quinta-feira, 26 de maio de 2011

TOP GAY, UMA HOMOSSEXUAL NO PODER

                                                                                                 
                                         JOHANNA SIGURDARDOTTIR,
             O SÍMBOLO (UNIVERSAL) DO PODER QUE O GAY PODE EXERCER.


     Certamente, um dos fatores responsáveis pelo fracasso de determinadas ações - e reações - em diversos segmentos da sociedade (ex-masculina, ex-machista, ex-patriarcal) moderna é o preconceito diante de uma classe que vem conseguindo notoriedade nos meios políticos, culturais e até sociais: os homossexuais. Sempre polêmicos e folclóricos (nas outras famílias) e alegóricos (quando os temos na nossa), em sua maioria esses meninos e meninas "diferentes" (?) são simpáticos, extrovertidos - porisso o nome gay, ou seja, alegre - carismáticos (uns nem tanto) e inteligentes, cultos (nem todos, contrariando a opinião duvidosa de terceiros que afirmam que "gay burro nasce morto"). Quando o gay não vem batizado com talento, cultura e competência necessários para sobressair-se, fazer um trabalho relevante que fique para sempre na história, para a posteridade - como, dentre centenas de outros renomados, Oscar Wilde, Angela Rorô, Denner, Clodovil Hernandez, Jean Wyllis, Clóvis Bornay, Bruno Chateaubriand, Versace, Aguinaldo Silva, Yves Saint-Laurent, Kenzo, Gilberto Braga, Ney Matogrosso, Jorge Fernando, sir Elton John (reverenciado pela nobreza européia), Rogéria, Michael Jackson, Roberta Close (o transsexual orgulho da nação, muito mais mulher que muitas por aí, intelectual e físicamente falando), aqui na Bahia os inesquecíveis Cary e Ney Galvão - no mínimo ele segue uma carreira não tão brilhante assim, comum, que não exige um QI mais profundo e é coadjuvante no seleto métier dos gays intelectualizados, de relevante desempenho na sociedade, os quais poderiam ser classificados como TOP GAY. Mas, geralmente, culto ou não, refinando ou espalhafatoso, de nível (decente) ou caricato, o homossexual (quase) sempre procura um meio de fazer-se notar (e respeitar) na área que escolheu para atuar, por menos importante que seja, ter seus quinze segundos de fama. Não é à toa que nos últimos tempos os homossexuais, tanto masculino como feminino, estão "roubando" a cena, tirando a coroa da decadente superioridade (?) política, social e cultural dos orgulhosos heterossexuais. Assim como as personalidades citadas acima, muitas outras figuras notáveis, dentro e fora do Brasil, deixaram de ser simplesmente pessoas, um anônimo, para tornarem-se nomes de prestígio por seus feitos e conquistas, ao contrário daqueles (e daquelas) que vivem apontando o dedo, criticando do alto de sua mediocridade e insignificância, vangloriando-se por honrar (?) suas calças e vestidos. Temos vários exemplos desses por aí, em cada esquina, em cada família, em cada ambiente de trabalho.
     Um caso recente do valor que muitos gays tem nos foi dado pela Islândia, país europeu que está vivendo dias de tensão e alerta por causa de um vulcão. Johanna Sigurdardottir foi indicada em 2009 para Primeira-Ministra, além de ser a primeira Chefe de Estado declaradamente lésbica da história. Nascida em 4 de outubro de 1942, em Reykjavir, esta senhora elegante, cultíssima e simpática da fotografia acima, filiou-se ao Partido Social Democrata antes de tornar-se quem é, foi Ministra de Ação Social (1987), integrou o Comitê da Indústria e o Comitê dos Assuntos Exteriores. E aí, senhoras e senhores preconceituosos de plantão, o que dizer, com que cara (de pau, envernizada pela humilhação e vergonha) vocês ficam diante deste fato histórico, dessa realidade que afronta (e questiona) todos os seus (pre) conceitos de moralidade e arrogante conservadorismo? Diga-se de passagem, um conservadorismo falso, hipócrita, já que todos nós temos telhado de vidro, ninguém fica em cima do muro - sempre tomba para um dos lados - sem direito de julgar quem quer que seja. "A pessoa pode achar que sua conduta é certa, mas é Deus quem examina as consciências". Provérbios, 16-vs.2.
     Aqui no Brasil, há poucos dias, todos os Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), por unanimidade, votaram à favor dos direitos (constitucionais) dos homossexuais...(?)...
     O mundo está (mal) acostumado a olhar os homossexuais com escárnio, olhares desconfiados ou de repúdio, boca retorcida e pedras (simbólicamente falando, mas muitas vezes são pedras mesmo) que atingem (quase sempre) em cheio o ego, a auto-estima e a dignidade de quem quer apenas viver em paz, respeitando para ser respeitado. Comportamento antiquuado, políticamente incorreto, quando estamos vivenciando o apogeu tecnológico do século XXI, no qual - mesmo viajando em moderníssimas aeronaves e se comunicando com a rapidez dos SMS e dos e-mails - a sociedade teima em retroceder ao tempo das cavernas quando se trata das relações humanas. Até a TV Globo já se curvou ao sinal dos tempos e tem colocado o homossexualismo como tema relevante em várias novelas, minisséries e seriados. Então, prezados leitores, por que insistir em voltar à Idade Média e queimar nas fogueiras inquisicionistas nossos meninos e meninas alegres? Ou, então, como no século passado, imitar o que fez o diabólico, demente, megalomaníaco e repulsivo Adolf Hitler que, numa verdadeira caça às bruxas, submeteu milhares de gays a terríveis experiências científicas? Na verdade, o que "Adolfina" queria era disfarças, desviar a atenção do mundo para sua própria homossexualidade, as orgias que aconteciam no seu QG entre generais e soldados da Gestapo.
     Está em nossas mãos a chance de darmos um BASTA, um "chega pra lá" na perseguição injusta, infame e vergonhosa que os homossexuais sofrem diáriamente. Precisamos mostrar que o homossexual é capaz, encorajar tantos por aí a deixarem de lado seus casamentos "normais" (?) fracassados, sem amor, sem realização pessoal, econômica e social - apenas por medo de ser taxado de gay - e investir num novo relacionamento, desta vez com quem gosta de verdade e trancou por conveniência no armário da discrição, escondendo da família, dos amigos e colegas de trabalho. Aliás, medo e vergonha são duas tristes palavras que devem ser expulsas de nosso dicionário. Medo de ser coerente com a sua verdade? Vergonha, de que? De estar ao lado, ser companheiro(a) de um(a) homossexual de destaque na sociedade? É mais fácil e digno viver intensamente a felicidade de um amor com alguém do mesmo sexo, que conviver dia após dia com a angústia, a tristeza de um casamento hetero, de aparência, sem amor, apenas para se camuflar dos comentários e dedos apontados.
     Johanna Sigurdardottir é uma lésbica, sim, senhor. Mas uma lésbica que, ao contrário de muitas mulheres por aí, vai deixar seu nome na história porque tem valor, talento e quis se destacar, não ser apenas mais uma qualquer. Ela teve coragem e jamais medo, vergonha. Chegou ao topo, sendo respeitada e admirada mundialmente, mostrando que aonde ele arrasta a sola do sapato, muitos "normais" não tem capacidade de colocar a ponta do nariz. Provou que - não por sua opção sexual, que é uma questão apenas dela - com talento, competência e capacidade, administrou (e muito bem) o que para muitos heterossexuais seria (e sempre será) impossível: o governo de um país. Johanna é a prova que o  homossexual (em sua maioria, exceto raras excessões, infelizmente!) veio ao mundo para ser especial, uma marca (na história) e não apenas mais um nome no recenseamento. Que o gay é sabidamente superior, está acima do mesmismo, do trivial, do "feijão com arroz", do cantado - e (quase) decadente - casamento entre pessoas de sexo diferentes. Não é à toa que os líderes deste imenso país (ainda tupiniquim em diversos aspectos), as cabeças pensantes - ou, no mínimo, poderosas - estão batalhando para mudar a lei e transformar o casamento num "casamento entre pessoas".
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                      SANFERR, 26.05.2011

a ESFINGE:
     "Vocês, ancestrais da espécie humana que se perderam por uma maçã... O que não fariam por um peru trufado?"

                                           Anthelme Brillat-Savarin (1755-1826), advogado e político francês, autor de "A Fisiologia do Gosto".




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quinta-feira, 19 de maio de 2011

UM VIP ENTRE OS VIPS




                                         JOÃO GILBERTO,
     UM MALUCO PARA A PLEBE E UM GÊNIO PARA A REALEZA CULTURAL.
    


     Se existe uma personalidade brasileira que sempre foi a mais internacional de todas, esta é João Gilberto. Cortejado, admirado e respeitado por cabeças coroadas, chefes de Estado, os maiores nomes do showbusiness e socialites do jet-set mundial, o baiano de Juazeiro - ao contrário de sua conterrânea, a também cantora Ivete Sangalo - nunca foi popular, carismático, dado a simpatias gratuitas (?) com a imprensa e muito menos com o público, mostrando cedo uma personalidade forte, marcante e extremamente singular. Enquanto Ivete - intérprete de canções de fácil entendimento e aceitação popular que caem como uma luva no gosto musical (nem um pouco apurado e muito menos exigente) do povão - é "arroz de festa", autora de declarações e um palavreado não tão, digamos, políticamente (em todos os sentidos) correto como ele, João poderia ser classificado como o prato mais requintado de um banquete servido à MPB. No caso, "lagosta à termidor" e não o vatapá (que adoro!) - literalmente falando, tapando os ouvidos - servido no jantar de gala com o comandante no cruzeiro vip (para quem não sabe, very important personal) das celebridades tupiniquins, onde a entrada, saladas e, principalmente, as sobremesas são para os mais variados paladares, gostos ou a total falta deles. João, o nosso querido Gilberto ou, simplesmente, o pai da Bossa Nova, é um cara que todas as gerações, das passadas às vindouras, dos mais eruditos aos menos favorecidos pela intelectualidade e refinamento musical, chamarão eternamente de O CARA. Séculos, milênios passarão e o meio artístico-cultural brasileiro (e internacional, of course) deverá render glória e homenagens a esse showman que veio ao mundo para ser o diferencial entre o grau mais alto da cultura, talento e genialidade, em discordância ao mesmismo, mediocridade  de letras e canções (?) sem nexo, pé (e muito menos cabeça), absurdamente emburrecedoras - e constrangedoras, dependendo do gênero musical - que nos agridem acintosamente intelectual, social e moralmente dia após dia, hora após hora, nas rádios e vizinhança do país afora.
     Deus, certamente, deve ter perdido a fôrma com a qual fez João Gilberto, mas ele, sem pestanejar, não perdeu a oportunidade de deixar seu nome (e marca) para a posteridade. Ontem, hoje e sempre, em todo o mundo, pessoas espalharão orgulhosas aos quatro ventos que tiveram o prazer e a honra de ouví-lo cantar, conversar (mesmo ele não sendo de dar atenção a qualquer um), que o conheceram de perto, ao menos o viram passar em algum canto (sem trocadilho) e lugar. Para muitos ele sempre foi - e será sempre - arrogante, presunçoso, vaidoso e cheio de vontades como um menino-grande que brinca com o sucesso como se fosse presente de aniversário. Para outros, João sempre foi um rei acima do bem e do mal, irritando-se com facilidade com o súdito louco que não atendesse suas "vontades", num reino fantasioso chamado de música popular brasileira. Opiniões e discussões à parte, todos sabemos que João Gilberto sempre foi um gênio, mesmo não precisando de nenhuma lâmpada maravilhosa, neste caso, uma orquestra afinada, bastando apenas para ele um banquinho e o violão. Com esse trio no palco, a platéia (de todas as épocas) se rende à superioridade deste músico que está aquém do (básico) dó-ré-mi-fá-sol-lá-si. Ele nunca foi até as notas, são elas que o buscam ansiosas para serem (re) inventadas, criadas nos passos e compassos de um maestro que não se deixa seduzir pela insignificância de rimas chulas, de duplo sentido, um verdadeiro atentado terrorista à boa música, a arte defendida por mestres de todas as épocas e lugares, de Vivaldi, Bach e Beethoven, até Caetano, Djavan, Chico e Gil, dentre centenas de outras mentes criativas, pensantes, previlegiadas.
     Autor de pérolas da MPB como os famosos (e imortais, não poderia ser diferente vindo dele) discos "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960), "João Gilberto" (1961), "Orfeu do Carnaval" (1962), além dos mais recentes "The Legendary João Gilberto" (CD lançado nos EUA pela World Pacific, em 1990), "O Mito" (1992) e "38 Titres de Bossa Nova", também lançado pela Pacific (1993). Admirador de outros "reis" como Orlando Silva, Lúcio Alves e Dick Farney, João Gilberto causa emoções diversas nas pessoas, como contou Claúdia Faissol, mãe de uma filha dele: "As pessoas chegam perto e nem falam. Veem ele e choram"...(?)... Da MPB à Bossa Nova, passando pelo samba (ele sempre foi versátil), João deu seu toque todo especial interpretando "Coqueiro Verde" (Fernando Martins Filho/José Marcílio), "Louco" (Wilson Batista) e "Deus Salve a América" (Irving Berlin, versão Braguinha). Esse é o homem de todos os tons e, como disse Nélson Motta, "nessas coisas de som ele está sempre certo". Numa nota distribuída à imprensa no início do ano passado pela EMI brasileira, a gravadora traduziu em poucas palavras a importância do cidadão mitológico chamado João (nascido na boa terra) Gilberto: "João desfruta de irrestrito respeito e admiração, não só por parte da EMI Music Brasil, mas por todos os apreciadores da boa música, em todo mundo". Mais não foi dito e nem precisava.
     Inacessível, polêmico e solitário - pouquissimos amigos privam de sua intimidade, tanto aqui como no exterior - e no melhor estilo Greta Garbo, João é adepto fervoroso  do famoso ditado "antes só do que mal acompanhado". Autoconfiante, visionário (ele profetizou, anos atrás, o apogeu e o declínio da música brasileira) e, salvo raríssimas excessões, como a nata da nata da MPB, João acertou em cheio quando vemos e ouvimos (infelizmente) hoje em dia "cantores" (?) estuprando nossa audição com o que de pior produzem nos estúdios de fundo de quintal. Por essas e outras - e sempre será assim com todos que se mostram capazes, à frente de seu tempo com talento, criatividade e, na sua área, entende do riscado - ele foi e é taxado como maluco, narcisista, megalomaníaco e provocador, como na careta (foto acima) que ele fez para a platéia na estréia de um show no Credicard Hall, São Paulo (1999). Tratando-se de João Gilberto, tudo para ele é irrelevante, mesmo sendo ele próprio "relevantíssimo" para a MPB, o que o fáz amado por uma legião de fãs de extremo bom gosto musical e odiado por tantos outros que gostariam de ser - mas nunca serão - um João Gilberto da vida. Quem é nascre, e quem não é, se acha. (Se é que me entendem!)...
     Baiano atipico, nada influenciado pelo axezismo e o som ensurdecedor do trio elétrico, mesmo assim ele sabe admirar Ivete, Daniela Mercury, Margarete Menezes e Claúdia Leitte, dentre tantos outros (os bons) baianos. Rico (aos poucos, de grão em grão, discretamente, conseguiu juntar uma fortuna razoável), sofisticado e elegante (sempre impecável nos blazers Dior, Valentino, Yves Saint-Laurent e sapatos italianos), João sabe como ninguém apreciar um bom vinho e um legítimo scotch, enquanto bota sua "cachola" pra funcionar. Está mais para um belíssimo cruzeiro pelas ilhas gregas tomando champagne francês admirando o pôr-do-sol em Delos, que (não poderia ser diferente) um passeio de escuna ao som - contagiante, para quem gosta - do baticum típico de um sambão domingueiro pelas águas da baía de Todos os Santos. Já disseram certa vez "que é mais fácil ver o Papa que João Gilberto", mas, de vez em quando, dá o ar da graça na Bahia, no calçadão de Copacabana, como também na elegantérrima Avenur Foch, em Manhattan ou no Hyde Park. É um baiano que, com talento, persistência e muito trabalho (apesar de muitos o taxarem como preguiçoso), pôde chorar suas mágoas e saudades nos lugares mais famosos do mundo. (João é um previlegiado, um abençoado por Deus com talento, que veio à Terra para mostrar seu trabalho e ser muito bem pago por isso, ao contrário de todos nós, pobres mortais que tem de "ralar" para ganhar "o pão nosso de cada dia"). Enfim, João Gilberto é um homem para ser amado ou odiado. Não por seu estilo "diferente" de vida e muito menos por sua arte, mas pela intolerância de seus opositores, tão invejosos e medíocres como a sua (deles) falta de talento e criatividade.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                              SANFERR, 19.05.2011.

a ESFINGE:
     "Neste mundo cão, movido pela inveja, calúnia e maledicência, quando alguém vier lhe dar informações sobre outra pessoa, não dê crédito. Pode ser um amigo querendo esconder os defeitos ou um inimigo querendo botar defeito. Conviva com a pessoa e tire suas próprias conclusões".


                                                                                                                                                                              SANFERR, em 14.07.2010.

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

     Gostaria, antes de qualquer coisa, agradecer às pessoas que estão acreditando no blog e colaborando com doações generosas. Muito obrigado!
     Domingo próximo, dia 22, a Bahia e todo o país estará em festa com a beatificação da "Santa" (já o é para o povo, assim como João Paulo II, quer queiram ou não nossos irmãos evangélicos) Irmã Dulce "dos pobres", numa grande celebração eucarística presidida pelo Cardeal Emérito d. Geraldo Majella Agnelo no parque de Exposições, aqui em Salvador.
     Irmã Dulce foi uma das primeiras personalidades retratadas aqui na coluna e recomendo que leiam o artigo publicado em 16.12.2010.
     Este momento mágico na história da Igreja católica baiana não é para ser vivenciado como mais uma festa, um evento, um carnaval (me perdoem a comparação) onde todos vão, participam e depois passou, acabou, esqueceu-se. Não! É, ao contrário de outra qualquer comemoração, um momento para se pensar e refletir em quem foi e o que fez Irmã Dulce. E, se possível - claro que (quase) ninguém terá o dom e a coragem dela - tentar-se fazer o mesmo, nem que saiba um pouco. Olhe para seu lado e veja seu irmão em Cristo. A dor, o sofrimento, as angústias e privações que ele passa. Pense: como posso fazer para amenizar esse sofrimento? Claro que palavras de conforto são sempre bem vindas, mas perdem-se no vento, no tempo e, principalmente, na boa vontade de quem o fáz. É como a velha estória: "ensinar a pescar e não dar o peixe". Ora! Irmã Dulce ensinou e DEU o peixe, pois ela sabia que se a pessoa não tiver fortalecida - tanto espiritual como físicamente (alimentada) - como vai ter forças para pescar e manter-se de pé, vivendo com dignidade? Eu, particularmente, sempre achei essa desculpa muito confortável para muitos (e muitas) Pôncio Pilatos que existem por aí, dentro e fora de qualquer religião, que vai lá, passa a mão na cabeça, dá um abraço (falso, hipócrita, na maioria das vezes, e isto não é julgamento, é a realidade) com nojo porque a outra pessoa está doente, mal vestida e cheirando mal, "oferta" um conselho da boca para fora e vai embora achando que praticou a maior das caridades. Depois, ao sair da Missa, do culto, ou de qualquer outra reunião de sua religião ou seita, vira para o pedinte na rua e esbraveja orgulhoso de sua superioridade (?) social e financeira: "vai trabalhar, vagabundo, não vou sustentar seu vívio, não". Como você sabe, irmão, que àquela pessoa é viciada? Que moral cristã você tem para julgar? Principalmente pela aparência?
     O "cristão" de hoje (católico, evangélico, todos nós, enfim) somos tudo na vida, menos cristãos. Achamos que somos, mas jamais fomos ou seremos, salvo raras excessões de pessoas que se doam ao próximo. Eu, graças à Deus, tenho um exemplo vivo em família, pois minha tia Daisy se anulou para à família. É uma cristã verdadeira, no sentido radical da palavra. No mínimo, se fizermos - e quando fazemos - uma caridade, um gesto generoso, saímos alardeando para Deus e o mundo. "Não deixe que sua mão esquerda saiba o que fez a sua direita"... É para se pensar ou não? E as esmolas, as doações para instituições filantrópicas, para as catástrofes que ocorrem? Somente coisas velhas, sem utilidade, e o que não vai fazer falta em nossa casa, nossa família, nosso bolso. Essa não é a verdadeira doação. O que adianta ajoelhar ajoelhar, orar e pedir perdão à Deus, meu povo? Cuidado com o egoísmo, a arrogância (eu Tenho, eu Posso, eu Sou) do dia-a-dia, a mesa farta e o povo passando fome na sua porta, na esquina de sua rua. Chegará o Dia que, partindo desta vida num caixão luxuoso e coberto de caríssimas coroas de flores, levado para o suntuoso mausoléu para o seu "descanso final", irá - chegando diante d'Ele - pedir perdão e, certamente, Ele lhe responderá: "Como você quer ser perdoado, se não perdoou, se não ajudou seu irmão a se levantar e viver como você vivia?"
     Irmã Dulce perdoou, ajudou e deu chance - tirando do pouco que ela tinha - a muitos por aí. Ela ganhou o mundo (fazendo o bem), mas não perdeu a alma. Lembre-se que esta vida é curta, passageira. Depois... a eternidade. E aí?
     Paz! Perdão! Amor! Caridade! Faça destas palavras seu lema de vida. E esqueça a calúnia, a difamação, a mentira, a inveja, o dedo em riste para apontar, discriminar. O dedo do Pai vai apontar para você.

                                                                                                                                                                            SANFERR, 19.05.2011.
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quinta-feira, 12 de maio de 2011

RAINHA DO CÉU E DA TERRA. A FILHA PREDILETA DE DEUS!

 
                             MARIA DE NAZARÉ, MATER ECCLESIASE!
             A ÚNICA MULHER QUE SOUBE (E QUIS) AGRADAR AO SENHOR.


     Amanhã em todo o mundo os filhos de Deus e quem é verdadeiramente cristão, renderá glória e homenagens à Mulher mais importante que já habitou entre nós, a Santíssima Virgem Maria, Mãe de do Verbo encarnado (Jesus Cristo), seu Único Filho. Pura, sem a mancha do pecado original, virgem antes, durante e depois do parto - quer queiram ou não nossos irmãos protestantes (nome mais apropriado não poderiam ter os seguidores de Martinho Lutero) e evangélicos em geral - ela foi elevada aos céus de corpo e alma. O insondável mistério de Deus, chamado pejorativamente pelos "crentes" (?) como mariolatria. (Se eles acham que Jesus não deu valor, glória e louvor à Sua Mãe, eu não quero nem imaginar o que eles não fazem com as suas, pobres pecadoras iguais a todos nós!)...
                         A Propiciatória, a Redentora, a Reconciliadora e a Triunfante.
     13 de maio de 1917. Num belíssimo domingo da primavera européia, no lugarejo chamado Aljustrel, freguesia de Fátima, Portugal, três pastorinhos saíram para juntar na serra o rebanho de ovelhas. Eram Lúcia de Jesus, Francisco e Jacinta Marto, respectivamente com 10, 9 e 7 anos, crianças de origem humilde, puros, completamente diferentes das de hoje em dia corrompidas pelo egoísmo (inocente, mas egoísmo) "colocado" na cabeça delas pelo consumismo de uma sociedade comtemporânea onde o TER é mais importante que o SER, os vícios, a sexualidade precoce e os jogos perniciosos de uma tecnologia que só leva à destruição da juventude. Naquela manhã esplendorosa iluminada por um sol como jamais tinha sido visto, os pastorinhos de Fátima teriam suas vidas - física e espiritualmente falando - mudadas (e marcadas) para sempre na Cova da Iria, quando "uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente", segundo palavras da Irmã Lúcia anos depois, surgiu para eles.
                                         Graça Irresistível diante do Senhor.
     13 de maio de 2011. Comemoração de exatos 94 anos da primeira aparição de Nossa Senhora, Maria de Nazaré, a Mãe de Deus, em Fátima, diocese de Leiria. Depois daquela data memorável na história da humanidade cristã e atéia, outras cinco aparições - sempre no dia 13 (e ainda tem ignorantes supersticiosos por aí que acham ser este um número de má sorte!) - sucederam-se: 13 de junho, 13 de julho (quando os pastorinhos tiveram a terrível visão do inferno e logo a seguir seus semblantes angelicais ficaram momentâneamente horrorizados pela cena presenciada), 15 de agosto (única excessão, talvez propositalmente, pois este é o dia que comemora-se a Assunção da Virgem), 13 de setembro e a última aparição no dia 13 de outubro. (E a Mãe de Deus nunca se apresentou como Oxum, vejam bem!, e sim como Ela mesma). Estas foram as vezes que Nossa Senhora desceu do seu trono na glória celeste e nos deu a honra de Sua visita, deixando em cada uma dessas vindas mensagens para a raça humana, além da ocorrência de diversos fenômenos atmosféricos, os quais aconteciam para corroborar que, realmente, Ela estava ali. Em 13 de setembro ocorreu a belíssima chuva de pétalas de rosas (as mais perfumadas que o olfato humano já sentiu) juntamente com flocos de neve num evidente sinal que Ela, depois da Santíssima Trindade - Deus Pai, Filho e Espirito Santo - tem (quase) todos os poderes sobre as coisas e os elementos abaixo dos céus. Em 13 de outubro outro fenômeno maravilhoso, estonteante (e até assustador) ocorreria: o milagre do sol. O astro-rei girou rápidamente inúmeras vezes, como uma gigantesca bola de fogo, indo e vindo, dando a impressão (aos milhares de fiéis que presenciaram estarrecidos esta cena milagrosa e histórica, procurem, pesquisem e verão tudo nos jornais da época) que se chocaria com a terra. Havia chovido torrencialmente, o solo e as roupas das pessoas estavam encharcadas e, milagrosamente, tudo ficou seco em questão de segundos. Naquele mês de outubro de 1917, mesmo com a Primeira Guerra Mundial dizimando vidas pelo mundo afora há mais de três anos, Deus permitiu que a Virgem Santíssima, Sua Filha predileta dentre todas as mulheres desde a criação do mundo, mostrasse aos mais incrédulos, às diversas religiões que teimam em desacreditá-la, desmerecê-la, desmascará-la (como se tivesse motivos e fatos comprobatórios para tal ousadia, pobres coitados!) que Ela é, realmente, a rainha dos céus e da terra. (Se o povo fáz isso - tentar desacreditar - com a própria Mãe de Cristo, o que não é capaz de fazer aos demais?). Poder-se-ia dizer, então,  depois de tudo isso, que a expressão "graça irresistível" é técnicamente imprópria? Parece ser um oxímoro, porque a própria natureza da graça subentende que um dom gratuito é oferecido. Nós, católicos verdadeiros e não de ocasião, sabemos que Maria é apenas intercessora junto a Jesus, mas naquele dia foi-lhe dado o direito de fazer um milagre, talvez o maior deles. Nossa Senhora brincou com o sol como se fosse uma bola de ping-pong. E o sol, poderosíssimo e imponente em sua autoridade, tornou-se pequeno e impotente diante da vontade daquela Mulher, de Sua rainha. (Bem aventurados os olhos que puderam contemplar tal espetáculo!). Para completar, Maria profetizou solenemente: "Por fim, o Meu Imaculado coração triunfará!".
     Antes das aparições de Nossa Senhora, um de seus serviçais no "lar" celeste - denominado aqui como o Anjo de Portugal - veio preparar-lhe a visita como um mensageiro, embaixador, em 1915 e 1916, aparecendo também para os mesmos pastorinhos na forma de um belíssimo garoto de 15 anos na loca do Cabeço. Vários pontífices ao longo deste último século atestaram a veracidade das aparições e, seguindo a recomendação da Virgem, pediram ao mundo para intensificar a prática da oração do Rosário como arma sobrenatural para diminuir os sofrimentos da humanidade, dentre eles Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XIII, Paulo VI e os mais recentes, João Paulo II (um devoto fervoroso de Maria) e Bento XVI, o qual, na audiência geral de 18/05/2005, disse: "O Rosário é uma oração evangélica que nos ajuda a compreender melhor os mistérios fundamentais da história da salvação". Seu antecessor, o agora Beato João Paulo II, na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 16/10/2002, já havia escrito: "Recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de Cristo... Hoje encontramo-nos diante de novos desafios. Porque não retomar na mão o terço com a fé dos que nos precederam? O Rosário conserva toda a sua força e permanece um recurso não descurável na bagagem pastoral de todo o bom evangelizador". Trocando em miúdos, os papas disseram que o Rosário é o único meio para exercitarmos a nossa fé nos momentos mais complicados e terríveis de nossas vidas. É na dor, na dificuldade e no sacrifício que Maria vê a nossa força, nossa fé inabalável e corre para interceder por nós junto ao Seu Filho Jesus.
                                                      Deus e Satanás
    Junto com o Âlfa e o Ômega estão Lúcia, Francisco e Jacinta, obedientes. Ao lado do deus das trevas, o anjo rebelde e invejoso, ateus renomados como, por exemplo, Richard Dawkins e Michel Onfray, dois loucos. Dawkins tornou-se um terrorista contra a fé e Onfray, admirador de Friederich Nietzsche, morreu mais ateu e louco do que nunca. É para se pensar ou não? "Deixai vir A Mim as criancinhas, porque delas será o reino dos céus". E elas foram na figura dos três pastorinhos. Crianças e santos na glória celeste e beatificados na terra em 13 de maio de 2000, no caso de Francisco e Jacinta. Mas, para que milagres para comprovar a santidade desses previlegiados? Quem neste mundo é digno de ver Nossa Senhora, falar com Ela? Muitos lunáticos por aí, com interesses escusos, dizem que conversam, trocam "idéias" (?) com a Mãe de Deus... (E nisso vão engordando suas contas bancárias com as intermináveis romarias ao seu encontro). No caso dos pastorinhos, a estória é diferente. Qual interesse social, econômico e até mesmo cultural eles teriam para inventar uma mentira dessa? Eram humildes, ignorantes intelectualmente, mas mestres, sábios e doutores no amor e respeito às causas divinas. Tanto que Jacinta e Francisco amarraram uma corda-cílicio no corpo (quanto sofrimento!) por baixo das roupas para purificarem-se pelos pecadores.  Virtudes heróicas dos pequeninos! Dizia Jacinta à Lúcia: "Sofro muito, mas sofro tudo pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre. Gosto também de sofrer por amor de Jesus e de Maria! Eles gostam muito de quem sofre pela conversão dos pecadores". Num artigo publicado pelo L'Osservatore Romano, pe. Luís Kondor, vice-Postulador das Causas no processo de beatificação das crianças, escreveria: "Jacinta, depois de ver o inferno, só se preocupava com a salvação das almas em perigo de se perderem para sempre, imitando Jesus Cristo que veio ao mundo para salvar os pecadores". Não foi à toa que o Santo Padre Pio X profetizou: "Haverá santos entre as crianças". Queira Deus! Mas, pelo andar da carruagem (aliás, das motos nos dias atuais) no mundo que vivemos, onde as mães compram pílulas anticoncepcionais para as filhas e os pais, em geral, camas de casal para os adolescentes dormirem com seus amores (?), eu, particularmente, duvido muito. Uma criança (?) de hoje sabe muito mais sobre promiscuidade, maldades e difamações, libertinagem, que dez adultos de décadas atrás.
     Jacinta de Jesus Marto nasceu em Aljustrel em 11 de maio de 1910, adoeceu em dezembro de 1918 com broncopneumonia sendo internada no hospital Vila Nova de Ourém. Morreu no hospital D. Estefania em 20 de fevereiro de 1920. Francisco Marto também nasceu em Aljustrel em 11 de junho de 1908, adoeceu vitimado pela pneumônica em dezembro de 1918 e morreu em 04 de abril de 1919 da mesma forma que Jacinta, em odor de santidade. O rosto daquela menina que olhou tête-a-tête a face da Mãe de Deus não foi corrompido pelos mistérios do túmulo e em 22 de setembro de 1935, ao ter o corpo exumado para ser transferido para Fátima, o povo pôde constatar tal previlégio, tal merecimento. Irmã Lúcia sobreviveu por mais algumas décadas em recolhimento de fé e orações, dedicada à vida religiosa como Carmelita Descalça no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, esperando sua hora de ir encontrar-se definitivamente com a Virgem Maria, o que aconteceu quando já estava quase centenária, há alguns anos atrás.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                   SANFERR, 12.05.2011

a ESFINGE:
     "O importante não é agradar ao mundo e ao povo, mas a Deus. Ser simpático, cercado por falsos amigos de ocasião que só vão tirar o que você tem e coisas mundanas, ser querido (?) por víboras venenosas que irão lhe trair e picar nas curvas da vida, é a mesma coisa que ganhar o mundo e perder a alma".

                                                     "VIOLETTE", Albertina Borges Ferreira (1895-1998), professora, poetisa e intelectual camamuense.


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quinta-feira, 5 de maio de 2011

O MESTRE DO HUMOR E DO RISO

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                                                   CHICO ANÍSIO,
                        O MAIOR HUMORISTA BRASILEIRO DO SÉCULO XX.
  

     Os últimos tempos não foram dos mais auspiciosos para um dos maiores artistas brasileiros (e o mais completo deles, a exemplo de Claúdia Raia, Marília Pera e Bibi Ferreira) do último século. Após alguns meses hospitalizado entre a vida e a morte, trinta longos e sofridos dias - não somente para ele, mas também para os milhões de fãs, amigos e familiares - em coma, vítima de uma pneumonia e complicações pós-cirúrgicas no intestino, eis que Chico Anísio, o mestre do humior e do riso nacional, ressurge como a fênix das cinzas de seu próprio purgatório. Um purgatório que, por conta do sofrimento (quase) interminável do paciente, estava mais próximo do inferno que do céu. Mas, quis o destino que o maior humorista do país - ao nível dele apenas Jô Soares, Renato Aragão e Costinha (já falecido) - desse à volta por cima, driblasse o famigerado anjo da morte e voltasse o mais rápido possível (quanto surpreendente) ao trabalho, emocionando, literalmente, milhões de pessoas que gostariam de ter o seu dom e fazer o que ele fáz muitíssimo bem: contar piadas inteligentes, de fácil entendimento e de extremo bom gosto, as quais agradam dos menos favorecidos intelectualmente até os eruditos mais exigentes. Fazer rir não é fácil e qualquer leigo sabe disso. "Humor é feito por pessoa séria", segundo palavras dele mesmo. Gaiato é quem vive rindo de piadinhas grotescas e de duplo sentido que envergonham a classe dos comediantes gabaritados, sendo relevante apenas para palhaços que vivem às custas de presepadas e de "bobos da corte" que pagam ingresso para assistí-los. (Se é que me entendem!)...
     Chico Anísio, cearense de Maranguape, um nordestino "arretado, sim, sinhô", fez milhões de pessoas gargalhar durante várias gerações e até nos momentos mais dolorosos e complicados da sua internação - apesar de, óbviamente, ter tido seus instantes de inquietude, a incerteza da cura ou não - jamais perdeu seu bom humor, contagiando médicos, enfermeiros e funcionários do hospital onde experimentou seu calvário de dores físicas e a incerteza (mãe de todas as dúvidas e angústias) se ainda viria algum dia a estar no único lugar onde ele se sente verdadeiramente feliz, realizado como homem e artista: o palco. Quando alguém chega aos 79 anos - idade que Chico tinha quando sua via crucis começou - e se vê cercado por médicos que, mesmo do alto de toda sua competência científica não dão uma resposta satisfatória ao doente (por que não são Deus para advinhar o que está por vir), a única certeza absoluta que paira sobre a cabeça do desafortunado é da morte iminente, o fim da linha. Agora, depois de ter completado 80 anos no último dia 12 de abril, Chico tem uma outra certeza, esta bem mais concreta: não vale a pena fumar.
     Com uma carreira bem sucedida no teatro, cinema e televisão, Chico Anísio agradece aos céus a nova chance que recebeu: voltar à vida e trabalhar naquilo que gosta, diferentemente de milhões que trabalham (no que não gostam) só para não morrer de fome. Não é à toa que o assistimos todos os sábados no programa Zorra Total, da TV Globo, dando um show  (como sempre) de talento, vitalidade e um humor refinadíssimo, charmoso, que muitos queriam ter. Chico, o filho mais ilustre de Maranguape, é um bravo guerreiro, um vitorioso em todos os sentidos, apesar do início de dificuldades e muitos "não" que teve de ouvir. Não é qualquer um que cria mais de 200 personagens que fizeram (e ainda fazem) sucesso na lembrança dos fãz e na memória cultural do Brasil, agradando crianças, jovens e adultos das mais diferentes classes sociais. Personagens históricos, mitológicos, que vão desde o "cantor" Baiano da (dupla Baiano e Paulinho Boca de Profeta, Chico  City, TV Globo), interpretado por ele ao lado do amigo Arnaud Rodrigues, passando por Alberto Roberto (o famoso ator canastrão), o deputado corrupto Justo Veríssimo, o vampiro boa-praça Bento Carneiro, o pai de santo "aboiolado" Painho com sua fiel escudeira-mirim Cunhã, a repórter (crítica a muitas por aí) Neyde Taubaté, o sábio e tolerante professor Raymundo - considerado por ele sua melhor criação, obra-prima - até a velha fofoqueira de Passo Fundo (RS), Salomé, que vive dando conselhos pelo telefone aos mais diversos presidentes, desde o (já falecido) João Batista Figueiredo até a atual, Dilma Rousseff. Com tanto talento e versatilidade, o nosso Chico Anisio poderia ser um Chico "do mundo", internacionalmente conhecido, se tivesse tido a sorte de nascer na terra do tio Sam e não no nordeste brasileiro, falar inglês e não português. Mas, de qualquer jeito, nacionalidade ou idioma, Chico City Anísio é Show.
     Antes de se transformar no representante-mór do humorismo tupiniquim, Chico foi radialista, comentarista esportivo - e olhe que ele entende de futebol talvez até mais do que sobre piada, se é possível! - pinta como hobby e escreve roteiros de longa-metragem, além dos textos de seus personagens. Certa vez a imprensa noticiou que ele estava tentando emplacar seus acripts em Hollywood (EUA), mas parece que, infelizmente, não deu certo. O show-business, o cinema e os Eddie Murphy (ator americano) da vida não sabem o que perderam não dando oportunidade a um gênio como Chico. Nos intervalos de sua atribulada agenda, ele dá o ar da graça como ator de novelas, minisséries e filmes, a exemplo de "Tiêta" (1996) e, mais recentemente, "Sonhos de um Sonhador", sobre a vida de Frank Aguiar. Cantor (?), mas muito mais letrista/compositor - como já disse anteriormente - gravou junto com Arnaud Rodrigues vários discos como "Baiano e os Novos Caetanos", fazendo críticas a Tropicália, numa época (a ditadura militar) onde a simples menção dos nomes de políticos e generais do alto escalão do poder executivo era sinônimo de crime de "lesa majestade". Chico teve o prazer de vê-se "cantado" (artísticamente falando) por divas da MPB como Elis Regina (1945-1982), Dolores Duran (1930-1959), dentre outras. É verdadeiramente um homem das "mil faces", um showman que vai deixar sua marca, seu nome registrado para sempre no meio artístico-cultural brasileiro. Tanto que, assistindo aos ultimos acontecimentos da vida "cultural" brasileiro, uma pergunta se fáz necessária e não quer calar: por que Ronaldinho Gaúcho teve a honra (e bota honra nisso!) de sentar-se ao lado dos imortais e um criador, um homem talentoso e culto como "Sir" (ah, se ele tivesse nascido na terra de Sua Majestade Elisabeth II) Chico Anísio não teve? Aí, propositalmente, me vem à mente uma música muito famosa que fáz a clássica e perturbadora pergunta: "Que país é esse?"... (?)... A não ser que o genial Chico já faça parte da ABL (Academia Brasileira de Letras) e eu, na minha santa e inocente ignorância, não estou devidamente informado acerca dessa ato de justiça cultural. (Espero em Deus que "outros intelectuais" não passem por lá, homenageados com toda pompa e circunstância). Não quero desmerecer os dotes "musculosos" (sic!) e nem o talento futebolístico de um dos mestres dos gramados (de futebol, me entendam!) como Ronaldinho, o Gaúcho, o qual é muito mais eficiente e apreciável (de boca fechada) usando as pernas para correr e os pés para chutar a bola na direção do gol. "Filosofando" entre as paredes seculares e as cabeças pensantes de uma casa de cultura criada em 1896 por Machado de Assis - considerado até hoje o maior escritor brasileiro de todos os tempos - já é um pouco demais. Afinal de contas, a obra-prima de Machado de Assis é "Dom Casmurro", livro que està às vésperas de completar 112 anos e não "Dom Casburro", romande que, graças à Deus, Machado de Assis não se deu ao trabalho de queimar os neurônios para escrever. Um país que tem como representantes máximos da cultura e intelectualidade nomes como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Zélia Gattai, João Ubaldo Ribeiro, Rui Barbosa, Graciliano Ramos, Cora Coralina, Cecília Meirelles, Érico Vérissímo, Monteiro Lobato, Vinícius de Moraes, Caetano Velloso, Chico Buarque, Dias Gomes, Janete Clair (por que não?), Gilberto Gil, José Sarney, Rachel de Queiroz, Clarice Linspector, Mário de Andrade, Nélson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego, Gilberto Freyre, Mário Quintana, Darcy Ribeiro, Guimarães Rosa, dentre outros renomados, deve estar se perguntando até hoje o motivo do "bom de pés" (e só!) estar entre os "bons de cabeça"...(?)... Talvez - se é que tem explicação - a resposta dada certa vez pelo inesquecível Guimarães Rosa à sua filha (Vilma), quando ela lhe perguntou sobre os sertões das Minas Gerais, dê um ponto final as indagações: "Meu sertão é metafísico". Ou seja, a presença de Ronaldinho Gaúcho na ABL (talvez) tenha sido também metafísica, nebulosa, difícil de compreender.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                              SANFERR, 05.05.2011

a ESFINGE:
     "Mulher, não julgue e nem se julgue melhor que o gay, pois, na maioria das vezes, você não é tão fêmea como pensa e nem suficientemente capaz para colocar o nariz onde certos gays arrastam a sola dos sapatos".

                                   AUTOR DESCONHECIDO

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

     Maio é um mês especial por ser o mês dedicado à Virgem Santíssima, a Mãe de Deus.
     Este ano, em especial, maio trouxe a beatificação do "Santo" (já o é para o povo, para o mundo) Padre João Paulo II, falecido em 2005. Agora, nos próximos dias, a Bahia será abençoada com uma Beata, Irmã Dulce. O nome fala por si e dispensa comentários.
     Maio de 2011 também está, aqui na Bahia, mostrando-se como o mês das greves. Quero só expressar minha opinião dizendo que médico é MÉDICO e tem gabarito, qualificação, para não ter seus vencimentos abaixo de outras categorias menos qualificadas. Ele tem de saber onde vai meter o nariz, senão nossas vidas estarão correndo perigo. É como eu sempre digo: "cada macaco no seu galho". Estou solidário com a classe médica e todos os servidores da Saúde. Precisamos de transporte, precisamos, é claro! Mas eles podem ser fácilmente substituídos, na mesma hora, sem diploma e nem formação acadêmica. (Se é que me entendem!).
     Parabéns à todas as mulheres. Maio é de vocês. Só não se esqueçam de serem, realmente, mulheres e não mulherzinhas.

                                                                                                                                                                                                                               SANFERR
                                                            


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