quinta-feira, 30 de junho de 2011

A GRAÇA ( E A VOZ ) DA BAHIA

                                                          GAL COSTA,
                 "QUANDO SURGI, ME CHAMARAM DE JOÃO GILBERTO DE SAIAS", disse ela.


     A cantora baiana que deu vida (musicalmente falando) à sensualidade de Gabriela - interpretada por Sônia Braga na televisão com o inesquecível Armando Bógus e no cinema com o galã internacional Marcelo Mastroianni, os Nacib de sua vida ficcional, criada pela genialidade do imortal Jorge Amado - também é uma das deusas que cantam (e encantam!) no Olimpo da música popular brasileira. Aos 65 anos, pode-se dizer que Gal Costa vivencia com sabedoria a plenitude da vida como uma "jovem senhora", linda de viver (e até de morrer-se por ela, se fosse o caso) como diz a apresentadora Hebe Camargo. De bem com a vida, está amando - o filho Gabriel, adotivo, uma benção que Deus lhe deu - e sendo igualmente amada (pelos fãs) em todo o Brasil e nos quatro cantos do mundo. Do alto de sua mais recente moradia (ela muda frequentemente de csa como uma nômade, cigana, certamente buscando vislumbrar novos horizontes e,agora, a baía de Todos os Santos está logo ali embaixo, banhando seus pés elegantemente manicurados), Gal está confortávelmente instalada num dos espaçosos e elegantes apartamentos do sofisticadíssimo edificio Morada dos Cardeias, no largo do Campo Grande na capital baiana, onde mora também outra celebridade "cantante" - e estonteante, admirada por todos os funcionários do condomínio - do universo musical, a irreverente Ivete Sangalo. Gal, literalmente falando,  pode se dar ao luxo de olhar - do alto, e bota alto nisso - com tranquilidade para trás e ver que todo seu esforço, desde o difícil começo lá nos dourados (não tanto para muitos) anos 60, valeu a pena. Hoje é uma artista consagrada pela critícia e público - mesmo tendo recebido muitos comentários nada elogiosos, até mesmo depreciativos, por sua postura e aparência hippie - como uma das vozes mais respeitadas (e requisitadas pelos compositores) da MPB. Voz esta que não precisa ir além da primeira nota para que todos saibam quem está ao microfone.
     Maria da Graça Costa Pena Burgos - ou, melhor dizendo, desde que mudou seu nome em 1990 - Gal Maria da Graça Pena Burgos Costa, a filha de Arnaldo Burgos (pai que não chegou a conhecer e morreu quando ela tinha 15 anos) com Máriah Costa Pena (também já falecida), foi acostumada desde quando ainda se encontrava no ventre da mãe a ouvir boa música (clássica), pois d. Mariah passava horas cantarolando para o ser que crescia dentro de si. Com um comportamento, digamos, profético assim, a filha não poderia ter seguido outro caminho senão o de ser cantora, tornar-se um "monstro" da música popular brasileira, "batizada" pelo refinamento e bom gosto ao ouvir casualmente em 1959 o mestre João Gilberto sussurrar melodiosamente "Chega de Saudade" no rádio. Diz o sábio ditado - um dos poucos, já que a maioria não fáz sentido algum - que "filho de peixe, peixinho é". Dona Máriah, infelizmente, não teve seus dotes musicais reconhecidos, mas vingou-se na carreira mais do que vitoriosa da filha. Abençoado àquele dia quando, sem nada para fazer, Gal prestou atenção naquela canção interpretada por um homem de voz estranha, suave, agradável de se ouvir, que saía do rádio posicionado com toda honraria (era o home-teather da época) num lugar de destaque na sala. Um instante mágico que ficou para sempre guardado (na boa) lembrança de Gal e, tempos depois, já trabalhando como balconista da famosa loja Roni Discos, ela voltaria a ter contato (auditivo) com a mesma voz e tantas outras, inclusive Dolores Duran - que muitos a acusaram injustamente de imitar - as quais serviram para aprimorar os dons de autodidata talentosa e competente, mesmo ela já tendo uma certa iniciação no mundo musical tocando instrumentos como o piano e violão.
     Em 1963, Gal foi apresentada a Caetano e nasceu daí uma grande, proveitosa (e eterna) relação afetiva-musical entre os dois; uma parceria de bons amigos que sempre se entenderam e sabem o que um espera do outro com uma simples troca de olhares. Com esse "apadrinhamento", Gal teve acesso ao que de melhor se produzia na época em termos de Bossa Nova, MPB e (até) o samba. Conhecer Caetano Veloso através de suas amigas, as irmãs Sandra e Dedé (posteriormente esposas de Gilberto Gil e do próprio "Cae") foi um passo decisivo para incentivar Gal a traçar seu futuro como uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos. Versátil, boa de ouvido, Gal Costa não se limitou a um único gênero musical, sendo desde sempre influenciada por nomes como Jacques Biel, Tom Jobim, Baden Powell, The Beatles, Nina Simone, Elis Regina e o próprio João Gilberto. A soteroplitana nascida no bairro da Graça em 26 de setembro de 1945, estreou no espetáculo "Nós" em 22 de agosto de 1964 no templo das artes baianas, o Teatro Vila Velha, ao lado de Gil, Caetano, Maria Betânia e Tom Zé. Depois - como todos faziam naqueles idos - pegou a estrada e tomou o caminho da cidade maravilhosa em busca do reconhecimento nacional, participando "com muita honra e prazer" do disco de estréia da "mana" Betânia em 1965, um ano marcante para Gal já que foi no finalzinho dele que conheceu, finalmente, João Gilberto, seu deus, seu ídolo, sua referência musical.
     Com uma carreira consagrada em gravadoras do porte da Odeon, Emi, Universal, RCA e Trama, Gal conquistou seu "lugar ao sol" lançando compactos. O primeiro foi "Eu vim da Bahia" (de Gil) e "Sim, foi Você" (de Caetano). Depois vieram vários long-plays (lps) e canções que ficarão para sempre na memória daqueles que sabem o que são "pérolas" da MPB, como: Domingo (1967), Tropicália (1968), Gal Costa (1969, primeiro disico solo com canções de Jorge Ben, Caetano, Roberto Carlos, etc.), Fa-Tal (1971, ao vivo, show dirigido por Wally Salomão), India (1973, teve a capa vetada pela censura), Cantar (1974), Gal Canta Caymmi (1976), Caras e Bocas (com a música It's all over now, baby blue), Água Viva (1978, que lhe rendeu o primeiro disco de ouro) e Gal Tropical (1979). Foi com esse trabalho, orientada por Guilherme Araújo, que Gal mudou seu estilo (tanto no repertório e, principalmente, no visual) transformando-se numa elegante e charmosa "estrela", adepta dos saltos Luís XV e roupas assinadas por renomados costuureiros. Uma mudança drástica que lhe rendeu bons frutos, pois logo a seguir vieram Aquarela do Brasil (1980, me arrepio até hoje quando ouço), Fantasia (1981), Minha Voz (1982), Baby Gal (1983, best of the best), Profana (1984, sem comentários para a "vaca das divinas tetas") e Bem Bom (1985). De lá pra cá, Gal Costa tem nos presenteado com obras (também) de excelente qualidade, mas - graças ao péssimo gosto musical que tomou de assalto os ouvidos do povão em termos de música nacional ou, então, as internacionais, que não entendem bulhufas - a nossa diva tem feito mais shows elitistas (para um público selecionado, de extremo bom gosto) e menos populares (para grandes platéias), apresentando-se com frequência no exterior. Infelizmente para nós e felizmente para as platéias da Europa, EUA e Japão que sabem apreciar o que é bom e não o baticum infernal de músicos (?) malucos que acham que fazem som e cantores (as) que pensam que cantam. Se bem que, tanto aqui como acolá, tem sempre a platéia dos menos afortunados (culturalmente falando) que dão ibope as presepadas (infelizmente) exportadas por um Brasil tão rico de bons artistas. Hoje em dia esses (os bons) não tem vez, a não ser que cantem canções (?) sem letra, sem nexo, sem tudo (ou melhor, tudo que não presta musicalmente falando) e mostrem seu talento "bundante" requebrando eróticamente, "a dois passos do paraíso" da imoralidade (e da total falta de comprometimento com o artístico, visando apenas o sucesso sem merecimento - e meteórico - e lucro financeiro). (Se é que me entendem!)...
     Canções viraram clássicos, se eternizaram na voz inimitável de Gal "La" Costa, a exemplo de Coração Vagabundo (Caetano), Meu Nome é Gal (Roberto/Erasmo, considerada por muitos seu hino oficial), Bom Dia (Gil), Dadá Maria (Renato Teixeira), Baby (Caetano), Gabriela, a Mais Bela (Roberto/Erasmo), Divino e Maravilhoso (Caetano/Gil), Sua Estupidez (Roberto/Erasmo), Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi, dueto com Betânia) e tantas outras. O sucesso, felizmente - entre mais acertos que tropeços (natural em qualquer carreira) - chegou para a filha de d. Mariah. A Bahia e o Brasil sentem orgulho dela - tão criticada, menosprezada e, até certo ponto, marginalizada no inicio - tanto que Gal tornou-se referência para a nova (?) geração de (boas) cantoras como Zizi Possi, Adriana Calcanhoto, Marisa Monte, Vanessa da Mata, Ana Carolina, a "baby" Maria Gadú e até mesmo a sempre indecifrável (e maravilhosa!) Angela Rorô. Gal Costa, além da excelente cantora que é, mostra-se também ser uma pessoa generosa, querendo ajudar quem precisa (ela sabe o que passou antes de ter seu valor reconhecido), simpática e atenciosa com todos (conhecidos ou não), sem modismos ou estrelismos (tão comuns em várias por aí que se acham, sem nunca terem sido), sem manias absurdamente ridículas de "estrela" decadente que só sabe exigir (no camarim) e não tem nada a oferecer (no palco)...
     Gal Costa é uma personalidade internacionalmente conhecida, uma "marca". Não se vangloria de ter sido a única cantora brasileira a participar do Hall of Fame, no Carnegie Hall. È uma artista do grand-monde, apresentando-se com desenvoltura (e sendo aplaudida de pé) nos mais famosos palcos, como o fez em 2006 na casa de shows Blue Note, de Nova Iorque e logo a seguir no Japão, lançando o CD "Gal Costa live at The Blue Not".
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                               SANFERR, 30.06.2011

a ESFINGE:
     "Os interesseiros, aproveitadores, oportunistas e dissimulados pensam que estão enganando, traindo; mas não passam de idiotas, tolos e patéticos nas mãos de suas (possíveis) vítimas inocentes que, inteligentemente, fingem que estão sendo enganadas".

                                                                                                                                                                                SANFERR. 10.05.2010

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

     Na última quinta-feira (dia 23) no artigo sobre Gabriel Braga Nunes eu dizia que - por falta de leitura e o mínimo de conhecimento da língua portuguesa - o povo (nós) está falando mal, escrevendo pior ainda e as universidades despejando profissionais incapacitados no mercado de trabalho nas mais diversas áreas. Amigos, vocês não imaginam a quantidade de e-mails, SMS e até mesmo telefonemas que recebi criticando a minha opinião. Verdadeira, diga-se de passagem, tanto que na edição do Jornal Nacional da última segunda-feira (dia 27), William Bonner e Fátima Bernardes apresentaram a triste reportagem sobre os universitários (incompetentes) que não estão conseguindo estágio nas empresas por que não estão conseguindo (meu Deus, o que é isso?) escrever corretamente palavras corriqueiras, bobas. (Fiquei estarrecido diante da TV). Até mesmo estudantes de Comunicação, "aspirantes" à jornalistas...(?)...
     A culpa é do ensino fundamental deficitário que temos em nosso país, infelizmente, pois tudo começa na base, do primeiro degrau. E depois do famigerado vestibular-loteria (dos X), o qual é bom para a correção das provas e excelente para quem não tem conhecimento algum, pois pode ter a sorte de riscar na letra (A,B.C.D ou E) certa e entrar na faculdade sem merecimento algum. O Ministério da Educação tem de tomar uma posição urgentemente, reformular o vestibular, já que esse tal de gabarito está se transformando em "BURRARITO". As provas tem de ser aplicadas com perguntas (como são) e as RESPOSTAS escritas com as próprias palavras dos vestibulandos, acabando de uma vez por todas com as OPÇÕES, o "UNIDUNITÊ", a SORTE. Quem sabe, sabe, vai lá e dá conta do recado, provando com o preto sobre o branco. fáz ao VIVO, como diz Faustão.
     Sei que vou causar nova polêmica, mas defendo minhas opiniões até debaixo d'água, goste quem gostar e morro abraçando as mesmas. Sou contra o sistema de cotas nas universidades, pois lá é lugar de quem, realmente, sabe e não porque é branco, negro, pardo, moreno, azul, roxo, índio, periquito, papagaio... Temos, sim, de melhorar o ensino público no país e não sair distribuindo cotas para agradar a população, fazer figura e, futuramente, ser responsável por profissionais incompetentes no mercado. Aliás, as cotas - eu entendo assim - é uma forma de discriminação. Ou não? Uma pergunta se fáz necessária e não quer calar: existem cotas para pessoas que não sejam afrodescendentes, índios, pobres, etc?
     Sou pardo, pobre, de origem humilde, do povo, mas nem assim me acho no direito de tomar o lugar de quem, realmente, sabe, está gabaritado para cursar a faculdade de Medicina, Direito, Engenharia, Administração, etc. Não é a minha área. (Se é quem me entendem!)...
     O estudo e a leitura - sempre, sempre!, e eu digo com a experiência de autodidata - é a única maneira de se adquirir conhecimento, cultura e (quem sabe?) futuramente se tornar um intelectual. A massa encefálica de todo ser-humano é igual, não tem cor, etnia. (Ou tem?).
     Trocando de assunto, parabéns aos autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Gostei de assistir esta semana os capítulos nos quais os personagens Léo (Gabriel Braga Nunes, homenageado da coluna semana passada) e Horácio Cortez (Hérson Capri) estão começando a serem punidos pelo seu mau-caratismo, desonestidade. A era do "vale tudo" já era mesmo.
                                                                                                                                                                                SANFERR, 30.06.2011
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                                                        P    A     T     R     O     C     Í     N     I     O

quinta-feira, 23 de junho de 2011

UM GRANDE ATOR, UM TRISTE PAPEL


                                            GABRIEL BRAGA NUNES,
                   A SEDUÇÃO (MALDITA) QUE EXERCE UM SER-HUMANO
                          VENENOSO, CAFAGESTE, MAU-CARÁTER.


     A teledramaturgia brasileira é um verdadeiro ninho de cobras (não tão diferente assim do mundo real onde - quase todas - as pessoas preferem destilar veneno destruindo vidas de inocentes com calúnias, difamações e perseguições infundadas à oferecer o supra-sumo do amor filial). A ficção tem mais vilões no universo das novelas, seriados e minisséries do que possa imaginar nossa vã filosofia de seres-humanos imperfeitos, maledicentes, arrogantes e muito, muito desumanos, já que ninguém (ninguém mesmo) fica em cima do muro para julgar o próximo; quando não tomba para um lado, tomba para o outro e assim - falando mal uns dos outros achando-se o certo, o correto, acima do bem e do mal, apontando o dedo podre e condenando outras pessoas sem olhar "para o próprio rabo" caminha a humanidade para a degeneração total esquecendo-se completamente do "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei".
     A história - das várias estórias criadas desde que inventaram a telenovela no país - nos tráz a triste e preocupante estatística que o telespectador gosta, aplaude e, em alguns casos, torna-se até cúmplice (?) do antagonista, perverso e anti-ético (em todos os sentidos) transformando-o inconscientemente em ídolo, no seu personagem favorito. A prova está aqui nesta galeria de criaturas abomináveis que povoaram (e continuarão povoando) a dramaturgia:  Odete Roitman e Maria de Fátima ( Beatriz Segall e Glória Pires, Vale Tudo), Miro (Milguel Falabella, Selva de Pedra e, na versão original, Carlos Vereza), Yolanda Pratini (Joana Foom, Dancing Days), Laura (Claúdia Abreu, Celebridade), Altiva (Eva Wilma, A Indomada), Nazaré (Renata Sorrah, Senhora do Destino), Timóteo (Bruno Gagliasso, Cordel Encantado), Fred (Reinaldo Gianechinni, Passione), Pérpetua (Joana Foom, Tieta), Max (Lima Duarte, Araguaia), Raquel (Glória Pires, Mulheres de Areia), além do pai de todos os miseráveis, batizado (ou não seria excomungado como deveriam ser muitos(as) por aí que vivem de criticar e prejudicar?) como Leôncio (Rubens de Falco, A Escrava Isaura, clássico dos clássicos!). E por aí vai a interminável lista de péssimos exemplos de malandragem, de má conduta e (falta) de caráter criados pelos geniais - e contemporâneos - autores Silvio de Abreu, Gilberto Braga, Walcyr Carrasco, Duca Rachid, Telma Guedes, Ricardo Linhares, Maria Adelaide Amaral, Aguinaldo Silva, Glória Perez e tantos outros que com criatividade foram formados na escola - verdadeira faculdade do autodidatismo -  dos mestres Glória Magadan, Ivani Ribeiro, Dias Gomes, Janete Clair, Mário Prata, Lauro César Muniz, Manoel Carlos, Cassiano Gabus Mendes. Escritores que (tirando Dias Gomes, o único agraciado da turma) poderiam estar "imortalizados" na Academia Brasileira de Letras por seus relevantes serviços prestados à cultura - nem um pouco erudita, mas extremamente popular - do Brasil nos últimos 60 anos, chamada novela. Certamente até bem mais valorizados (pelo povão) que os acadêmicos que tiveram a honra de vestir o fardão, pois, infelizmente, vivemos numa sociedade culturalmente desinformada (e falida de conhecimentos gerais) onde tem-se o péssimo (e ignorante) hábito de dizer que "quem gosta de velho (inclua-se aí tudo) é museu"... (?)... (Talvez seja por tal razão que a Europa - berço da civilização, culturalmente falando - não tenha valor algum, já que vive de séculos de história, "velharias", não é pais dos asnos e avôs dos ignorantes?). Vivemos como homens das cavernas, pré-históricos no quesito intelectualidade onde é mais cômodo - e econômico, diga-se de passagem - apertar o botão do controle remoto que abrir as páginas de um bom livro, cometendo assim o pecado mortal de morrermos na mendicância cultural. Por essas e outras estamos falando tão mal, escrevendo pior ainda, e o que é inadmissível: culpa do vestibular-loteria (dos X, para quem sabe acertar e quem não sabe arriscar a sorte). As universidades estão despejando "profissionais" incapacitados nas mais diversas áreas - mas devidamente credenciados pelos famosos "diplomas" - no mercado de trabalho. Ou vão me dizer que é exagero meu?
     Leonardo Brandão, eis a questão que vem polemizando toda a nação nos últimos meses. O filho preferido de Wanda (Natália do Valle, excelente desempenho!), a incógnita (até bem poucos capítulos atrás) na vida do pai Raul (Antonio Fagundes) e o traidor-mór do próprio irmão Pedro (Eriberto Leão). O pior exemplo - de família desajustada, problemática, infeliz - que a dramaturgia tem dado todas as noites através da (realista) novela Insensato Coração, TV Globo. Com um elenco estelar onde figuram nomes de peso como Natália Thimberg, Tarcísio Meira, Glória Pires, Rosi Campos, Isabela Garcia, Débora Secco, Débora Evelyn, Hérson Capri, Ana Beatriz Nogueira, Bete Mendes, Roberta Rodrigues, Milton Gonçalves (uma das cenas de morte mais comovente dos últimos tempos), Louise Cardoso, Cássio Gabus Mendes, José de Abreu, Paola Oliveira, Ana Lúcia Torre, Norma Blum, José Augusto Branco, Maria Clara Gueiros e Camila Pitanga, dentre ouros, a telenovela revelou (?) um ator - apesar dele ter mostrado seu talento em trabalhos anteriores - que tem a capacidade de mostrar toda a hipocrisia e ódio do personagem (um marco de mau-caratismo, falsidade e frieza) com a representação de uma simples olhar: Gabriel Braga Nunes, o filho da atriz Regina Braga com o diretor Celso Nunes. A competência de Gabriel fez e lógicamente fará até a última cena de Léo, o diferencial neste mundo ficcional. Sua larga experiência ao longo da carreira (até então promissora e agora vitoriosa) o fáz representar com "o útero", viver o personagem com uma naturalidade desconcertante. Quem contracena com ele não tem vez - não tem essa de "passar a bola", química - pois Gabriel rouba a cena. Uma carreira que inclui sucessos de público e crítica como "Essas Mulheres" (baseada nos romances Senhora, Diva e Lucíola, de José de Alencar), Cidadão Brasileiro e Poder Paralelo, todas da Record. Já na TV Globo, participou recentemente da série As Cariocas (no episódio A Atormentada da Tijuca). além de Anjo Mau (1997), Terra Nostra (1999), Uga-Uga (2000), Estrela-Guia (2001), O Beijo do Vampiro (2002), completando seu currículo com O Quinto dos Infernos, Kubanacan, Os Aspones e Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva, onde viveu Dirceu de Castro (depois interpretado por José Mayer, na segunda fase) nos primeiros capítulos. No cinema marcou para sempre sua ilustre participação em Carandiru e Chatô, o Rei do Brasil (2003) e A Dona da Estória (2004, fazendo o papel dele mesmo). Gabriel Braga Nunes é um showman, um ator para mil interpretações. Os personagens correm atrás dele e não ele atrás dos personagens, como vemos diáriamente outros (que se acham bons atores) fazendo "caras e bocas", caricatos, posando de futuros (pseudos) galãs: decadentes.
     Leonardo é um destes personagens que todos, sem excessão, dizem: "eu conheço uma pessoa assim". E sabem por que? Porque existem milhares de Leonardos - disfarçados ou assumidos (sem pudor ou falso moralismo, máscaras) em seu péssimo caráter - circulando em todos os lugares, em várias famílias, nas esquinas, nos colégios e locais de trabalho. Hoje em dia a hipocrisia, ingratidão e crueldade (moral e fisicamente falando) fazem parte da vida dos ditos "certinhos" também, já que - em algum momento na vida, consciente ou inconscientemente - pratica-se esses sentimentos abomináveis nem que saiba para se defender das maldades alheias. É um círculo vicioso, infelizmente, onde a moral, a ética e, principalmente, a caridade cristã (tão em desuso) estão em segundo plano, são meros coadjuvantes num elenco (a sociedade) onde o "se dar bem", o TER e não o SER, é o protagonista numa produção deplorável intitulada "Caluniei, Persegui, Atropelei, Derrotei e Venci"... (?)...  (O que tem de "vitoriosos" com esse livro de cabeceira!).
     Acredito que, ao contrário de Vale Tudo (1988), onde o personagem Maria de Fátima (Glória Pires, sempre maravilhosa!) terminou como princnesa depois de ter atropelado e derrotado várias pessoas, inclusive a própria mãe Raquel (Regina Duarte), desta vez Gilberto Braga e Ricardo Linhares - autores de Insensato Coração - mostrarão ao telespectador que a falta de ética, a calúnia, a perseguição, o ódio e a inveja não levam ninguém a nada. Para se vencer na vida só existe dois caminhos: o trabalho e aguardar a aposentadoria (no Brasil irrisória, ridícula) ou o talento (para poucos) para se tornar (merecidamente) rico, famoso e respeitado em sua área. Não existe meio-termo. (Ou há?).
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                            SANFERR, 23.06.2011

a ESFINGE:
     "Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira".

                                                                           Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) poeta, escritor e dramaturgo alemão.

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

THE WOMEN ARE THE ONES THAT MAKE THE PARADES TO BECOME TRUE SPECTACLES.




                                   MISS BARROS, ANA BEATRIZ BARROS
     AS MULHERES QUE FAZEM DOS DESFILES VERDADEIROS ESPETÁCULOS,
                                              DIZ O TÍTULO ACIMA.

     Desde que venceu o disputadíssimo concurso Elite Model Look, da agência Elite, Ana Beatriz - uma das mulheres mais bonitas que o país lançou para as lentes dos maiores fotógrafos do mundo e deu de presente às passarelas das maisons internacionais - tem provado a cada dia que passa, a cada passo que dá desfilando (como se pisasse em nuvens) sensual e competentemente com a altivez de uma profissional talentosa, consciente do poder e credibilidade que conseguiu no mundo fashion, que as belas mineiras não vieram ao mundo como meras figuras decorativas (e desejáveis) do universo masculino, mas sim para deixar seus nomes - "marcas" disputadas a peso de ouro - para sempre na galeria da fama, seja como medelos ou misses. Vários nomes poderiam ser citados aqui, mas Ana Beatriz é o bastante para representar a terra de JK, do pão de queijo, do torresmo, nesta deliciosa combinação de cores (morenas, negras, ruivas e loiras) e sabores (para todos os gostos) que nada fica devendo a outro Estado também esportador de beldades - a nossa querida Bahia - como as eternas Marta Rocha (Miss Brasil 1954), Marta Vasconcellos (Miss Universo 1968) e Adriana Lima, outra top que também foi descoberta em concurso (Supermodel of the World, da agência Ford Models) e vem arrasando mundo afora como uma das mais requisitadas e bem pagas, algo em torno de oito milhões de dólares por ano, só sendo desbancada no ranking para outra brasileira, Gisele Budchen.
     Esse avião - verdadeiro boeing 747 batizado como Ana Beatriz Barros, mineira de Itabira desde 29/05/1982 - aterrisou seus potentes pneus (no caso, longílineas e calibradas pernocas) na noite do último dia 04 no Cais Dourado, templo dos grandes eventos da capital do acarajé e vatapá como convidada vip do Monange Dream Fashion tour 2011. Encantadora, feliz, entusiasmada e - se é possível - mais bonita do que nunca, além de carinhosa e simpática com todo o staff, fãs e a imprensa, Ana Beatriz mostrou ser, realmente, a rainha única e absoluta de uma corte onde a menos desprovida das mulheres poderia ser chamada de linda. Em meio a colegas tão famosas como ela e todas as outras candidatas a (pré) candidatas a esse exclusivo mundo de glamour, luzes, cores e fantasias, onde o mínimo (fechar a boca, em todos os sentidos falando) é o máximo em termos de elegância, charme e prudência, Ana Beatriz foi o diferencial. A noite estava agradávelmente perfeita, show de um bom DJ (não me recordo o nome, desculpe), o cenário dos melhores, próximo a afrodisíaca baía de Todos os Santos e centenas de pessoas, fãs deslumbrados - e alguns (até) deslumbrantes, bonitos e chics (Glorinha Kalil ia adorar) nos seus figurinos (?0 fashion - se acotovelando a um passo da (quase) agressão física e verbal (babado forte!) para conseguir um bom lugar junto a passarela, portando-se como verdadeiros plebeus diante da majestade de inúmeras mulheres de se tirar o chapéu. Ver Ana Beatriz - e todas as outras, claro! - bem de perto, estar com ela, nos deu a certeza que fadas existem e não são criação das revistas, dos anúncios de publicidade. A sua voz é um verdadeiro "canto das sereias", a pele... ah! a pele dela é um capítulo à parte no livro (clássico dos clássicos) intitulado "Esta não é Uma Mulher, é A Mulher". A área reservada para as topo models parecia mais a ante-sala do paraíso onde observamos boquiabertos, estupefatos, que Deus criou a mulher - e sem ter jeito a dar, mesmo sendo Ele o Criador - aceitou as demais, pobres e infelizes mortais que fazem parte do mesmo (?) universo únicamente por ter seios, o sexo identificatório e a capacidade de procriar... (?)...
     Desde a sua chegada até o momento que o (não menos) belíssimo, educado e sorridente ator Guilherme Winter (Renato da novela TITITI, TV Globo) subiu ao palco vestindo um elegante blazer sobre a camiseta com a logomarca do evento, Ana Beatriz mostrou-se atenta à tudo e a todos ao seu redor, curiosa em saber (mais) coisas da terra do Senhor do Bonfim, enquanto era maquiada e penteada dando ao final ela própria os (sem necessidade) retoques naquele rosto talhado sábiamente pelas mãos divinas. A mãe-natureza - sem exageros, apenas equilibrio, textura, luminosidade e harmonia - foi extremamente generosa com a top, a darling de mestres da houte couture como Cristian Dior, Lacroix, Jean-Paul Gaultier, Paco Rabanne e garota-propaganda de marcas como Diesel, L'Óreal, Victoria's Secret, Chanel, etc.  Ana Beatriz é, realmente, uma musa capaz de seduzir qualquer homem ao ponto de deixá-lo louco por querer dar um mergulho (de prazer) naquele corpo desenhado por Deus e retocado por Leonardo da Vinci. (E pensar  - loucura das loucuras - que Roberto Marinho Neto, depois de um relacionamento intenso e apaixonante, deixou essa Vênus escapar)...
     Segundo um fotógrafo paulista que esteve todo o tempo ao meu lado, o Monange Dream, versão Bahia, foi o melhor de 2011 até então. Naquela noite, disse o arrasante espécime masculino de olhos verdes e corpo de deus grego - aliás, digno de estar sobre a passarela e não diante dela - Ana Beatriz estava inspirada pelos deuses das linhas e tecidos. Se vivo fosse, o incomparável Denner teria dito "um luxoooo!" para ela, sem falar no papa dos costureiros brasileiros (Clodovil Hernandez) que à seu modo - irreverente, sábio e elegante - teria aplaudido a passagem da diva na passarela soteropolitana. Sem dever nada a outras como a mitológica Gisele Budchen, Naomi Campbell, Shirley Malmann, Elisabeth Hurley, Renata Kuerten, Izabel Goulart, Ana Hichaman, Gianne Albertoni e as inesquecíveis ("mães" das atuais modelos) brasileiras Mila Moreira, Xuxa, Luiza Brunet, Monique Evans, Ana Beatriz me fez pensar (inúmeras vezes) durante o desfile como o Todo Poderoso foi generoso ao criar essas fêmeas para o deleite dos olhos masculinos e a inveja das demais, àquelas que feias, desengonçadas, mal vestidas e totalmente sem encanto, não fazem jus a máxima do mestre Vinícius: "beleza é fundamental". Mesmo não tendo sido agraciadas pelos atributos físicos que sobram nas divas, eu diria que também são burras, incompetentes, pois hoje em dia existem mil artifícios para elas disfarçar sua triste e deplorável aparência. Afinal de contas, dizem por aí que mulher bonita vai ao salão para fofocar (e afrontar as outras, não é, Débora Secco?) e as feias para uma recauchutagem geral (quando conseguem). Entram bruxas e saem (quase) princesas (nem que seja como as irmãs de Cinderela) para os braços do príncipe amado, o qual, na maioria das vezes, não passam de sapos, lobos em pele de cordeiro, com um único e egoísta objetivo. (Se é que me entendem!)...
     Ana Beatriz Barros, esta é A MULHER. Autêntica embaixadora de tudo de bom que Deus imaginou ao inventar àquela que seria a Mãe de todas as gerações.
     Do alto dos seus 1,85m, 57 kgs e profundos olhos azuis, é um "monstro" no mundo mágico e fascinante das modelos brasileiras que brilham nas passarelas internacionais, dando orgulho e nossa nação ao aparecer nas capas de renomadas publicações como Vogue, Marie Claire (britânica), Elle, Anica, Número e tantas outras. Escrever sobre ela é difícil. Basta apenas olhar e admirar umas das maravilhas que o universo deu de presente aos representantes da espécime masculina e colocou como exemplo, um espelho-vivo para as filhas de Eva.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                            SANFERR, 16.06.2011

a ESFINGE:
     "A inveja e o ódio mata mais que a guerra, e o que é pior: destrói dos dois lados. O invejoso calunia, difama e essa mentira acaba com a vida do injustiçado: mas, depois de algum tempo, o caçador vira caça e a má sorte, as tragédias familiares, doenças e toda sorte de infortúnios aniquila o invejoso dentro do seu próprio campo de batalha: a língua".

                                                                                                                                                                                  AUTOR DESCONHECIDO

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

O XANGÔ QUE É MESMO UM TROVÃO DAS LETRAS E DAS ARTES



                                              JÔ SOARES,
O FOFINHO MAIS CHARMOSO E SEXY ENTRE TANTOS MAGROS DESELEGANTES!

     Além do genial, incomparável e mestre Chico Anísio, do não menos competente Renato Aragão e do pupilo - dos três - mais audacioso que surgiu nos últimos anos (Tom Cavalcanti), o nordeste brasileiro - mesmo indiretamente, já que ele não nos deu a honra de nascer por aqui, mesmo sendo filho de um conhecido casal paraibano, o empresário Orlando Soares e dona Mercedes Leal - presenteou o país com outro "doutor" do riso, formando assim um trio imbatível que durante gerações será sinônimo de alegria para crianças, jovens e idosos, além de referencial, "escola" para àqueles que acreditam ser engraçados, fazer humor, quando na verdade só fazem trapalhadas e presepadas dignas de amadores, aprendizes na arte circense. Jô Soares é seu nome artístico e José Eugênio de batismo, nascido em 16.01.1938 no Rio de Janeiro, um verdadeiro "acaso" para quem tinha tudo para ser um nordestino "arretado, sim, sinhô", se não fosse o tempero do destino nesta confuza cozinha carioca-nordestina apresentada aos gourmets (o público) como uma salada surreal servida não antes mais depois (e bem depois mesmo!) do feijão (maravilha) preto e a rapadura (que delícia!). Para confirmar que - apesar de suas raízes ter origem na terra do jerimun, seca e árida do escaldante e (quase) insuportável sol nordestino - sua vida estava destinada a menos infortúnio e mais sorte, Jô Soares viveu sob a brisa refrescante que vem do mar na cidade maravilhosa, tornando-se um cidadão (não do pé no chão ou sandália de couro, mas dos ternos de linho branco) do grande-monde, acostumado desde cedo ao refinamento, cultura e glamour dos ambientes europeus, tão diferentes das origens de seus antepassados, já que estudou - como mandava a cartilha dos "bem nascidos" da época - no Lycée Jaccard, em Lausanne (Suíça), depois, óbviamente, de ter "alisado o banco da ciência (e religiosidade) do tradicionalíssimo Colégio São Bento, no centro do Rio.
     Com um histórico deste nível, não foi surpreza para ninguém quando Jô disse que queria seguir a carreira diplomática. Mas, graças aos deuses do teatro - e, neste caso específico, das artes e cultura em geral - ele seguiu outros caminhos e desde então tem mostrado todo seu talento nas mais diversas áreas que um "cabra" (?) talentoso e culto como ele pode investir. Seja como comediante, escritor, artista plástico, dramaturgo, roteirista ou músico, Jô Soares é unanimidade no quesito competêencia e profissionalismo. Hoje, depois de 73 anos muito bem vividos (e devidamente aplaudidos por todo o povo brasileiro, já que ele é do seleto grupo que nasceu para ser aplaudido e não aplaudir), em meio a reclusão necessária às mentes previlegiadas, às cabeças pensantes, Jô pode olhar para trás e orgulhar-se de sua trajetória (apesar de ser rico, não foi nada fácil) ao ver-se imortalizado na memória de milhões de telespectadores e leitores de várias épocas, que o acompanhou semanalmente como num ato litúrgico de endeusamento (?) em programas clássicos do humorismo e do entretenimento como, por exemplo, "Família Trapo", "Planeta dos Homens", "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Satiricom", "Viva o Gordo" (na sua fase SBT, em 1988), "Jô Soares Onze e Meia" e "Programa do Jô", o qual está no ar (TV Globo) desde 2000 entrevistando com toda sua irreverência, charme, siceridade e competência, personalidades nacionais e estrangeiras. Jô não é apenas um showman, um apresentador (e dos melhores) de televisão que tem a capacidade, o poder de fazer com que as pessoas não saiam diante da telinha. Ele é um gentlemann, uma verdadeira pensão para homens de fino trato, apreciador de bons vinhos e - ao contrário do que muitos desavisados imaginam por aí, por conta dos seus (elegantes) quilos a mais - um devorador (no bom sentido, é claro!) dos apetitosos pratos da suave e sofisticada cozinha francesa. Amante também da boa música - apesar de, por força do trabalho, levar de vez em quando para o programa o que de pior se produz em termos de música (?) num país tão controverso, culturalmente falando - gosta de ouvir as pérolas, diamantes e esmeraldas da MPB, além de um bom jazz. Tanto que, em determinado momento de sua vida, apresentou excelentes programas sobre o assunto na extinta Jornal do Brasil AM e Antena 1, ambas do Rio de Janeiro.
     Não digo (seria leviandade de minha parte, já que não privo de sua intimidade) que Jô Soares é um mulherengo incorrigível, pois jamis iria comparar um homem de extremo bom gosto (e bom senso) para desvendar os mistérios da alma - e do corpo - feminino como um don Juan de nonagésima categoria que encontramos fácilmente (e ridicularmente) gabando-se de suas proezas sexuais, suas conquistas amorosas - quase sempre mentirosas - em qualquer esquina, nos "pés sujos" (botecos sem classificação, sujos e decadentes, de péssima clientela) bailando (?) ao som do pagode, arrocha ou outro tipo de pseudo-canção, ritmo musical, que agride acintosamente (e degradantemente) a audição apurada de um verdadeiro cavalheiro. Agressão desavergonhada e safada à altura do desequilibrio físico e moral dos beberrões que costumam frequentar esses antros perniciosos, entre uma taça (ops, perdão!)  um copo e outro de cerveja ou cachaça (a nossa champagne) de procedência e qualidade duvidosa. Jô Soares é um verdadeiro estudioso - e bota estudioso nisso! - das descendentes de Eva, das mulheres que tem o que acrescentar (e não envergonhar, rebaixar) ao homem que as escolhe como companheira, mãe de seus filhos, senão por toda a vida, mas ao menos até que "o último suspiro do amor" seja dado sobre a ponte da paixão. (Os admiradores de uma boa leitura francesa saberão o trocadilho que fiz). Fêmeas acima de todo e qualquer conceito de beleza, elegância, cultura e savoir-faire, como a atriz Teresa Austregésilo com quem foi casado entre 1959 e 79 e a qual lhe deu um filho (Rafael). Outras beldades vieram enriquecer seu vasto currículo de latin lover (?). Silvia Bandeira, doze anos mais nova e a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras Soares tiveram o prazer de dividir sua cama e honra de conviver - e aprender em termos de cultura  e bem viver - com o gordo mais sensual do país.
     Para quem não sabe, Jô é poliglota, falando fluentemente em quatro idiomas: inglês, francês, italiano e espanhol. Com todas essas qualidades, José Eugênio tinha tudo para se tornar um adido cultural, embaixador ou (porque não?) um dos melhores Ministro de Relações Exteriores. Versátil, homem de inúmeros projetos e criações, Jô  não podia ter deixado o cinema de fora do seu currículo e deu sua valioso contribuição para a sétima arte com filmes como "Rei do Movimento" (1954), "De Pernas pro Ar" (1956), "Pé na Tábua" (1957, com roteiro de Chico Anísio), "Ceará contra 007" (1965, uma sátira ao famoso personagem James Bond, espião inglês), "O Pai do Povo" (1976, com roteiro e direção dele), além do principal de todos (e, certamente, o mais conhecido do público atual), "O Xangô de Baker Street", romance homônimo que o catapultou ao topo dos grandes escritores brasileiros, mesmo ele tendo iniciado no mundo das letras bem lá atrás escrevendo sucessos de público e crítica como "O Astronauta Sem Regime" (1985), "O Homem que matou Getúlio Vargas" (1998) e "Assasinato na Academia Brasileira de Letras" (2005).
     Por tudo isso, pode-se afirmar que Jô Soares não é apenas um trovão, mas uma tempestade completa no mundo das artes, capaz de remover montanhas e mexer com céus e terra para consegui cada vez mais sucesso.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!.

                                                                                                                                                                                          SANFERR, 09.06.2011.

a ESFINGE:
     "Quando alguém lhe contar o que andam dizendo de você, conte a essa pessoa o que falam dela. Isso resolve a questão".

                                                                                     Edgar W.Howe (1853-1937), escritor americano.

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocinios, doações):

     Gostaria, mais uma vez, afradecer as manifestações de apoio e amizade que tenho recebido de todos vocês através de e-mail, SMS e telefonemas. Principalmente aos mais corajosos que não tem receio de expôr seus comentários - tão generosos! - aqui em minha coluna. Fico sensibilizado e comovido com tantas palavras carinhosas, mas, não me levem à mal, eu peço que falem apenas sobre os artigos publicados e não sobre a minha pessoa. Eu sei que vocês são meus amigos fiéis, leitores assíduos, querem me agradar com elogios às vezes um pouco exagerados, são que me sinto constrangido ao ler. Obrigado de coração.
     Aproveito também para agradecer a vários jornalistas/colunistas de diversos orgãos de imprensa nacional e até alguns estrangeiros que estão enviando e-mails me parabenizando pela qualidade do trabalho. Sou autodidata com muito orgulho e fico feliz que vocês, amigos, profissionais gabaritados como são, estejam se dando ao trabalho de ler e aprovar a coluna SANFERRPRESS. Deus os abençõe e lhes dê cada vez mais sucesso.
     Domingo próximo, dia 12, iremos saudar o dia do AMOR. Esse mesmo amor que todo o Brasil está mostrando pelo meu trabalho aqui na internet desde que lancei o blog. Para os amantes, os eternos enamorados, para os corações que batem incansávelmente por outro alguém (e nos dias atuais é uma benção ter esse tipo de sentimento) eu gostaria de lembrar que...
     ... o AMOR não é egoísta, possesivo, já que ninguém é dono de ninguém. Se, realmente, amamos com o coração (e não da boca para fora) queremos ver o outro bem, feliz e realizado em todos os sentidos. Mesmo que seja ao lado de outra pessoa.
     ... o AMOR é sublime quando sofremos com a dor da distância, da saudade e choramos a falta de compreensão, a ingratidão, a traição, e o que é pior: os preconceitos plantados no fundo de nossa alma por pessoas que querem tudo, menos a nossa felicidade. Pessoas mesquinhas, pobres de tudo (principalmente de espirito, talento e competência) que não se conformam com a felicidade e estabilidade emocional, profissional e social do outro.
     ... o AMOR é fiel, solidário e mesmo longe, sem o toque físico, o coração bate mais forte ao saber que é amado e que ama com a mesma intensidade.
     ... o AMOR verdadeiro é doar nossos melhores pensamentos numa oração silenciosa (sem alarde) para que tudo de bom aconteça ao outro.
     AMAR de verdade não é ter satisfação ao saber que o outro está sofrendo com a separação. E sabe por que? Porque fomos burros para não dar valor a quem nos ama do fundo do coração, sem nenhum interesse, falsidade, apenas se doando de corpo e alma, capaz de dar a vida...
     ... o AMOR verdadeiro não se deixa sepultar no túmulo do orgulho, da arrogância, da indiferença. Ele sabe perdoar, estender a mão para àquele que caiu (do cavalo) pelas falsas expectativas de um novo relacionamento e foi covardemente pisoteado pelos coices da paixão ilusória.
     AMAR de verdade é mandar bons fluidos através de um generoso bem-querer: "Seja feliz, aonde e com quem você estiver... meu amor!".
     Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, John Lennon e Yoko Ono... Nem a morte, nem os anos, fez com que essas paixões, esses amores (eternos!) fossem enterrados sob a lápide do calendário humano - o nosso tempo e não o passado, futuro e presente - tão impiedoso como o passar dos dias, semanas e meses, como os fios brancos em nossa cabeça e as rugas (de saudade!) em nosso semblante triste e esperançoso...

                                                                                                                                                                                            SANFERR, 09.06.2011.
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