JOHANNA SIGURDARDOTTIR,
O SÍMBOLO (UNIVERSAL) DO PODER QUE O GAY PODE EXERCER.
Certamente, um dos fatores responsáveis pelo fracasso de determinadas ações - e reações - em diversos segmentos da sociedade (ex-masculina, ex-machista, ex-patriarcal) moderna é o preconceito diante de uma classe que vem conseguindo notoriedade nos meios políticos, culturais e até sociais: os homossexuais. Sempre polêmicos e folclóricos (nas outras famílias) e alegóricos (quando os temos na nossa), em sua maioria esses meninos e meninas "diferentes" (?) são simpáticos, extrovertidos - porisso o nome gay, ou seja, alegre - carismáticos (uns nem tanto) e inteligentes, cultos (nem todos, contrariando a opinião duvidosa de terceiros que afirmam que "gay burro nasce morto"). Quando o gay não vem batizado com talento, cultura e competência necessários para sobressair-se, fazer um trabalho relevante que fique para sempre na história, para a posteridade - como, dentre centenas de outros renomados, Oscar Wilde, Angela Rorô, Denner, Clodovil Hernandez, Jean Wyllis, Clóvis Bornay, Bruno Chateaubriand, Versace, Aguinaldo Silva, Yves Saint-Laurent, Kenzo, Gilberto Braga, Ney Matogrosso, Jorge Fernando, sir Elton John (reverenciado pela nobreza européia), Rogéria, Michael Jackson, Roberta Close (o transsexual orgulho da nação, muito mais mulher que muitas por aí, intelectual e físicamente falando), aqui na Bahia os inesquecíveis Cary e Ney Galvão - no mínimo ele segue uma carreira não tão brilhante assim, comum, que não exige um QI mais profundo e é coadjuvante no seleto métier dos gays intelectualizados, de relevante desempenho na sociedade, os quais poderiam ser classificados como TOP GAY. Mas, geralmente, culto ou não, refinando ou espalhafatoso, de nível (decente) ou caricato, o homossexual (quase) sempre procura um meio de fazer-se notar (e respeitar) na área que escolheu para atuar, por menos importante que seja, ter seus quinze segundos de fama. Não é à toa que nos últimos tempos os homossexuais, tanto masculino como feminino, estão "roubando" a cena, tirando a coroa da decadente superioridade (?) política, social e cultural dos orgulhosos heterossexuais. Assim como as personalidades citadas acima, muitas outras figuras notáveis, dentro e fora do Brasil, deixaram de ser simplesmente pessoas, um anônimo, para tornarem-se nomes de prestígio por seus feitos e conquistas, ao contrário daqueles (e daquelas) que vivem apontando o dedo, criticando do alto de sua mediocridade e insignificância, vangloriando-se por honrar (?) suas calças e vestidos. Temos vários exemplos desses por aí, em cada esquina, em cada família, em cada ambiente de trabalho.
Um caso recente do valor que muitos gays tem nos foi dado pela Islândia, país europeu que está vivendo dias de tensão e alerta por causa de um vulcão. Johanna Sigurdardottir foi indicada em 2009 para Primeira-Ministra, além de ser a primeira Chefe de Estado declaradamente lésbica da história. Nascida em 4 de outubro de 1942, em Reykjavir, esta senhora elegante, cultíssima e simpática da fotografia acima, filiou-se ao Partido Social Democrata antes de tornar-se quem é, foi Ministra de Ação Social (1987), integrou o Comitê da Indústria e o Comitê dos Assuntos Exteriores. E aí, senhoras e senhores preconceituosos de plantão, o que dizer, com que cara (de pau, envernizada pela humilhação e vergonha) vocês ficam diante deste fato histórico, dessa realidade que afronta (e questiona) todos os seus (pre) conceitos de moralidade e arrogante conservadorismo? Diga-se de passagem, um conservadorismo falso, hipócrita, já que todos nós temos telhado de vidro, ninguém fica em cima do muro - sempre tomba para um dos lados - sem direito de julgar quem quer que seja. "A pessoa pode achar que sua conduta é certa, mas é Deus quem examina as consciências". Provérbios, 16-vs.2.
Aqui no Brasil, há poucos dias, todos os Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), por unanimidade, votaram à favor dos direitos (constitucionais) dos homossexuais...(?)...
O mundo está (mal) acostumado a olhar os homossexuais com escárnio, olhares desconfiados ou de repúdio, boca retorcida e pedras (simbólicamente falando, mas muitas vezes são pedras mesmo) que atingem (quase sempre) em cheio o ego, a auto-estima e a dignidade de quem quer apenas viver em paz, respeitando para ser respeitado. Comportamento antiquuado, políticamente incorreto, quando estamos vivenciando o apogeu tecnológico do século XXI, no qual - mesmo viajando em moderníssimas aeronaves e se comunicando com a rapidez dos SMS e dos e-mails - a sociedade teima em retroceder ao tempo das cavernas quando se trata das relações humanas. Até a TV Globo já se curvou ao sinal dos tempos e tem colocado o homossexualismo como tema relevante em várias novelas, minisséries e seriados. Então, prezados leitores, por que insistir em voltar à Idade Média e queimar nas fogueiras inquisicionistas nossos meninos e meninas alegres? Ou, então, como no século passado, imitar o que fez o diabólico, demente, megalomaníaco e repulsivo Adolf Hitler que, numa verdadeira caça às bruxas, submeteu milhares de gays a terríveis experiências científicas? Na verdade, o que "Adolfina" queria era disfarças, desviar a atenção do mundo para sua própria homossexualidade, as orgias que aconteciam no seu QG entre generais e soldados da Gestapo.
Está em nossas mãos a chance de darmos um BASTA, um "chega pra lá" na perseguição injusta, infame e vergonhosa que os homossexuais sofrem diáriamente. Precisamos mostrar que o homossexual é capaz, encorajar tantos por aí a deixarem de lado seus casamentos "normais" (?) fracassados, sem amor, sem realização pessoal, econômica e social - apenas por medo de ser taxado de gay - e investir num novo relacionamento, desta vez com quem gosta de verdade e trancou por conveniência no armário da discrição, escondendo da família, dos amigos e colegas de trabalho. Aliás, medo e vergonha são duas tristes palavras que devem ser expulsas de nosso dicionário. Medo de ser coerente com a sua verdade? Vergonha, de que? De estar ao lado, ser companheiro(a) de um(a) homossexual de destaque na sociedade? É mais fácil e digno viver intensamente a felicidade de um amor com alguém do mesmo sexo, que conviver dia após dia com a angústia, a tristeza de um casamento hetero, de aparência, sem amor, apenas para se camuflar dos comentários e dedos apontados.
Johanna Sigurdardottir é uma lésbica, sim, senhor. Mas uma lésbica que, ao contrário de muitas mulheres por aí, vai deixar seu nome na história porque tem valor, talento e quis se destacar, não ser apenas mais uma qualquer. Ela teve coragem e jamais medo, vergonha. Chegou ao topo, sendo respeitada e admirada mundialmente, mostrando que aonde ele arrasta a sola do sapato, muitos "normais" não tem capacidade de colocar a ponta do nariz. Provou que - não por sua opção sexual, que é uma questão apenas dela - com talento, competência e capacidade, administrou (e muito bem) o que para muitos heterossexuais seria (e sempre será) impossível: o governo de um país. Johanna é a prova que o homossexual (em sua maioria, exceto raras excessões, infelizmente!) veio ao mundo para ser especial, uma marca (na história) e não apenas mais um nome no recenseamento. Que o gay é sabidamente superior, está acima do mesmismo, do trivial, do "feijão com arroz", do cantado - e (quase) decadente - casamento entre pessoas de sexo diferentes. Não é à toa que os líderes deste imenso país (ainda tupiniquim em diversos aspectos), as cabeças pensantes - ou, no mínimo, poderosas - estão batalhando para mudar a lei e transformar o casamento num "casamento entre pessoas".
Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!
SANFERR, 26.05.2011
a ESFINGE:
"Vocês, ancestrais da espécie humana que se perderam por uma maçã... O que não fariam por um peru trufado?"
Anthelme Brillat-Savarin (1755-1826), advogado e político francês, autor de "A Fisiologia do Gosto".
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