotas, tolas, palhaças, ao serem enganadas por seus maridos. Este jura "de pé junto" que não gosta da fruta, mas, pelas costas dela, corre ao encontro daquele (o gay) que realmente ama, mas não assume públicamente por conta dos preconceitos familiares e sociais, se fartando de provar o que elas nem imaginam no seu pior pesadelo, na sua pouca desconfiança, traindo-as - não com outras - descaradamente, taxando-as de "mocréia de fachada" na cama do seu parceiro secreto. Mulher quando é verdadeiramente mulher, honra - em postura e compostura - a sua essência natural. Quando não o é, trata-se de um triste, deplorável e ridículo projeto mal acabado de fêmea, esposa enganada e traída, esculhambada (que palavrinha chula!) por seus machos nos ouvidos dos gays. E depois, como se nada tivesse acontecido, eles voltam para a tranquilidade do lar, beijando e abraçando fanfarrões, carinhosos, as idiotas que se deixam iludir. (Sinal dos tempos, século XXI, se é que me entendem!)... Talvez porisso, com receio de humilhar, magoar as mulheres que realmente merecem ser respeitadas, SS não atendeu o pedido de la Close - uma das mais belas "mulheres", quer queiram ou não, que as terras tupiniquins já criou - e deu prosseguimento ao certame de beleza, outro evento de sucesso durante anos na grade de programação do SBT.
O almoço que deveria ser sagrado com toda a família, ficava sempre comprometido por que quase todos faziam seus pratos e deixavam a mesa (às moscas) para arranjar um cantinho diante do único aparelho de tv da casa. Com certeza esta cena deve ter se repetido em milhões de lares brasileiros durante anos. Domingo, naqueles idos - principalmente no interior onde as possibilidades de diversão são mínimas ou inexistentes - era sinônimo de Missa, galinha no almoço (eu conheci há pouco tempo numa cidade próxima aqui da capital uma amiga que prepara a ave de se comer rezando) regada a boa e velha coca-cola de garrafa pequena, lembram-se?, com um delicioso doce caseiro (tio Edmundo é expert neles) feito com frutas da época colhidas no quintal como sobremesa, além do imperdível programa de SS. Ele era (e continuará sendo) o mago do entretenimento, o "don Juan" inatingível que seduzia com o magnetismo do seu sorriso singular e a voz poderosa, sonhadoras moçoilas - e balzaqueanas também - obcecadas por astros da tv e das fotonovelas. A revista AMIGA era o livro de cabeceira delas, as paredes dos quartos e os guarda-roupas verdadeiros porta-retratos gigantescos com as fotografias de SS, Tarcísio Meira, Francisco Cuoco, Tony Ramos (na época sem pneuzinho), os Mários, Gomes e Cardoso (corpos belíssimos, sempre de sunguinha nos posters, lembram-se?), Wagner Montes, Ronnie Von (o rei da beleza), Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Antonio Marcos, etc., embalando seus sonhos mais secretos e voluptuosos. (Como a vida, os tempos mudaram - para pior! - de lá pra cá, já que hoje as moçoilas não são mais moçoilas, são frequentadoras assíduas do crack e dos motéis/matéis da vida). Silvio Santos sempre foi a "porta da esperança" para milhões destas simplórias (daquela época, vejam bem) donzelas e também - porque não? - para famílias de baixo poder aquisitivo que acreditavam, botavam fé, e dinheiro!, no Baú da Felicidade e agora, mais recentemente, na milionário Tele-Sena. E não foram poucos que no decorrer dos anos fizeram seu "pé de meia", tiveram suas vidas mudadas com sorteios, premiações. Comprar o carnê do baú era um dos itens primordiais no orçamento doméstico.
Porisso, por sua competência e carisma, pela magia que exerceu durante toda uma vida dedicada a tv brasileira, é incompreensível, inaceitável e até mesmo revoltante saber-se que o empresário Silvio Santos virou motivo de piadinhas, chacotas - agora que enfrenta um grave problema familiar e financeiro - entre um povo que ele propiciou tardes divertidas, a ter esperanças e transformar os mais variados sonhos em realidade. Piadas de mau-gosto do tipo "Silvio Santos vende ali, lalalalá!..." fazendo alusão, cruelmente, ao refrão que todos nós acostumamos a ouvir no início de seu programa. É triste, lamentável, que o brasileiro - um povo reconhecidamente solidário,generoso - esteja se manifestando desta maneira impiedosa, mesquinha e desumana, regozijando-se com a má sorte de um ícone da simpatia. (Como se más-fases não chegassem pra todos). Porque isso? Pra que? O que se ganha com a desgraça alheia? (Vá-se entender o íntimo, as razões - que a própria razão desconhece - do ser humano). Certamente, Silvio não sucumbirá a esse golpe financeiro, como bom empreendedor e empresário que sempre foi. Assim como alguns de nós, Senor Abravanel foi vítima do amor demasiado, da generosidade em querer ajudar àqueles que estavam mais próximos de si, ou seja, os parentes. Ele foi covardemente traído, teve a carteira roubada pelos que mais amou e ajudou nos momentos difíceis.
A imprensa vem noticiando desde o dia 13 pp. a trágica situação financeira que tomou de assalto - literalmente falando - o Grupo SS. "Até tu, Brutus?" - disse há dois mil anos o imperador de Roma. Frase que deveria ser hoje repetida por Silvio Santos a todos seus (miseráveis!) parentes. Quarenta no total. Inadmissível! Inacreditável! Ser traído por um, dois ou três já é dolorosamente insuportável, imaginem por quarenta ao mesmo tempo. O que é isso? Uma versão moderna e bizarra de Ali-Babá e os Quarenta Ladrões? Neste caso, óbviamente, sem a presença do Ali. Todos conhecem o caráter do apresentador-empresário, o qual criou nos últimos 50 anos um dos maiores impérios empresariais do país. Colocar a parentada em altos cargos de direção foi, talvez, o maior erro de SS.
O único bem que deverá ser poupado será justamente o carro-chefe do grupo SS: o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Ao que consta, Guilherme Stoliar e Leon Abravanel, respectivamente sobrinho e primo de Silvio, não fazem parte da quadrilha, do covil de larápios. Para tranquilidade dele, da esposa Irís e das filhas, as quais, principalmente Patrícia (sequestrada em 2001), são as mais revoltadas com o roubo de R$ 2,5 bilhões. Patrícia, como todos sabem, trabalhava diretamente com Rafael Palladino, presidente do banco PanAmericano.
Silvio Santos, o rei Midas da tv brasileira, não vai se entregar ao desânimo, ao desespero, porque não é de seu feitio se deixar abater. Ele, como o bravo guerreiro que sempre foi desde os tempos de camelô nas ruas da cidade maravilhosa, corajoso e destemido, vai usar o Grupo SS - principal acionista do PanAmericano - para cobrir o prejuízo bilionário causado por esta vergonhosa fraude contábil, renascendo assim das cinzas como a fênix. O dinheiro virá do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), já que o banco PanAmericano vendeu carteiras de créditos para outras instituições financeiras, mas, ilegalmente, continuou contabilizando esses recursos como parte do patrimônio próprio. O pior disto tudo nesta típica novela mexicana (sem comparações óbvias, please!) é que, para conseguir o empréstimo junto ao FGC, Silvio Santos terá de oferecer seus bens como garantia. Daí o SBT ter virado "andor de procissão".
Silvio Santos, o homem-sorriso, deve se encontrar agora na luxuosa mansão do Morumbi ao lado de Irís e das meninas, rindo-se de quem riu dele. E sabe porque? Porque quem "nasceu para rei jamais perde a majestade". Lembrando-se, com certeza, das palavras do papa do colunismo brasileiro, Ibrahim Sued: "os cães ladram e a caravana passa". Ademã.
Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!
SANFERR, 25.11.2010
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