quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O BIGODE QUE VALE MAIS QUE UM DECRETO-LEI

                                                 


                                              DR. JOSÉ MAGALHÃES,
     Cara de mau, "poucos amigos", mas um homem espetacular, como poucos.


     Dizem que a Bahia é um Estado disfarçado de gravadora, um celeiro de artistas, que aqui não se nasce, estreia-se. Mas quem foi notícia semana passada na mídia nacional foi o cara que tomou, literalmente, um banho nas águas da baía de Todos os Santos. Até aí nada de excepcional, se O CARA não fosse o delegado mais polêmico da terra do Senhor do Bonfim e o tal banho não tivesse ocorrido, involuntáriamente, por conta da queda do seu carro nas águas fétidas e sujas do pier de atracação do sistema ferry-boat (embarcação que fáz a travessia Salvador-Ilha de Itaparica) na hora que o barco estava chegando ao terminal de São Joaquim (cidade baica, na capital baiana). O episódio incomum, até certo ponto, digamos, burlesco - tratando-se de quem e o motivo do incidente - serviu para que o povo voltasse a atenção para o que àquele banhista (?) representa na boa terra: o combate a violência. Porisso decidi pesquisar e conhecer à fundo essa pessoa singular, ímpar, sui generis que, por seus feitos (e aparência!), tornou-se uma das grandes personalidades desta região.
     Não vou falar aqui sobre a violência casual de uma atracação mal feita (o que não poderia acontecer) no desembarque do ferry-boat. Uma tragédia de proporções inadmissíveis poderia ter ocorrido. Vou falar da violência que dr. Magalhães combate com pulso forte, a criminalidade (e o pânico) que todos nós estamos convivendo nos últimos tempos. Para vocês terem uma idéia da "terra sem lei" que Salvador e região metropolitana se transformou, de janeiro até hoje foram mais de trezentas mortes. De jovens a adultos, todos temem por sua integridade física -e, óbviamente, emocional, já que sofremos um desgaste diário sem proporções com essa triste realidade - ao sair às ruas. Nesses dias de folia momesca a situação tende - queira Deus que não - a piorar. O foco do turismo soteropolitano (Pelourinho, praça da Sé, Igreja de São Francisco, rua do Liceu de Artes e Ofícios, a Catedral, o Elevador Lacerda) está jogado às moscas, não se tem mais segurança ao caminhar-se nas suas ruas centenárias. Mas, como tudo nesta vida tem jeito - ou, ao menos, nos iludimos que terá - este cenário, esta triste paisagem pode se transformar outra vez. Isto se um homem tiver a oportunidade que outros tiveram - por apadrinhamento, protecionismo, partidarismo, sabe-se lá! - e não souberam aproveitar. Nesta "dança das cadeiras" do governo estadual, por que o governador Jacques Wagner não se lembrou do bigodudo, digo, do dr. Magalhães? O delegado que com sapiência sabe conciliar competência e humanidade? Competência de delegado com formação diária nos cárceres da vida e humanidade - o que lhe é peculiar, segundo os moradores da ilha - ao olhar os detentos como seres humanos e não bichos enjaulados.
     José Magalhães, o homem, o cidadão, o bom amigo, é um cara sensível, com sentimentos nobres. Cumpridor dos seus deveres, honrado, caráter irretocável. Destemido, não se intimida, mesmo quando teve sua casa invadida na ilha por meliantes à sua procura. Fatos como esse sobre sua vida fascinante, e perigosa, estão se transformando em lenda. Prudente, sensato, ele - a exemplo de seus colegas, não aprova a vingança gratuita popular (linchamento) que se tornou rotineira nas mãos de pessoas inescrupulosas, as quais, errôneamente, desacreditando na Justiça, pegam os bandidos para trucidar em praça pública, numa típica demonstração de um falso poder (que não lhe é conferido) e imitação dos meios rudes e escabrosos aplicados na Idade Média. Como se não bastasse, esses "INjusticeiros" (?), tão marginais como àqueles que estão aplicando o corretivo, filmam e vendem essas imagens horrendas, desumanas, para (o que é pior, inconcebível) emissoras de TV que, inconsequentemente, sem o menor sentido ético do bom jornalismo - e olhem que eles são "diplomados", estudaram todo o be-a-bá! - pagam para exibí-las em seus programas de baixo conteúdo, classificação e qualidade, mas com altos índices de aprovação popular. (Felizmente, ou infelizmente, assistidos apenas por pessoas sem a menor noção de moral, ética, humanidade e amor ao próximo, as quais só querem ver "o circo pegar fogo"). A violência pela violência não é justificável, não pode ser exibida, homenageada, "holofoteada" (se é que me entendem!), aplaudida, banalizada. Prendam. Chamem os "home", não é assim que a maioria emburrecida fala? Dr. José Magalhães não apóia esse tipo de atitude, de comportamento doentio, de um prazer imcompreensível que leva tais pessoas a se vingarem de outras. A Bahia merece ter esse homem fazendo parte da alta cúpula da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Junto com os demais, certamente teríamos mudanças radicais nestes tristes índices divulgados diáriamente pela mídia.
     O povo de Itaprica hoje e Mar Grande (onde ele também já trabalhou e deixou sua marca) sabe que o bigodudo é daquele tipo de homem que os pêlos que enfeitam a parte superior dos lábios vale mais que uma assinatura, uma ordem, um decreto-lei. Ele não é apenas o delegado de uma região com graves problemas de tráfico, homicídios, assaltos, etc. Ele é um estudioso da alma humana e não seria loucura chamá-lo de filósofo, diplomata e intelectual dos xilindrós.
     Entenderam por que a Bahia não é apenas um Estado disfarçado de gravadora, um celeiro de artistas? Temos outros talentos enriquecendo a nossa terra. Em todas as áreas.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quiser, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                                      SANFERR, 24.02.2011

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O BRASIL CHOROU COM THE GREAT, O "PRINCIPE" DO FUTEBOL




                                             RONALDO NAZÁRIO,
                               Esta imagem nunca mais (?) será vista.


     Esta semana o país despertou de um belo e prazeroso sonho nos braços de Morfeu (que durou exatos dezoitos anos) diretamente para um pesadelo digno dos mais terríveis e assustadores filmes de terror classe B, com a notícia que o "princípe" do futebol brasileiro - o maior fenômeno dos gramados de todos os tempos desde a aposentadoria de Sua Majestade Édson Arantes do Nascimento (Pelé) e a morte de Garrincha - iria pendurar as chuuteiras. E todos sabem, da velha e nova geração desportiva, que quando se fala em "realeza futebolística" tupiniquim, o princípe herdeiro é - e sempre será até que Neymar mostre realmente para o que veio, com mais maturidade e menos narcisismo, estrelismo, assuma seu papel na corte - Ronaldo Nazário. Ou, simplesmente, o nosso querido, idolatrado e festejado Ronaldinho. Esse cidadão carioca de 34 anos, de origem humilde, "sem parentes importantes e vindo do subúrbio", que soube usar com maestria (e bota maestria nisso!), dignidade, a única arma que o destino colocou - não nas mãos, mas nos seus pés - em sua vida para driblar uma existência possívelmente medíocre de menino pobre e dar um verdadeiro "tiro de meta", certeiro e impllacável, na direção de um futuro próspero, de sucesso e reconhecimento.
     14.02.2011. Essa data vai-se tornar histórica nos anais do esporte brasileiro, pois foi neste dia que, com lágrimas nos olhos, voz embargada pela emoção, o princípe deu adeus a uma carreira singular, impecável, que práticamente começou bem lá atrás, em 1993, quando aqui em Salvador, no estádio da Fonte Nova, o Cruzeiro derrotou o Esporte Clube Bahia numa partida memorável. Dois anos depois, já na Seleção Canarinho, Ronaldo voltaria à boa terra com o nome já consagrado. Daí para atingir sua maturidade profissional e reconhecimento de crítica e torcedores, foi uma questão de tempo e oportunidades, como nas três vezes que foi considerado o maior jogador do mundo. Times como o São Cristóvão (onde tudo começou), Cruzeiro e Corinthians (no Brasil) e os internacionais PSV (Holanda), Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan, tiveram a honra de ver Sua Alteza Real vestir suas camisas e a glória, o prazer de sentir a rede do gol adversário balançar. Um dos momentos mais marcantes desta trajetória de sucesso foi, segundo ele próprio, a Copa de 2002, depois da trágica competição de 1998, quando na França ele sentiu-se mal e o Brasil amargou a derrota para àquele país. Depois de tantos altos e baixos, Ronaldo quer seguir em frente cuidando da Fundação "Criando Fenômenos", seu objetivo principal num futuro próximo.
     Aos 17 anos, quando participou de sua primeira Copa do Mundo, àquele garoto franzino, com aparelho nos dentes, já mostrava ao mundo que um iria "ter seu lugar ao sol", mostrando, gradativamente, talento e criatividade. Foi com humildade (a pessoa) e a malandragem (o profissional) de jogadas milimétricamente arquitetadas que Ronaldo Nazário (para os familiares) e Ronaldinho (para os fãs enlouquecidos, orgulhosos) escreveu seu nome nas páginas dedicada ao futebol num livro intitulado Esporte. Ele foi mestre na arte dificílima de jogar futebol. E jogar com amor a camisa. Ele soube como poucos honrar as cores verde-amarelo não apenas da Seleção, mas de uma nação envaidecida, orgulhosa, chamada Brasil. Nunca foi um jogador "estrela", de fazer "caras e bocas" diante das câmeras para ganhar notoriedade, manchete nos jornais e capas das revistas. É notório - e virou até piada nacional - que não gostava das concentrações, mas sabia respeitar as regras, acatar disciplinarmente as ordens do treinador, não sendo mais um badboy, como uns e outros por aí.
     Pelé, Garrincha e Ronaldo. Esse trio veio para marcar o nosso bom, talentoso e charmoso futebol. E, assim como seus antecessores, mr. Nazário vai deixar saudades. Por que essa decisão, aparentemente, repentina? O que levou nosso ídolo a se afastar da bola, pedir divórcio de uma companheira leal, amiga, que só lhe trouxe alegrias enquanto formaram uma dupla imbatível?  Na entrevista coletiva que ele concedeu na última segunda-feira ao lado dos dois filhos (Ronald e Alexandre), Ronaldo acusou os males físicos, a sequência de inúmeras lesões sofridas nos últimos tempos. Mas, claro que - e o Brasil, o mundo assistiu àquelas cenas dantescas, odiosas - a reação dos torcedores corintianos após a derrota na Copa Libertadores da América, foi decisiva para que o "princípe" chegasse ao ponto que chegou. Uma decisão complicada, difícil, que lhe consumiu várias noites sózinho em sua casa, até chegar ao veredito com relação ao seu futuro. Sem sombra de dúvidas, a ingratidão da nação corintiana doeu e muito. O povo, históricamente, desde os tempos de Jesus Cristo, é reconhecidamente falso, traiçoeiro. Beija num dia, para apunhalar, "pedir a cabeça" na manhã seguinte.
     Ronaldo Nazário, nosso querido Ronaldinho - e eterno Fenômeno - não disse adeus. Apenas um até logo para todos nós que aprendemos a amá-lo como ser-humano e  respeitá-lo como profissional. Um profissional que não "alisou o banco da ciência", mas foi um verdadeiro mestre, "doutor" na arte que escolheu para trilhar seu caminho de sucesso. Um caso de amor, paixão avassaladora como a dele por dona Bola, não se acaba assim da noite para o dia por culpa de intrigas, pressões, maledicências, chacotas, perseguições e diz-que-diz. Um emocionante happy-end, à altura, digno dos grandes, vem por aí. Ainda não chegamos ao último capítulo dessa fantástica, apaixonante e conturbada estória.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                               SANFERR, 17.02.2011

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     Hoje, excepcionalmente (porque o blog é mensal), dois novos textos. Inclusive uma sinopse em inglês.

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

FOI REPROVADA NOS TESTE DA TV TUPI E CHAMADA DE FEIA,"MOSTRO"

                                                      HEBE CAMARGO,
              Um grande talento não se cria do nada. Ele nasce com a pessoa.


     A oitenta e dois anos, mais precisamente no dia 08 de março, nascia em Taubaté (SP) uma das maiores estrelas que o showbiz já produziu em todos os tempos: Hebe, la Camargo. A show-woman. A lenda viva da televisão. A dama do sorriso, loiríssima, única dona dos paetês, lantejoulas, salto Luís XV, laquê e brilho, muito brilho (sua marca registrada) do universo televisivo. Àquela que ilumina - principalmente quem precisa de sua luz - mais que os holofotes que a acompanham desde que se transformou na apresentadora number one dos programas de auditório. Àquela que é sinônimo de carisma, irreverência na telinha e, inúmeras vezes na telona também, já que o cinema teve a honra de exibir em suas salas o talento inimitável desta artista secular, milenar, eterna. Desta octagenária com vitalidade, pernas (e que pernas!), pose de mocinha sapeca, encantadora, apaixonante. Estes dois meios de comunicação nunca mais foram os mesmos desde que sua gargalhada se tornou conhecida do Oiapoque ao Chuí e sua figura pitoresca tornou-se - consciente e inconscientemente - objeto de desejo dos telespectadores de todas as idades, deslumbrados com sua sensualidade, fascinados por sua voz e aparições apoteóticas, carnavalescas. (No bom sentido, of course!). Tanto nos palcos da glória, como na glória de uma vida intensa marcada pelo sofrimento, pela dor e o sucesso. Dor esta que, em vários momentos de sua vida, ela soube driblar com maestria. Futuramente - já que um dia todos nós teremos de passar para o outro lado, deixar esse palco mal iluminado (e ingrato!) chamado terra - seu epitáfio poderia ser: "Sangue, suor e lágrimas".
     Hebe deixou a terra natal aos seis anos de idade, mudando-se com toda a família para a cidade que escolheu definitivamente como seu "berço esplêndido": São Paulo. Já na adolescência, em meio as dificuldades comuns de uma família pobre, começou a ter aulas de canto e estreou, aos 14 anos na Rádio Tupi, onde foi contratada para integrar o elenco fixo da emissora. Tão jovem assi,, usava a bicicleta como meio de transporte para chegar à rádio, morrendo de medo que a mãe - guardiã de sua donzelice - descobrisse que havia beijado o namorado na boca. Tanto que, mesmo alguns anos depois, viajava pelo país com a zelosa "protetora" à tiracolo, para divulgar os sucessos de "Oh! José" e "Quem foi que disse?", seus primeiros LPs (long-plays). Pesquisando a trajetória desta incomparável artista, autodidata nos palcos e mestra na arte do bem viver, descobri que ela teve um carro de segunda mão que sempre furava o pneu em frente ao cemitério da Consolação e eram os taxistas que lhe ajudava. Foi quando, em 1950, decidiu ir bater na porta, pedir uma chance na televisão. Os tempos eram outros, difíceis, a engenhoca recém chegada ao Brasil sem, naturalmente, a tecnologia dos dias de hoje, capaz de transformar bruxas em princesas, baixinhas em Giseles Budchen e magrelas em deliciosos aviões. Porisso, sem iluminnação adequada e profissionais capacitados, as sobrancelhas grossas e os longos cabelos conspiraram contra Hebe, fazendo com que recebesse dos produtores um sonoro não, com o deselegante - e preconceituoso - complemento: "parece um monstro". (Quem de vocês, hoje no auge da fama, não passou por tal situação?). Mas - quando Deus quer é assim - depois de muita batalha e determinação em atingir seus objetivos, Hebe estreou na antiga TV Paulista (hoje TV Globo) num programa de 15 minutos chamado "Encontro Musical", em 1952. Era apenas para cantar, mas imagine se la Camargo, com um micirofone (enorme) na mão, não iria fazer uso dele para mostrar ao mundo o que sempre fez muito bem: comunicar-se com o público? Não deu outra. O sucesso baixou no terreiro e Hebe teve de incorporá-lo até os dias atuais.
     Hebe foi casada duas vezes. Na primeira com o empresário Décio Capuano, pai de seu único filho, Marcelo. E anos depois com Lélio Ravagnani. A mocinha que teve de servir como doméstica na casa de uma tia, tornou-se - tanto pelo sucesso como pelo casamento com homens bem sucedidos - socialite, grande dama da tradicional (e quatrocentona) sociedade paulistana. Ela não chegou aonde está simplesmente por ser artista, mas, sim, por que ela É A ARTISTA. Completa. Canta, apresenta, interpreta. Além disso, criou um dos maiores personagens do mundo artístico: ela própria. Com os seguintes slogans, lemas: Fale de mim bem ou mal, mas falem ou, então, Me amem ou me esculhambe, mas se lembrem que existo. Com uma forte auto-promoção, uma boa estrutura de marketing, é óbvio que ela chegaria aonde chegou. Um personagem que não se deixou abater, não deixou a casa cair e - como todos os grandes que sabem "dar a volta por cima", reverter a seu favor o que parecia ser uma tragédia, uma infelicidade - surpreendeu a todos ao ficar curada de um câncer no peritônio, a membrana que reveste os orgãos da região pélvica e abdominal.
     Eis aí o perfil de uma grande mulher. E não é uma "grande mulher" por ser grande no que fáz com competência e talento. Hebe é grande por que, mesmo nos momentos mais complicados de sua vida, quando todos pensavam que ela estava acabada, destruída, eis que ela ressurge - como a fênix - das cinzas, mais poderosa e inatingível que antes. (Coisas, realmente, de quem veio ao mundo para dizer e não simplesmente ouvir). As mentiras e calúnias inventadas - toda pessoa de sucesso é vitima disso - pelos seus desafetos ao londo de sua carreira, ruíram como castelo de cartas ao vento quando o público deu-se conta do seu verdadeiro valor.
     À Hebe Camargo, o reconhecimento, a glória conquistada com muita persistência e criatividade.
     Aos demais - pobre de nós, mortais! - só lhes resta aplaudir, aplaudir e aplaudir. Querendo ou não. Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança. Só que em alguns Ele deu um toque especial, algo mais: talento. Esta palavrinha que tráz tanta inveja, perseguição e mal-estar.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!


                                                                                                                                                                                                                                                                  SANFERR, 10.02.2011
                                                                                                                                                                             
                                  
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FORMADO EM DIREITO, MAS AUTODIDATA NA PROFISSÃO QUE EXERCEU POR TODA A VIDA.

                                                           ACESSOS
                                                 BALANCETE MENSAL
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                                       Parabéns, SANFERRPRESS!


                                                JOHN HERBERT,
                       Um galã que foi considerado canastrão e gay!





     O mundo dos galãs, uma classe cada vez mais em franca ascensão (principalmente quando subtende-se por galã o sujeito bonito, sensual, com um físico de Adônis e sorriso de comercial de creme dental), está de luto desde o último dia 26, quando faleceu um de seus precusores, num universo onde figuraram nomes como Cil Farney, Hélio Souto e Anselmo Duarte. Com 81 anos, quase cem trabalhos no cinema e TV nos últimos cinquenta e sete anos, John Herbert Buckup, paulistano de ascendência alemãe e inglesa, filho de comerciante de classe média alta, foi criado no Jardim Europa - reduto das abastadas famílias paulistas - formou-se em Direito e teve sua carreira artística consolidada desde que estreou, em 1953, no filme "Uma Pulga na Balnça". Exímio nadador desde a adolescência, nunca deixou de praticar o esporte no Clube Pinheiros, onde era conhecido e tratava à todos com distinção - elegante como sempre foi! - do porteiro aos menbros da diretoria. Estudava num colégio alemão, quando foi convidado a fazer um pequeno papel na peça "Fausto", de Goethe, no Teatro Municipal. Estava tão nervoso, excitado por estar pisando pela primeira vez no palco de um dos templos das artes nacionais, que por pouco não esqueceu a (importante) fala: "Sim, eu sou filho da terra". Em 1949, juntamente com os colegas da faculdade formou um grupo onde discutiam os filmes mostrados na cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna) e, não muito depois, entrou no Centro de Estudos Cinematográficos do diretor Rugero Jacobbi. Logo em seguida surgiu a oportunidade para fundar o Teatro de Arena. O mesmo teatro que fez "despontar" para o mágico mundo das artes cênicas outros tantos expressivos nomes da dramaturgia.
     Só que nem tudo foram flores na carreira deste homem talentoso, carismático - em cada época esta palavra tem um significado diferente (se é que me entendem!0 - um "diplomado" pela advocacia, mas obstinado o suficiente para tornar-se mestre, "doutor", na profissão que escolheu para ser o seu "ganha pão", mesmo sendo um autodidata. O perfeccionismo teve papel preponderante na formação, na lapidação deste ator que não soube o que foi "alisar" o banco da Faculdade de Belas Artes. John aprendeu no tato, na observação, na convivência diária com quem realmente tinha o que mostrar. Naqueles idos não se exigia diploma - apesar que o Teatro de Arena era como se fosse uma universidade - e sim talento, competência e capacidade. Porisso foi a era de ouro do surgimento de astros e estrelas que vieram para ficar, brilhando eternamente, a exemplo de Hebe Camargo, Nair Belo, Lolita Rodrigues, Fernanda Montenegro, Carlos Manga, Heloísa Helena, Tereza Rachel, Eloísa Mafalda, Ilka Soares, Eva Todor. Jofre Soares, Jardel Filho, Ety Frazer, Oscarito, Grande Otelo, Tônia Carrero, Lima Duarte, Sebastião Vasconcelos, Paulo Gracindo, Paulo Autran, etc. A maioria, se não todos, autodidatas. Precisa dizer mais?
     John Herbert nunca foi chegado a ataques de estrelismo, deslumbramento, nunca foi inacessível como vários outros (e outras) que povoam o mundo das personalidades desde sempre. (E com talento duvidoso!). Ou a total falta dele, diga-se de passagem. Em 1961, nas filmagens de "Por um Céu de Liberdade", em Deodoro (RJ), debaixo de um sol abrasador e calor infernais beirando temperaturas inimagináveis, acima dos quarenta graus, John não reclamou da produção paupérrima, na qual o orçamento era quase inexistente, pela falta de água para beber. E filmando o dia inteiro sufocados dentro de uma farda. São episódios assim que mostram a grandiosidade de espirito deste cidadão decente, digno, que passou por um grande dissabor, um momento complicado na vida ao descobrir que sua mulher, a atriz Eva Wilma, estava se relacionando com o ator Carlos Zara (falecido em 2002). Isto numa época que a palavra "traído" não tinha a conotação liberal, "coloridística"(?) de hoje; ao contrário, era uma deseonra, muitas vezes sinônimo de caixão e vela. John e Eva formavam o "casal 20" da televisão desde que protagonizaram o programa "Alô Doçura" (1954), na extinta TV TUPI. Tiveram dois filhos e uma situação delicada assim, escandalosament explorada pela mídia e o vox populi (que sempre dá relevância a assuntos irrelevantes) deixou marcas indeléveis naquele homem apaixonado. Somente anos depois, já no finalzinho da década de 80, John e Eva voltarariam a se ver com mais assiduidade, visitar-se, passar juntos o Natal, aniversários, datas assim. John já tinha superado, à duras penas, a dor e refeito a vida ao lado da fisioterapeuta Claúdia Larback, com quem teve outros filhos.
     Um enredo digno de algumas pornochanchadas protagonizadas por ele bem lá atrás, no início da carreira. Aliás, a pornochanchada foi um capítulo à parte nesta estória. Tudo começou com um semidocumentário onde a personagem Helga (vivida pela atriz alemã Ruth Gasmann) vinha para a América Latina estudar a nossa sexualidade. John Herbert fazia o professor. O tom inusitado, constrangedor da empreitada, deu-se quando a produção teve que escolher 30 moças para filmar  nuas numa praia. Ele, ao lado do diretor e toda a equipe técnica, tiveram que avaliar no estúdio um sem número de Evas (a de Adão, não a atriz) como vieram ao mundo. Tudo em nome da arte. (Deve ter sido assim o início do famoso "nú artistico", tão inteligentemente explorado, e defendido, hoje em dia pelas aspirantes ao fantástico mundo das starlets). Graças à Deus, e aos deuses do teatro - neste caso especifico, da sétima arte - a carreira de John tomou novos rumos e ele pôde, então, dedicar-se a verdadeira arte, com produções dignas de serem vistas. Em 1967, dirigido pelo cineasta Luis Sérgio Person, o advogado Alamy do filme "O Caso dos Irmãos Naves" (baseado na história real daqueles pobres coitados que foram acusados por um crime que não cometeram), foi o personagem que colocou John no topo dos grandes atores brasileiros. Uma interpretação magistral num filme clássico que só trouxe elogios, tanto de crítica como de público. O tempo passou e, assim como o vinho, o talento nato do ator (para a crítica) e galã (para as fãs) fez com que John enriquecesse seu curriculo com papéis inesquecíveis nas telenovelas, tais como Bidet Lambert ("Que Rei Sou Eu?". 1989) e o motorista de táxi Agenor ("A Viagem", 1994).
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                                                                   P    A     T     R     O     C     Í     N     I     O