DR. JOSÉ MAGALHÃES,
Dizem que a Bahia é um Estado disfarçado de gravadora, um celeiro de artistas, que aqui não se nasce, estreia-se. Mas quem foi notícia semana passada na mídia nacional foi o cara que tomou, literalmente, um banho nas águas da baía de Todos os Santos. Até aí nada de excepcional, se O CARA não fosse o delegado mais polêmico da terra do Senhor do Bonfim e o tal banho não tivesse ocorrido, involuntáriamente, por conta da queda do seu carro nas águas fétidas e sujas do pier de atracação do sistema ferry-boat (embarcação que fáz a travessia Salvador-Ilha de Itaparica) na hora que o barco estava chegando ao terminal de São Joaquim (cidade baica, na capital baiana). O episódio incomum, até certo ponto, digamos, burlesco - tratando-se de quem e o motivo do incidente - serviu para que o povo voltasse a atenção para o que àquele banhista (?) representa na boa terra: o combate a violência. Porisso decidi pesquisar e conhecer à fundo essa pessoa singular, ímpar, sui generis que, por seus feitos (e aparência!), tornou-se uma das grandes personalidades desta região.
Não vou falar aqui sobre a violência casual de uma atracação mal feita (o que não poderia acontecer) no desembarque do ferry-boat. Uma tragédia de proporções inadmissíveis poderia ter ocorrido. Vou falar da violência que dr. Magalhães combate com pulso forte, a criminalidade (e o pânico) que todos nós estamos convivendo nos últimos tempos. Para vocês terem uma idéia da "terra sem lei" que Salvador e região metropolitana se transformou, de janeiro até hoje foram mais de trezentas mortes. De jovens a adultos, todos temem por sua integridade física -e, óbviamente, emocional, já que sofremos um desgaste diário sem proporções com essa triste realidade - ao sair às ruas. Nesses dias de folia momesca a situação tende - queira Deus que não - a piorar. O foco do turismo soteropolitano (Pelourinho, praça da Sé, Igreja de São Francisco, rua do Liceu de Artes e Ofícios, a Catedral, o Elevador Lacerda) está jogado às moscas, não se tem mais segurança ao caminhar-se nas suas ruas centenárias. Mas, como tudo nesta vida tem jeito - ou, ao menos, nos iludimos que terá - este cenário, esta triste paisagem pode se transformar outra vez. Isto se um homem tiver a oportunidade que outros tiveram - por apadrinhamento, protecionismo, partidarismo, sabe-se lá! - e não souberam aproveitar. Nesta "dança das cadeiras" do governo estadual, por que o governador Jacques Wagner não se lembrou do bigodudo, digo, do dr. Magalhães? O delegado que com sapiência sabe conciliar competência e humanidade? Competência de delegado com formação diária nos cárceres da vida e humanidade - o que lhe é peculiar, segundo os moradores da ilha - ao olhar os detentos como seres humanos e não bichos enjaulados.
José Magalhães, o homem, o cidadão, o bom amigo, é um cara sensível, com sentimentos nobres. Cumpridor dos seus deveres, honrado, caráter irretocável. Destemido, não se intimida, mesmo quando teve sua casa invadida na ilha por meliantes à sua procura. Fatos como esse sobre sua vida fascinante, e perigosa, estão se transformando em lenda. Prudente, sensato, ele - a exemplo de seus colegas, não aprova a vingança gratuita popular (linchamento) que se tornou rotineira nas mãos de pessoas inescrupulosas, as quais, errôneamente, desacreditando na Justiça, pegam os bandidos para trucidar em praça pública, numa típica demonstração de um falso poder (que não lhe é conferido) e imitação dos meios rudes e escabrosos aplicados na Idade Média. Como se não bastasse, esses "INjusticeiros" (?), tão marginais como àqueles que estão aplicando o corretivo, filmam e vendem essas imagens horrendas, desumanas, para (o que é pior, inconcebível) emissoras de TV que, inconsequentemente, sem o menor sentido ético do bom jornalismo - e olhem que eles são "diplomados", estudaram todo o be-a-bá! - pagam para exibí-las em seus programas de baixo conteúdo, classificação e qualidade, mas com altos índices de aprovação popular. (Felizmente, ou infelizmente, assistidos apenas por pessoas sem a menor noção de moral, ética, humanidade e amor ao próximo, as quais só querem ver "o circo pegar fogo"). A violência pela violência não é justificável, não pode ser exibida, homenageada, "holofoteada" (se é que me entendem!), aplaudida, banalizada. Prendam. Chamem os "home", não é assim que a maioria emburrecida fala? Dr. José Magalhães não apóia esse tipo de atitude, de comportamento doentio, de um prazer imcompreensível que leva tais pessoas a se vingarem de outras. A Bahia merece ter esse homem fazendo parte da alta cúpula da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Junto com os demais, certamente teríamos mudanças radicais nestes tristes índices divulgados diáriamente pela mídia.
O povo de Itaprica hoje e Mar Grande (onde ele também já trabalhou e deixou sua marca) sabe que o bigodudo é daquele tipo de homem que os pêlos que enfeitam a parte superior dos lábios vale mais que uma assinatura, uma ordem, um decreto-lei. Ele não é apenas o delegado de uma região com graves problemas de tráfico, homicídios, assaltos, etc. Ele é um estudioso da alma humana e não seria loucura chamá-lo de filósofo, diplomata e intelectual dos xilindrós.
Entenderam por que a Bahia não é apenas um Estado disfarçado de gravadora, um celeiro de artistas? Temos outros talentos enriquecendo a nossa terra. Em todas as áreas.
Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quiser, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!
SANFERR, 24.02.2011
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