quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PARA FUGIR DOS CENSORES, ELE MENTIU. ARTIMANHA DE GENIO!





CHICO BUARQUE
Ou, simplesmente, "Julinho da Adelaide", o outro?


     Talento, cultura e, na contramão, mesmice, mediocridade, falta de valor. Eis a questão. A humanidade - desde os primórdios quando parecia que caminhava, pois agora, num enlouquecido retrocesso, tem-se a impressão que ela está "capengando" - vive nos dois lados do muro, sem a menor possibilidade de algum ser-humano, seja ele quem for, ficar em cima dele. Ou se está no lado do talento e cultura ou, infelizmente, da mediocridade, arrastando-se nos passos trôpegos da mesmice, do "viver por viver", no "deixa a vida me levar", no "maria vai com as outras". Trocando em miúdos, acordar, levantar, cumprir seu karma num ofício que não lhe tráz benefícios, muito menos satisfações (a não ser uns poucos caraminguás) e no outro dia recomeçar novamente. Dia após dia, semana após semana, ano após ano, sem nada de novo no "front". Estes são, como diz o apresentador Faustão, os "normais". Já os que escolhem estar no outro lado do muro (reconhecimento profissional e social, sucesso), decidem ousar, arriscar, apostar em novos horizontes, porque acreditam em si mesmo, no seu potencial e competência - independentemente das críticas e opiniões desestimulantes dos invejosos - sobressaindo-se no que fazem, tornando-se uma notoriedade, uma personalidade. Isto porque tem algo a dizer (os intelectuais), a mostrar (os efêmeros talentos (?) "bundantes") ou fazer (artistas, criadores e cientistas).
     Este rosto sensual e enigmáticamente iluminado, sorridente, estampado na fotografia que ilustra o artigo de hoje poderia não ter o direito de estar aí SE tivesse seguido o caminho "normal" dos jovens na fase da escolha do seu futuro social, financeiro e político, SE preferisse continuar paquerando as colegas de turma da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em São Paulo. Provávelmente teria casado (como o fez com a atriz Marieta Severo), teria filhos (como os teve), trabalharia na área e viveria uma vida insípida, igualzinha a milhões de brasileiros SE - e, graças à Deus, tem sempre o SE - a irmã, a cantora Miúcha, não tivesse lhe ensinado a tocar violão, SE o pai e a mãe, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda e dona Maria Amélia, não recebessem em casa artistas como o poeta Vinícius de Moraes, seu futuro parceiro em memoráveis criações poéticas-musicais. Seu nome hoje poderia não ser conhecido, sinônimo de um dos maiores compositores da MPB, brilhando tão intensamente quanto seus colegas Tom Jobim, Miltom Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, João Gilberto (que foi seu cunhado), etc. e tal.
     Seu nome é Chico Buarque de Hollanda. Um mito. Uma lenda viva na história recente das artes tupiniquins. Ou, por acaso, não seria "Julinho da Adelaide"? Este pseudônimo foi criado por ele para driblar a censura e compôr três canções. Mas, não demorou muito, a mentira foi descoberta e ele desmascarado. Apartir de então começou a exigir-se carteira de identidade para o registro das obras. Um mito não se fáz somente com talento. Tem de ter um "tempero" todo especial, umas estorinhas plantadas (marketing) inteligentemente aqui e acolá para "atiçar" a curiosidade alheia, o "diz que diz" popular. Sem essas, digamos, mentirinhas, muitos hoje não seriam quem são. Quando um anônimo, "zé mané" cria, inventa, ele é mentiroso; mas quando é um "fulano de tal", renomado, ele é gênio... (?) ... Chico poderia - se fosse escolher pelo lado errado do muro, dos "normais", dos anônimos - ser apenas mais um "mentiroso", principalmente quando, ao se apaixonar por uma moça e querer conquistá-la, fingiu ter sido vitíma de um acidente automobilístico. Chegou, pasmem!, ao cúmulo de comprar gaze, esparadrapo e mercúrio cromo para dar credibilidade a sua encenação. E, desta vez, como teria dito Odorico Paraguassú se o tivesse conhecido, não houve "desmascaramento" e a jovem donzela caiu na sua estória teatralmente concebida.
     Ele foi criado num excelente ambiente familiar onde a mediocridade e a vulgarida dos dias atuais (certas músicas, danças, palavrões e vestuário) não tinha espaço e o acesso as suas salas dava-se apenas a amigos de reconhecido valor artístico, cultural e intelectual. Pessoas que não tinham o que dizer, não tinham vez. Não foi à toa que Miúcha se casou com - o sempre introspectivo, inacessível e inatingível rei da bossa nova, mas competentíssimo - João Gilberto. Só que mesmo naquele clima onde se respirava arte do alpendre à cozinha, Chico parecia não estar nem aí, não tinha noção da oportunidade que o Todo-Poderoso lhe deu ao nascer num ambiente tão nobre. Nobre de intelectualidade, bom gosto e elegância. O guapo rapaz só queria saber de namorar, "azarar" as moçoilas encantadas com o brilho e magnetismo daquele olhar hipnotizador. A música para ele era apenas uma brincadeira exercida no porão do diretório acadêmico, no qual, juntamente com Toquinho, criava versões bem humoradas para canções famosas, de preferência achincalhando o presidente Castelo Branco ou fazendo gozação com o pessoal da jovem guarda. Somente em 1964, quando se apresentou no programa Primeira Audição, na TV Record, deu-se conta do valor que o destino colocou em suas mãos. (Antes tarde do que nunca!). No ano seguinte, lançou o disco "Pedro Pedreiro", uma canção com 60 versos (nossa!) na qual o personagem aguardava a chegada de um trem. (E que trem demorado pra chegar!). Em 1966, "A Banda" estourou no Festival da Canção, também na Record e, três anos depois, perseguido, Chico embarcou num avião para se exilar na França e Itália até março de 1970, quando, já de volta ao Brasil, tornou-se um dos compositores mais censurados pelo regime militar. "Apezar de Você", um samba, virou hino da oposição à ditadura. Mas nem tudo foi revolta e crítica no seu currículo. Houve momentos de extrema poesia e feminilidade, como em "Olhos nos Olhos" e "Folhetim". Músicas tão bem interpretadas por grandes vozes. (Isto não é uma história de vida, é uma sinopse de novela!).
     O Brasil e, especialmente, a MPB não poderia perder um criador (e criatura excepcional que é), um artista de primeiríssima grandeza, para os escritórios de arquitetura. (Não que lá também não tenha "gênios", claro!). Hoje ele não teria o brilho dos holofotes, os quais só se acendem para quem tem o que dizer, neste caso específico, cantar, cantar e cantar. Para quem, bem ou mal, "mora" na boca (maldita ou bendita) do povo, o qual vive - e foi feito (senão não seria povo) - para falar da vida, das mentiras e verdades, daqueles que, realmente, tem valor, importância. Do contrário, não criticariam, inventariam, caluniariam.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                                   SANFERR. 27.01.2011







CONTATOS:
e-mail: rsanferr@hotmail.com
           rsanferr@globomail.com
fone(71) 8265.9332
home-pageHTTP://SANFERRPRESS.BLOGSPOT.COM
novo blog:   HTTP://SANFERRARTSCRIPT.BLOGSPOT.COM
                                                           DOAÇÃO PARA O BLOG
BANCOCAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF)
AGÊNCIA: 1416 - Relógio de São Pedro (Salvador - Bahia)
CONTA POUPANÇA: 01300099159-3



 P     A     T     R     O     C     Í     N     I     O 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

UM SONHADOR A SERVIÇO DA COMUNICAÇÃO





de SANFERRPRESS para todos os leitores:

     Atendendo a sugestões de especialistas e profissionais do ramo, apartir de hoje os artigos serão menos prolixos. Grato!













   


                                          DR. ROBERTO MARINHO,
                   O Brasil, social e culturalmente, deve muito a este homem.


     Ser colunista, escrever artigos sobre personalidades, é uma ocupação prazerosa e gratificante, pois - quando não vamos beber direto na fonte, ou seja, entrevistar a pessoa - temos um árduo, mas agradável trabalho de pesquizas para buscar informações sobre datas, fatos, familiares e amigos, enfim, a trajetória do retratado. Somente depois, com todos os dados em mãos, é que escrevemos o texto, formatando-o ao nosso estilo. Sendo assim, desde que lancei esta página aqui na internet, desejava ardentemente escrever sobre a vida de um dos maiores empresários (e comunicador) da recente história do Brasil: dr. Roberto Marinho, o eterno cacique das Organizações Globo, falecido em 2003. Algumas vezes, quando morei ou ia à cidade do Rio de Janeiro, tive a oportunidade de vê-lo de perto na chegada dele ao prédio da sede da TV Globo, na rua Lopes Quintas, no bairro do Jardim Botânico, à bordo da imponente mercedes. Baixinho, simpático e sempre sorridente (exatamente como na fotografia acima), dr. Roberto foi o maior empreendedor do ramo das comunicações, tornando-se - ao longo dos anos e por sua capacidade, criatividade - o líder de uma extensa lista, na qual figuram nomes como Sílvio Santos, Adolpho Bloch, Victor Civita, Assis Chateaubriand (que trouxe a televisão para o Brasil), Júlio Mesquita, Samuel Wainer, Roquette Pinto, Barbosa Lima Sobrinho, Carlos Lacerda, Barão de Itararé, David Nasser, dentre inúmeros outros.
     Nascido a 03 de dezembro de 1904, filho mais velho de dona Francisca e seu Irineu, respectivamente de origens italiana e portuguesa, Roberto dividia o alegre, religioso e intelectual ambiente familiar com outros quatro irmãos, entre os quais Heloísa e Ricardo. Seu começo no mundo dos negócios não foi, diferentemente do que pensam por aí, dos mais fáceis: ao contrário, aconteceu de uma maneira inusitada, trágica para um jovem de 20 anos, quando na fatídica manhã de agosto de 1925, após uma noitada com amigos, ele acordou com os gritos desesperados de dona Francisca. Seu Irineu estava morto na banheira. Naquele instante - apezar de, oficialmente, só ter assumido o controle seis anos depois, em 1931 - Roberto herdava, sem aviso prévio, a herança deixada pelo pai: o jornal O Globo (fundado 25 dias antes) e muitas dívidas, com os credores pressionando, batendo incansávelmente à sua porta. Hoje, décadas depois e com o empresário visionário descansando em paz num mausoléu do cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, zona sul carioca, o conglomerado de empresas fundadas por ele tem um faturamento anual de US$ 6 bilhões, incluindo a Rede Globo, a maior cadeia de emissoras de televisão da América Latina e uma das cinco primeiras do mundo. Porisso, pela grandiosidade e importância de sua obra, dr. Roberto teve um relevante papel na história política brasileira da metade do século XX, sendo responsável, inclusive, por importantes decisões presidenciais e a escolha de vários ministros, principalmente na área econômica. Não foi à toa que o ex-presidente José Sarney (1985), hoje presidente do Senado, implorou ao amigo que o ajudasse a escolher um ministro da Fazenda. Para atender o pedido tão formal de um parceiro (informal!) de longas datas - dr. Roberto era também muito amigo, consideravam-se irmãos, do inesquecível ACM - o empresário voou para Brasília e ajudou Sarney a escolher o economista Maílson da Nóbrega. Depois da reunião, o presidente recém-eleito em substituição (como vice que era) de Tancredo Neves, falecido em decorrência de um problema de saúde, ainda tinha um pedido a fazer: "Dê a notícia no Jornal Nacional". E assim foi feito, óbviamente, já que não era apenas o presidente da República que pedia. Era o amigo pessoal. Mesmo assim, modestamente, dr. Roberto não se cansava de repetir: "Não me acho o homem mais influente do país. Sei que exerço influência e o faço sempre com vistas ao bem do Brasil".
     Estórias como essa, e outras, mas que ilustram muito bem o caráter determinado - e muitas vezes audacioso, mal compreendido, explosivo - do homem-poder. Deposto pela Revolução de 1930, o presidente Washington Luís esteve preso no Forte de Copacabana. No cárcere, um jovem que prestava serviço miitar o vigiava e se identificou como repórter, mesmo sem a intenção de entrevistá-lo. Só que quando um fotógrafo do jornal O Globo se aproximou do ex-presidente e o capitão barrou sua passagem, dr. Roberto interrompeu o gesto do superior, ajudando o fotógrafo, o qual conseguiu seu objetivo e fotografou o ilustre "hóspede" da cadeia. Conta-se também que, na época do Estado Novo, um censor vetou o editorial do jornal. Revoltado, dr. Roberto lhe desferiu duas sonoras bofetadas e depois, tranquilamente, como se nada tivesse acontecido, foi jogar sinuca no boteco ao lado da redação. Em outra ocasião, o ano era 1965, nas transmissões experimentais para corrigir eventuais falhas na estréia da TV Globo, dr. Roberto descobriu que um diretor registrou em seu próprio nome a maioria dos programas da grade de 14 horas da emissora. (Uma ousadia, já que o normal, nas outras emissoras já existentes, era seis horas diárias). Roberto Marinho pegou o telefone e ordenou: "Avisem ao pusilânime que acabo de demitir ele e não pretendo ter o desprazer de encontrá-lo. Caso esteja aí (na emissora) quando eu chegar, antes de dizer bom dia chamarei a polícia". E assim, após vários contratempos, no dia 24 de abril daquele ano, a TV Globo entrou no ar em caráter experimental para apenas três espectadores: o governador Carlos Lacerda, o Cardeal Jaime de Barros Câmara e o próprio, claro!, dr. Roberto. Somente no dia 26, ao som da canção Moon river, a TV Globo entrou definitivamente no ar, tornando-se, pouco a pouco, ano após ano, na gigante que é hoje em dia, a "Vênus Platinada".
     Roberto, o Marinho, também era adepto dos esportes, principalmente a pesca submarina, o boxe e o hipismo. Este último até os 89 anos, quando caiu e quebrou onze costelas. Romântico, sedutor e charmoso, atraiu para si a atenção - e os amores - de várias mulheres, podendo ser chamado do verdadeiro "bem amado". A mais famosa delas, d. Lilly de Carvalho Marinho (falecida há poucos dias), 16 anos mais jovem, miss França em 1938, demorou cinquenta anos para reencontrar aquele que seria seu grande companheiro até o final da vida. Pai de João, José e Roberto Irineu, o dono do "plim-plim" teve uma vida agitada, previlegiada, com altos e baixos, naturalmente, mas, principalmente, bom gosto. Possuiu em seu poder (e os herdeiros cuidam até hoje) um acervo de 700 obras de arte e a coleção inigualável de flamingos, dos quais dois foram presenteados por Fidel Castro. Como se não bastasse, ele criou aqui no Brasil o dia dos Pais, o Father's Day comemoroado em julho nos EUA até hoje. Em 1953, com o intuito de aumentar o faturamento publicitário do jornal com os anúncios do comércio, dr. Roberto escolheu o dia 16 de agosto, mas somente em 1954 achou-se por bem fixar a data comemorativa no segundo domingo de agosto.
     A vida produz muitos, milhões de seres-humanos, mas pouquissimos homens. Homens que não são homens simplesmente pelo sexo determinante, mas sim pela capacidade, pela forma corajosa e audaciosa com que transformam as adversidades da vida em possibilidades para lutar por um futuro melhor. Diz um sábio ditado popular que "nada como um dia após o outro". A estória de vida do dr. Roberto Marinho, depois daquela triste manhã da morte de seu Irineu e as dificuldades que teve de enfrentar, as críticas, os comentários desestimulantes, prova que, realmente, "ri melhor quem ri por último".
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                                     SANFERR, 20.01.2011

de SANFERRPRESS

  
                                         NOTA DE ESCLARECIMENTO
                                                                             
     Estava decidido a permanecer calado, não dar vazão para maiores comentários aqui em minha coluna semanal, só que, orientado por meu querido amigo Marco Antonio (Toninho), de São Paulo, resolvi falar, esclarecer o equívoco provocado por alguns trechos publicados no artigo sobre a cantora Maria Betânia. Até ainda há pouco eu estava reticente, indeciso, mas Toninho, por telefone, conseguiu me convencer.
     Em nenhum momento quis desmerecer - perdoe-me a expressão chula, deselegante, imcompatível ao nível da coluna, "esculhambar" - certos grupos e bandas musicais, principalmente cantores aqui da Bahia. Não seria ético, coerente e correto da minha parte, como colunista e formador de opinião, usar uma mídia poderosa como a internet para "detonar" meus conterrâneos. Mesmo se não o fossem. O que eu quis dizer naquele polêmico artigo, foi que alguns cantores baianos devem usar o imenso talento que possuem para aprimorar seu repertório, suas atuações musicais nos palcos e cds. Mesmo não sendo um fã ardoroso, de carteirinha - já que não fáz meu estilo - do arrocha, axé e pagode (a não ser o original, carioca da gema), eu respeito a opinião, o gosto de cada um. E como poderia ser diferente numa capital, num Estado, no qual, aonde quer que se vá, escuta-se esse tipo de música?
     O back-vocal de uma famosa banda aqui na Bahia, o qual se apresentou com o pitoresco pseudônimo de "Bacolejo" aqui na coluna, já entrou em contato comigo, conversamos e, graças à Deus, tudo foi esclarecido. Eu respeito o trabalho dele e ele, por sua vez, entendeu o meu ponto de vista. Estamos, como ele mesmo disse, depois de mei hora de bate-papo, "de boa". Até me convidou para ir num dos shows dele, conhecê-lo pessoalmente. Talvez, quem sabe? Parece que uma nova amizade está se formando.
     Peço desculpas se ofendi, involuntáriamente, os artistas que escolheram o arrocha, axé e pagode para mostrar ao mundo toda sua musicalidade. O universo artístico-musical não tem fronteiras e há espaço para todos os gêneros. E gostos.
     Deus abençõe e proteja à todos.

                                                                                                                                                                                                                             SANFERR


CONTATOS:
e-mail: rsanferr@hotmail.com
           rsanferr@globomail.com
fone(71) 8265.9332
home-pageHTTP://SANFERRPRESS.BLOGSPOT.COM
novo blog:   HTTP://SANFERRARTSCRIPT.BLOGSPOT.COM
                                                           DOAÇÃO PARA O BLOG
BANCOCAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF)
AGÊNCIA: 1416 - Relógio de São Pedro (Salvador - Bahia)
CONTA POUPANÇA: 01300099159-3



                                                  P     A     T     R     O     C     Í     N     I     O 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

COMO A INTERNET FABRICA UM NOVO RICO!!














                                                  FELIPE NETO,
                  Muito bem pago (em dólares!) para comentar na internet.

     O rosto que ilustra o artigo desta semana não é - ainda - famoso, não está nas capas das revistas e manchetes escandalosas dos jornais, da imprensa marrom, não é personagem obrigatório nos programas de variedades e notícias bombásticas do dia nos telejornais, nunca foi um BBB (Big Brother Brasil), não matou a ex-namorada ou pai e mãe para "merecer" (?) horas e horas de matérias na tv, não posou nú exibindo suas grandes ou quase nenhuma qualidades, não joga futebol, vôlei ou basquete, não é (graças à Deus) cantor de axé, arrocha ou pagode, não é um oportunista político de ocasião recém-saído do ostracismo para os famosos corredores e gabinetes do Congresso Nacional, mas, felizmente é - e deverá continuar sendo por muito tempo - um dos raríssimos casos de criadores que fazem sucesso na internet. Um sucesso conseguido à duras penas, com sangue, suor e lágrimas, na maioria das vezes.
     Felipe Neto, sem sombra de dúvidas, é o nome, O CARA, exemplo para milhares de pessoas, as quais, buscando seu "lugar ao sol", uma chance de melhorar de vida, sonham com a tela do computador como trampolim, passaporte para o sucesso pessoal e financeiro. 22 anos, ator de peças de teatro nos palcos do Rio de Janeiro, bonito, charmoso e educado, este jovem com um futuro promissor diante de si está vivendo um dos melhores momentos de sua curta existência, "se dando bem" - e bota bem nisso! - como dizem por aí a plebe ao referir-se à alguém que conseguiu notoriedade e, consequentemente, dinheiro. Os 23 vídeos produzidos, estrelados e divulgados na rede social YouTube por ele são responsáveis por estarem tirando o rapaz do anonimato, colocando-o no exclusivíssimo clube dos superstars da net. (Uma mídia que tem nos proporcionado bons e péssimos momentos, diga-se de passagem). O bordão criado por ele - "não fáz sentido!" - conseguiu atrair a atenção dos responsáveis pelo YouTube que acharam pertinente a forma com que Felipe critica tudo e todos, da cultura pop aos políticos, sem dar nome aos bois, óbviamente, já que Neto não seria louco de ser processado e gastar o que está ganhando (e economizando) com indenizações. Aliás, falando em money, bufunfa, caraminguás, o ganho mensal do guapo rapaz não fica por menos dos cinco mil dólares, pagos pelo Google para ele colocar no ar seus comentários audaciosos e polêmicos. E Felipe não é o único felizardo neste seleto rol de donos de sites, blogs e afins, que - depois de um início naturalmente difícil até conseguir se firmar, chamar a atenção dos internautas para seu trabalho - estão com a conta bancária razoávelmente recheada. PC Siqueira, ilustrador paulista, 24 anos, recebe três mil dólares para fazer um personagem no melhor estilo nerd. Ele produz os vídeos no quarto de sua casa com a "participação especial" de uma coadjuvante (de grande talento) que atende pelo pitoresco nome de Lola e não é nada menos do que sua buldogue-francesa. Sem falar nos vinte mil reais que recebeu para figurar num comercial da internet fazendo o papel de um boxeador esdrúxulo. Estes dois são os mais famosos dentre vários outros que já tem algum tempo na estrada, ou, melhor dizendo, os dedos no mouse do computador para publicar na internet textos e vídeos. (Relevantes ou não!). O Google, ao que parece, como proprietário do YouTube, está a cada dia que passa de olho no crescimento, na ascensão destes novos "nomes" que povoam o universo - cultural ou não - da internet. E se o cara tiver a possibilidade de "bombar" futuramente, o Google, mais cedo ou mais tarde, apresentará uma excelente proposta. Não é fácil, mas também não é impossível se houver talento e criatividade. Se as grandes (?) - hoje em dia é duvidoso dizer se são, realmente, grandes - mídias, a exemplo das emissoras de televisão, jornais e revistas, não dão oportunidade (a quem merece) por falta de QI - quem indicou - a internet é a saída, a "porta da esperança" para qualquer um se tornar conhecido, ter seu talento valorizado, pago à peso de ouro, ser um formador de opinião. Não são raros os que abandonaram seus trabalhos e vivem, de certo modo, de "pernas pra cima", com os lucros dos sites, blogs. Óbviamente, reitero, apresentando suas credenciais como criativo e talentoso, coerente com o que fáz ou diz. O Google sabe "peneirar", separar "o joio do trigo", "o alho dos bugalhos" e preparopu muito bem seus olheiros para tal função. "É um incentivo da empresa para os criadores (de conteúdo) produzirem mais e melhor",  disse o diretor de novos negócios do Google no Brasil, Rodrigo Velloso.
     Os recursos não são poucos e estão aí acessíveis à todos, com ou sem talento; o tempo, senhor absoluto de toda sabedoria (e paciência para aturar as produções sem qualidade, valor artístico-cultural) é quem decidirá quem ficará ou não no Olimpo da internet. E aqui não tem doutores, diplomas, mas sim criatividade, competência. Recursos como sites, blogs, twitter, facebook, orkut e o já tão comentado aqui YouTube. O twitter, por exemplo, nasceu em 2006 como ferramenta para facilitar a troca de mensagens de trabalho via celular. Sua vida foi modesta até meados de 2007, quando, num festival de música americana, aconteceu o boom, a explosão global. Nesta ocasião o número de posts (diários) subiu de 20 para 60 mil, segundo o Trending Topics, medidor do próprio twitter. Seus criadores, tendo à frente o inteligentíssimo programador Biz Stone, começaram a gargalhar, fazer planos para o futuro, com a grana pingando igual a torneira quebrada em suas contas. Hoje, quase quatro anos depois da brilhante idéia, seus sonhos estão se tornando realidade e são, senão ainda milionários, bem sucedidos financeiramente. E a trajetória deles não foi fácil, não nasceu à toa, do nada. Biz, como todos os outros, não teve tanto trabalho, paciência, neurônios queimados, para viver, meteóricamente, apenas quinze minutos de fama e, logo a seguir, desaparecer tão misteriosamente como surgiu. Biz Stone, Felipe Neto, PC Siqueira, lutaram bravamente para se fazer notar, crescer no uniiverso virtual, tornando-se referência para quem deseja chegar a algum lugar usando para isto o talento nato dado por Deus.
     Mas, por outro lado - e vemos isto em 98,8% dos casos - a internet é usada também por pessoas sem o menor compromisso com o artístico, intelectual e cultural, o que já render até um livro "O Culto do Amador", de Andrew Keen, onde ele questiona o dom da rede ampliar, de maneira drástica, o amadorismo, a mediocridade; se bem que o famoso (?) amadorismo na internet tem curta existência, pois alguns tornam-se profissionais vivendo exclusivamente do bom  - e mau uso - da rede. Solitários tornam-se repentinamente "amigos" de milhões de pessoas, através do orkut, do facebook, a rede social com mais de 400 milhões de pessoas. Aqui no Brasil, o facebook, com 10,7 milhões de visitantes ao mês, perde apenas para o popularíssimo orkut, com 26,9 milhões. (Aliás, é nos orkuts que vemos as piores m... em termos de textos, conversações e apresentações!). Um caso clássico da importância das redes sociais aconteceu nas eleições americanas de 2008, quando o candidato democrata Barack Obama usou o twitter para mobilizar a militância, conseguir doações (dinheiro) e se eleger presidente do maior (em poder) país do mundo. Segundo a Society for New Communications Research, grande parte das 500 maiores empresas listadas na revista Fortune, acessa o twitter com frequência. A arte de se comunicar usando até 140 caracteres tornou-se modismo em todo o mundo. Atualmente existem cerca de 105 milhões de usuários do twitter no mundo, com 65 milhões de mensagens movimentando a rede. O twitter, certamente, tornou-se o diário do século XXI e o orkut o álbum de fotografias. A velha dupla (velha mesmo!) caderno X caneta foi substituída pelo teclado do computador e o que antes demorava anos, décadas, até que algum curioso tivesse acesso ao texto romântico de "moçoilas apaixonadas", hoje é desvendado em questão de segundos com o simples manuseio do mouse. Naturalmente, a tecnologia ganhou terreno - e como! - para o romantismo, o lirismo e, principalmente, a gramática e bem cuidadas caligrafias, já que na era do computador, o que menos importa é o correto, o português. Poderia-se até dizer (sem medo de errar!) que o crime cometido contra a língua portuguesa nos dias atuais tem um culpado: o computador e os ignorantes, analfabetos e incompetentes que tem acesso a ele e fazem do mesmo (perdoe-me a expressão chula) pinico para vomitar suas incongruências, ridicularidades... (?)...
     Ao longo dos anos, em todo o mundo, donos de sites e blogs tem conseguido formar grandes fortunas através das famosas contribuições, doações e patrocínios. Do mais simples e humilde leitor que ajuda com o pouco que possui, a empresários que depositam quantias vultosas nas contas dos sites e blogs, por se identificar, simpatizar com o trabalho apresentado na internet, quem tiver a sorte de - com talento - perpetuar-se na rede, lógicamente um dia chegará ao topo dos new riches. É apenas uma questão de persistência, trabalho e determinação, do famoso "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". O Brasil, a exemplo da Europa, Estados Unidos e países asiáticos, está aprendendo aos poucos que "é dando que se recebe". Neste caso específico, dando (doações) e recebendo (cultura, informação). Mas, não se enganem os menos talentosos. Quem acessa a internet, quer e pode fazer doações, são pessoas que sabem valorizar o trabalho de quem tem, realmente, o que mostrar, dizer. Não é simplesmente postar, publicar textos e vídeos - se os mesmos não tiverem algo a dizer, não tiver valor, forem medíocres - que fáz-se sucesso, fica-se rico. Apesar de, aparentemente, "inculta", um tanto quanto burra, a internet é, paradoxalmente, exigente, esperta. Se não o fosse, não teríamos mais pobres, porque o que tem de internautas (sem nada de relevante a izer, mostrar, propôr) grudados na tela do computador 24 hs. por dia...
     A internet veio para ficar, sem a menor possibilidade de um retrocesso tecnológico. Assim como o avião, o telefone, a penicilina, a anestesia, os transplantes e a televisão, é uma das sete maiores invenções do homem. Dos reis e rainhas (Elisabete II, da Inglaterra, acabou de lançar no ano passado seu blog), aos plebeus, todos hoje querem estar plugados, conectados. Queira Deus -e, certamente, isto não acontecerá - futuramente ela não seja usada contra seu próprio criador (o homem) como aconteceu com a bomba atômica.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                                       SANFERR, 13.01.2011


de SANFERRPRESS para todos os leitores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro:

     Amigos, neste momento terrível, de angústia, dor e desespero, não temos palavras para dizer o que sentimos na nossa alma tão profundamente machucada com o sofrimento de vocês. A única palavra que me vem à mente é a, certamente, mais importante e reconfortante de todas: DEUS. Não existe outra. Todos nós enfrentamos em determinados momentos da vida adversidades, problemas temerosos, aparentemente sem consolo, solução; mas Êle, o nosso DEUS, é o único capaz de nos consolar, dar forças. Se é que serve de consolo - só o tempo, senhor absoluto de toda sabedoria, o dará - pensem que os entes queridos que partiram, tiveram suas vidas ceifadas pelas enxurradas, estão num lugar bem melhor do que nós: a casa do Pai. E esta, acreditem, jamais cairá, desabará com a força da mãe natureza.
    Confiem na Santíssima Trindade e, depois d'Ela, na intercessão da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria.
    As lágrimas acabarão. A lembrança e a saudade jamais.
    Deus proteja e abençoe todos vocês.

                                 SANFERR, 06.01.2011

CONTATOS:
e-mail: rsanferr@hotmail.com
           rsanferr@globomail.com
fone(71) 8265.9332
home-pageHTTP://SANFERRPRESS.BLOGSPOT.COM
novo blog:   HTTP://SANFERRARTSCRIPT.BLOGSPOT.COM
                                                           DOAÇÃO PARA O BLOG
BANCOCAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF)
AGÊNCIA: 1416 - Relógio de São Pedro (Salvador - Bahia)
CONTA POUPANÇA: 01300099159-3



                                                  P     A     T     R     O     C     Í     N     I     O 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

À MESTRA, COM CARINHO!


ACESSOS
BALANCETE     MENSAL
(MÊS 03 - PERÍODO)
01.12.2010       A       01.01.2011
home-page:
HTTP://SANFERRPRESS.BLOGSPOT.COM
(75.402)
(NÚMERO OFICIAL ACESSOS AO BLOG)
PARABÉNS, SANFERRPRESS!




  
   
                                                     GLÓRIA PIRES
                                          À MESTRA, COM CARINHO!
                              (OUTRA AUTODIDATA QUE É PHD NO QUE FÁZ).


       Era o último dia do mês de agosto do ano passado e eu, mesmo cansado, extenuado por ter chegado naquela mesma manhã de uma viagem que foi a realização de um antigo sonho, fui mais um no grupo das centenas de fãs que, eufóricos, tomou o caminho da livraria Saraiva, no Salvador Shopping, para saudar (admirar, idolatrar, salve, salve, amém!) uma das maiores atrizes do cinema e da televisão brasileira. What is your name? Miss Pires. Glória - das glórias! - Pires. Se esta morena típicamente brasileira com um pé (ou os dois, a bem da verdade) na descendência indígena tupiniquim tivesse nascido na terra do tio Sam, da big aplle, da miss Liberty, seria chamada assim. Naquele inesquecível finalzinho de uma tarde de terça-feira agradávelmente efervescente e ruidosa nos meios culturais, artísticos e sociais soteropolitanos, uma verdadeira multidão de fãs, admiradores e curiosos se espremia na entrada da livraria, mas não se ouviu uma queixa sequer. Afinal de contas, era uma rara oportunidade de estar próximo, ver de perto e se deixar fotografar ao lado de uma deusa, um ícone, uma lenda viva das novelas globais, durante o lançamento de sua biografia "40 anos de Glória". Além de adquirir a preciosidade em forma de um livro muitíssimo bem escrito, com fotografias mostrando a trajetória da estrela, todos tivemos a chance de constatar que Glória foi, é e, certamente, deverá continuar sendo unanimidade por intelectualizados e desinformados, culturalmente falando, de todas as classes sociais. Anônimos (como eu) e famosos como a promoter baiana (mas sergipana de origem) Lícia Fábio, Luiza Ramos, filha do escritor Graciliano Ramos, Auta Rosa (viúva do artista plástico Calasans Neto), o diretor do balé folclórico Vavá Botelho, além de socialites, colunistas e jornalistas, artistas e o povão em geral, aglomerou-se por mais de duas horas na fila aguardando a vez de estar próximo da diva e receber uma dedicatória. Uma noite impecável, charmosa - que, certamente, ficará na história dos lançamentos na terra do Senhor do Bonfim - mas, ao mesmo tempo, intimista, quase familiar. Era como se todos nós ali presentes fossemos velhos conhecidos, pois um falava com o outro - independentemente de fama, posição social (fiz excelentes contatos, boas amizades, que de bobo não tenho nada!) - sobre novelas, miniséries, especiais e até - pasmem a new generation! - a música que Glorinha (nossa, já tô íntimo!) lançou bem lá atrás, nos idos da década de 80. Miss Pires era, realmente, o assunto, a estrela de uma noite, na qual nenhuma outra brilhou mais intensamente no firmamento do que ela. Linda, atenciosa, simplérrima, tratava a todos como se àquela pessoa privasse de sua intimidade há nos, fosse habitué em telefonemas e tivesse acesso a sua casa. Valeu a pena tanto sacrifício, já que, além da excelente qualidade técnica e artística do livro, fomos brindados com a companhia de uma atriz de primeiríssima grandeza, a qual, ao contrário de outras "celebridades" (?) instantâneas (e sem nenhum valor, diga-se de passagem), demonstrou uma simplicidade, uma humildade edificante.
     Glória Pires deveria ser exemplo para tais celebridades, que além de não ter valor, são medíocres, insignificantes e se valem - por ter um rosto bonito, corpo idem e o talento (?) "abundante" numa parte inferior do corpo, muito abaixo de onde normalmente se localizam os neurônios (se é que me entendem!) - da ingenuidade e, quiçá, pouca informação cultural do povão para cantar e interpretar. O único talento que, realmente, chama a atenção - do público e não da crítica - nestas celebridades de ponta de esquina, é o rebolado indecente que deveria ser praticado nas alcovas dos bordéis de nonagésima categoria. Ou, então, nas páginas de revistas especializadas em nús que de "artísticos" não têem nada. (Isto vale para candidatos a artistas dos dois sexos). Glória não é artista de ocasião, oportunista, que - sem ter como melhorar de vida - buscou, erradamente, uma profissão  que não tem nada a ver, simplesmente para sair da mediocridade de uma vida sem futuro. Ela é o que é, artista de berço, um talento nato dado especialmente por Deus. Ela veio, e o tempo tem provado isto, para ficar. Competência é o que não lhe falta. O talento dela é visceral, vem de dentro, e não exteriorizado numa parte mais, digamos, bundante do corpo. Glória é o exemplo vivo do que um autodidata talentoso, seguro de si, é capaz de fazer quando lhe é dado oportunidade. Ela não frequentou a faculdade de artes cênicas, não tem o famoso diploma dependurado na parede e é mestra na arte de representar. O único banco escolar da área que ela alisou foi o curso de atores de Jayme Barcellos (famoso na década de 70, tenho até um livro) juntamente com Cristiane Torloni, Fernando Eiras, dentre outros. Apenas para aprimorar, lapidar o talento presenteado pelo Todo Poderoso. Se Fernanda Montenegro é considerada a primeira-dama do teatro, Regina Duarte a eterna namoradinha do Brasil, por que não dar a Glória Pires o título de rainha da tv?
     A atriz, se fosse o caso, poderia aproveitar a ocasião, o fato de ainda tão jovem já ter uma história - algo a dizer, e não mostrar (se é que me entendem!) nas páginas de revistas especializadas em "artistas"... deixa pra lá! - ter um currículo digno de ser imortalizado em forma de livro, fazer "caras e bocas" para as lentes dos fotógrafos, das câmeras de televisão. Mas, segura de sua competência e talento demonstrado em várias décadas de incontáveis sucessos, La Pires portou-se no lançamento aqui na Bahia, como quem tem realmente o que mostrar (talento) fáz: discretíssima, elegante. Eu, particularmente, subi às altura ao receber um abraço dela. Literalmente falando, foi a glória das glórias. (Para mim, of course!). E o cheiro que emana daquela tez morena, dos cabelos extraordinariamente sedosos, brilhantes!... A frase dita por um rapaz que estava na fila ao meu lado, traduz tudo: "tô apaixonado. Ela é demais!". Mais não foi dito e nem seria preciso.
     Atravessei a minha adolscência, assim como todos de minha geração, assistindo o crescimento de Glória nas novelas, minisséries, especiais e filmes. Sua estréia, oficialmente reconhecida pelo grande público - apesar dela ter aparecido precocemente  em várias produções, mas poucos tem lembrança desse tempo - foi como a rebelde Marisa, na novela "Dancing Days" (1978), filha da protagonista Júlia Mattos (Sônia Braga), uma ex-presidiária, mas que foi criada por Iolanda Pratini (Joana Foom), sua tia, uma das famosas vilãs do acervo do genial Gilberto Braga. Na trama, ela mantinha um romance juvenil com o ator (já falecido) Lauro Corona, seu amigo pessoal. Tudo levava a crêr que os dois seriam mais um casal 20 da televisão, quando Glória conheceu Fábio Jr., seu par romântico na novela "Cabocla"(1979), casaram-se e tiveram uma filha, Cléo. Atualmente, honrando o velho ditado popular "filho de peixe, peixinho é", Cléo trilha o mesmo caminho da mãe brilhando na produção "Araguaia". Logo após os dias dançantes (ah! saudades da cena memorável de Sônia Braga com Paullete na discoteca) e da ruralíssima "Cabocla", outros sucessos enriqueceram ainda mais o vitorioso currículo da atriz. Produções como "India, a Filha do Sol", do cineasta Fábio Barreto, "Memorial de Maria Moura" (produção na qual ela dispensou os dublês nas cenas mais perigosas), "O Dono do Mundo", "Memórias do Cárcere", etc. Em "O Tempo e O Vento", minissérie clássica baseada na obra do mestre Érico Veríssimo (1985), Glória, para interpretar a heroína Ana Terra, foi pessoalmente ao gabinete do então diretor-superintendente da TV Globo (Boni) se oferecer para o papel. E, mais uma vez, deu conta do recado magistralmente.
     Agora, não se pode negar - o Brasil e o mundo sabe disso - o marco na carreira da atriz foi, sem dúvida alguma, a obra-prima de Gilberto Braga, "Vale Tudo" (1988). Neste folhetim o país voltou aos dias de glória (literalmente falando e sem trocadilhos) das novelas globais, antes só visto nas tramas assinadas pela inimitável Janete Clair. Braga, que foi co-autor de Janete, mostrou nesta novela todo o seu potencial. Mesmo tratando-se de uma obra ficcional, quem não teve ódio, vontade de dar uns tapas em Maria de Fátima, a pior vilã de todos os tempos, depois de Odete Roitmann (Beatriz Segall), óbviamente? Filha de Raquel Aciolly (Regina Duarte), o personagem não aceitava sua origem humilde, roubou a própria mãe e fugiu de Foz do Iguaçu (PR) para o Rio de Janeiro, onde conseguiu - através de jogadas, digamos, nada honestas - frequentar as altas rodas, conhecer e conquistar o coração do herdeiro da família Roitmann (Afonso), brilhantemente interpretado por Cássio Gabus Mendes. Com o aval da megera-mór Odete, os dois se casaram. No final da estória, depois de ter aprontado todas e traído o bobão da corte, Fátima, nesta altura da narrativa já separada dele, casou-se com um princípe gay, o qual tinha caso com seu amante César (Carlos Alberto Ricceli). '"Vale Tudo" poderá ser um dia regravada, o famoso remake, mas o difícil será encontrar uma atriz que esteja à altura de Glória Pires na composição de Maria de Fatima.
     O certo é que, como vilã ou mocinha - eu prefiro Glória como mau-caráter, golpista, aprontando todas - ela é uma das poucas atrizes brasileiras que agrada a gregos e troianos em qualquer papel. Nos próximos dias teremos o prazer, o previlégio de assistir sua performance impecável, sua interpretação-aula (para muitos que estão por aí dizendo-se atores) na próxima novela das oito "Insensato Coração", também de Gilberto Braga, que substituirá a sofrível "Passione", onde interpretará uma enfermeira (Norma). Todo o país aguarda com ansiedade o retorno da estrela e, como sempre, o Ibope registrará altos índices de audiência, se não for pela trama - não se sabe o que vem por aí - mas pelo elenco e, principalmente, pela dobradinha (outra vez) Glória X Gilberto Braga.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!.


                                                                                                                                                                                                SANFERR, 06.01.2011

CONTATOS:
e-mail: rsanferr@hotmail.com
           rsanferr@globomail.com
fone: (71) 8265.9332
home-page: HTTP://SANFERRPRESS.BLOGSPOT.COM
novo blog:   HTTP://SANFERRARTSCRIPT.BLOGSPOT.COM
                                                           DOAÇÃO PARA O BLOG
BANCO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF)
AGÊNCIA: 1416 - Relógio de São Pedro (Salvador - Bahia)
CONTA POUPANÇA: 01300099159-3



                                                  P     A     T     R     O     C     Í     N     I     O