quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A DAMA DO PT ( PÁRA TUDO)


                                                      DILMA ROUSSEFF,
                                 UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL? SÓ O TEMPO DIRÁ.

     "Pára tudo e vamos organizar essa casa, pt" (ponto de seguimento e não final) - teria dito S. Excia. a robusta (em todos os sentidos) presidente - ou presidenta, como queiram - do Brasil Dilma Rousseff ao chegar no palácio do Planalto em seu primeiro dia de trabalho há oito meses atrás. Ou, se não o disse, deveria ter dito já que, querendo ou não os partidos aliados deste primeiro governo feminino - sem ser, até o presente momento, tendenciosamente feminista - é o que está fazendo a "dama do PT" (e do poder total) desde que tomou posse, politicamente falando, do destino de todos nós, brasileiros. De amarelados pela fome, corrupção e falta de oportunidades, estamos nos tornando verdes, cheios de esperança no futuro e no real. Históricamente, somos um povo que não sabe votar e, vergonhosamente, também não procuramos nos aprofundar no assunto, estabelecer uma relação íntima com esse direito (e dever) cívico, já que entendemos (e muito!) mas é de samba, carnaval, praia, suor, cerveja e futebol. Na famosa "pelada" todos os homens são craques e no samba as mulheres estão dominadas (?) e dominando no ritmo esperançoso do "deixa a vida me levar" ou, então, "amanhã há de ser outro dia"... Mas parece que desta vez, milagrosamente, tudo nos leva a crêr que acertamos ao substituir o terno escuro (e bota escuro nisso!) da ditadura militar - e do "voto de coronel" (?) - pelo tailleur extraordináriamente liberal da democracia plena, geral e irrestrita. Apesar de, particularmente (e como colunista - e não jornalista, vejam bem! -  tenho a liberdade de me expressar assim) eu achar que na prova da urna os eleitores tenham feito o mesmo joguinho de unidunitê (fator sorte) que os jovens aspirantes a uma vaga nas universidades (muitas delas contestadas por organizações de classes) através do famigerado vestibular-loteria praticam riscando o X no gabarito (neste caso, o candidato) certo. E o resultado desta prova nada didática - mas essencialmente política, econômica e social - está aí: bom, a caminho do (quase) excelente.
     Desde que lancei esta coluna virtual em outubro do ano passado, coincidentemente na ante-véspera do primeiro turno das eleições, deixei bastante claro em alguns artigos sobre Serra, Dilma e Lula, que não havia votado no PT (Partido dos Trabalhadores) e não é agora por que o partido - e, graças ao blog, eu ter conquistado a admiração no meio político - está no poder que vou dizer o contrário. Reitero meu apreço ao trabalho competente de diversas personalidades do PSDB e do DEM, como José Serra, Geraldo Alckmim, FHC, Aécio Neves, Jutahy Junior, ACM Neto e tantos outros. Só que hoje - graças à Deus sou justo, dou " a César o que é de César" - admito que o governo Dilma Rousseff, como diz o ditado popular, está "saindo melhor que a encomenda". Estou satisfeito - decepcionado comigo mesmo por não ter participado da eleição dela - e, não posso negar, um tanto surprezo com a administração desta verdadeira dama, a qual soube, em pouco tempo, mostrar que veio com sua marca pessoal e não como caricatura, "maria vai com as outras" do governo anterior.
     Dilma pode não ser a "dama de ferro" (tão comentada e aguardada pelos meios empresariais, econômicos) - numa alusão a ex-Primeira Ministro Margarete Tchatcher, da Inglaterra, nos anos 80 - mas, certamente, é uma primeirissima dama com personalidade forte, coerente (e consciente) com seus atos e decisões. Ela não se deixa influenciar por conversinhas (e conselhos errados) de "pé de ouvido", pedidos absurdos de uma politicagem (?) indecorosa, amoral, ou, muito menos, as intrigas palacianas e "golpes" baixos ao gosto de cada um de seus subalternos, dependendo dos interesses pessoais na gorda fatia do bolo governamental. Assim como eu, também a maioria dos brasileiros - mesmo os não fanáticos, obcecados pelo PT - estão gostando da verdadeira mudança moral, ética (e constitucionalmente correta) que a presidente está promovendo nos gabinetes em todos os escalões do poder. "Mulher arretada!", dirão os nordestinos, conterrâneos suados (e eternamente desiludidos) com o sol da liberdade que nunca - até o presente momento - havia brilhado com tamanha intensidade numa região do país outrora esquecida, menosprezada e ridicularizada sócio-culturalmente.
     Falar sobre a biografia de Dilma Rousseff não é mais necessário, pois udo já foi revelado sobre seu passado, presente e (quiçá) o futuro desta dama que passou por várias atribulações, sofrimentos morais e físicos - torturada nos porões do cárcere da vergonha nacional - mas soube "dar a volta por cima", se superar, principalmente como ser-humano (sem mágoas, ressentimentos); tudo foi um erro do destino, um triste episódio de vida que lhe serviu como experiência. O passado negro está se transformando num futuro rosa, talvez não tão emblemático como o vermelho-sangue da bandeira petista. (Se é que me entendem!). A prova desta experiência de vida Dilma deu quando passou pela Secretaria da Fazenda de Porto Alegre (1986-89), ao presidir a Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (1991-93) e foi Secretária de Energia, Minas e Comunicações em dois governos. Por conta desse histórico, teve seu valor reconhecido nacionalmente e chegou ao Ministério de Minas e Enegia (2003-05), até alcançar o cobiçadissimo (e perigoso) cargo de Ministra-chefe da Casa Civil (2005) no governo Lula. O qual - aproveitando-se do talento e competência administrativa de sua primeira-dama (politicamente, of course!) - a indicou para sua sucessão, visando uma possível (será?) volta ao poder. O final desta fábula política à Deus pertence. E, lógicamente, a todos nós, eleitores, dependendo se o tailleur de Dilma for mais eficiente que o teno de Lula. Dizem por aí que o ex-presidente está (apenas) descansando, tirando férias, aguardando em berço esplêndido a hora que sua !criação mais do que perfeita" (Dilma) irá lhe devolver o (seu?) cargo... (?) ... O tempo - senhor absoluto da razão - irá nos responder. O certo é que Lula imaginou que continuaria com o poder absoluto, controlando dos bastidores o rumo do país, mas, ao que parece, "deu com os burros n'água", já que bateu de frente (ou não seria por trás) com uma administradora centrada e mulher (politicamente) arretada.
     Mesmo com toda a crise - nossa velha e desagradável conhecida - social, econômica e política, o Brasil está decolando à caminho de um céu de brigadeiro. Mas, em contrapartida, esse vôo tem sofrido turbulências graves num dos mais importantes "tetos": a educação. Por exemplo: enquanto não se repensar (e reformular geral) o tal vestibular-loteria (àquele dos que sabem, estão capacitados e também daqueles que "atiram no escuro", arriscam a sorte) as universidades continuarão sendo fábricas de distribuição de diplomas, em detrimento da qualidade dos universitários e do real objetivo delas que é prestigiar o talento, a competência e capacidade de quem realmente tem. Hoje em dia são milhões de universitários e (apenas) dezenas de verdadeiramente capacitados para cursar o nível superior. De quem é a culpa? Tudo começa bem lá atrás no ensino fundamental. Ou vão me dizer que alguém constrói uma casa sem um bom alicerce? Que chega-se com segurança ao último degrau da escada sem pisar nos primeiros? Como método de correção das provas, o vestibular-loteria é p´ratico, rápido. Mas é perigoso, enganador. Porque não voltar ao tempo (pré-histórico, mas eficiente, lógico) de respostas escritas de punho pelos vestibulandos, criando uma competente comissão de renomados mestres-doutores para corrigir tais provas? Não é à toa que os maiores índices de reprovação vem da redação. Ali, "na prova dos nove", no "quem sabe coloca o preto no branco". Diz o inciso XIII do artigo 5 da Constituição de 1988 que "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Vejam bem: atendidas as qualificações. E - segundo as organizações de classes, institutos de pesquizas, etc. - o que menos está se vendo são universitários qualificados.( Dêem uma folha de papel em branco para eles colocarem suas idéias e cuidado com o infarto!). O slogan - excelente, diga-se de passagem - do governo Rousseff é "país rico é país sem pobreza"... (?) ... Concordo plenamente, desde que esta preocupação se estenda também - e principalmente - a pobreza intelecto-cultural, pois ninguém melhora de vida sem conhecimento, estudo. Mas não vai ser enchendo as universidades de professores mal remunerados e, consequentemente, desestimulados, de jovens despreparados (desde a base), sem uma boa formação educacional, que vamos atingir esse objetivo: tornar o Brasil uma nação livre de todas as misérias.
     A univerdisade pode, óbviamente (e deve) ser um sonho de consumo. Mas, antes de tudo, tem de ser um "sonho viável" - para quem tem condições de sonhá-lo - isto é, com conhecimento e não porque é afro-descendente, índio ou veio de escola pública. Se esta "escola pública" não deu uma boa formação, como, futuramente, teremos bons profissionais, se nem escrever direito eles sabem?  Sigamos o exemplo do ensino público chileno, um dos melhores da América Latina. Lá - segundo fui informado por fontes ligadas ao governo de lá -  estão lutando por uma escola gratuita, e cada vez melhor, que não seja privada, com fins lucrativos (e pouco educacional) para meia dúzia de professores-empresários. Comércio, comércio, comércio! Fundemos, inauguremos mais universidades para o nosso povo, mas não esqueçamos jamais de "separar o joio do trigo", "o alho dos bugalhos". A idéia de salas cheias e bolsos abarrotados (dos empresários) deve ser abolida do ensino superior brasileiro.
     Acredito que, aos poucos - sem pensar em futuros fins eleitoreiros - Dilma Rousseff irá mudar esse conceito (erradíssimo) de ensino no país. Ou, então, continuaremos a correr riscos, principalmente naquelas profissões onde a nossa vida está em jogo. Sendo mulher, ela é mais snsível às necessidades humanas. Outras passaram pela história deixando marcas indeléveis de sua capacidade - e são exemplos incentivadores para muitas deputadas e senadoras - como Clara Camarão (que combateu os holandeses invasores do nordeste no século XVII); Maria Quitéria e Anita Garibaldi (que lutou no Brasil e na Itália); Maria Curupaiti (lutou bravamente na guerra do Paraguai) e a Princesa Isabel, que assinou as leis do Ventre Livre e da Abolição da Escravatura. Isto sem falar em Brites de Albuquerque, a qual assumiu a direção da capitania de Pernambuco. Teria sido ela espelho para a nossa atual presidente?
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                      SANFERR, 25.08.2011

a ESFINGE:
     "Meus ministros fazem tudo o que querem, menos o que eu não quero que eles façam".

                                RODRIGUES ALVES (1848-1919) advogado, intelectual e ex-presidente da República.
                                                                                                                                                                    


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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

DO PRECONCEITO À GLORIA. O REI DAS LETRAS.






                                                  AGUINALDO SILVA,
                            UM "SENHOR" GAY, MACHO PARA TODA OBRA.


     O meio de comunicação mais popular do Brasil é considerado um dos três melhores do mundo: a televisão. Por que? Temos em nosso cast (não somente o artístico - com grandes estrelas oriundas do teatro - mas principalmente o técnico) profissionais extremamente gabaritados nas quatro principais emissoras (Globo, SBT, Record e Bandeirantes). Dos diretores aos atores, passando por cenografistas, maquiadores e figurinistas, até os câmeras, contra-regras e iluminadores. Todos emprestam um pouco do seu precioso talento e competência para transformar as novelas, seriados,  Casos Especiais (por que não produzir novamente, dando oportunidade a novos autores?), minisséries e programas de auditório em sucesso que repercute nos quatro cantos do mundo. É acabar um, começa logo outro em seguida respeitando o horário da grade de programação, principalmente na TV Globo. Mas, como tudo na vida, para se conseguir esse reconhecimento temos de ter um ponto de partida, uma idéia (story-line) e uma estória (sinopse) criada por um profissional cada vez mais categorizado e que merece (também) ser homenageado com um prêmio pela erudita Academia Brasileira de Letras: o autor. Quando André Gide e Jacques Rivière lançaram com outros amigos, em 1911, a revista "Nouvelle Revue Française", que deu origem a prestigiada editora Gallimard, eles tinham plena consciência que o talento de alguém competente para colocar o "preto no branco" é o ponto de partida para o sucesso de qualquer empreendimento. Não foi à toa que, aos poucos, a editora tornou-se sinônimo de bom gosto, publicando nos anos 30 a célebre coleção "Editiones de la Pléiade" e hoje é uma das três maiores da França, competindo com a Hachette e Flamarion. O autor que conseguir ter um título publicado pela Gallimard é como se tivesse ganho o Nobel de literatura. Já aqui no Brasil - mesmo existindo excelentes editoras - o must é o folhetim eletrônico chamado novela, o mais acessível ao nível financeiro (custo zero) de nosso povo. O novelista que assinar um trabalho para a hollywood brasileira, a TV Globo, pode se sentir tão prestigiado como os autores da Gallimard.
     Aguinaldo Silva é um desses, juntamente com colegas do nível de Maria Adelaide Amaral, Ana Maria Morethzson, Lauro César Muniz, Gilberto Braga, Ricardo Linhares, Miguel Falabella, Glória Perez (a única que se sustenta sózinha durante quase 200 capítulos), Walcyr Carrasco, Manoel Carlos, Benedito Ruy Barbosa, Thiago Santiago, Duca Rachid, Telma Guedes, Silvio de Abreu, etc. Um dos melhores novelistas dos últimos tempos (bebeu na fonte de Janete Clair), Aguinaldo nasceu nordestino, é gay assumidíssimo e polêmico como criador (escritor) e criatura (não leva desaforo para casa). Para muitos - principalmente os homofóbicos de plantão, os quais não aceitam a superioridade intelecto-cultural de certos homossexuais - três defeitos graves que o fáz, não melhor e nem pior, mas apenas "diferente" num universo onde a truculência, a imbecilidade e a falta de inteligência dos trogloditas é comum. Tão polêmico que logo no seu romance de estréia, ainda adolescente (olha as "bocas malditas e línguas ferinas" aí, meu povo) foi acusado de plágio por "Redenção para Job", romance que diziam ser do jornalista Newton Rodrigues, editor do tradicional Jornal do Comércio (Pernanbuco). Mas o tempo, senhor absoluto da razão, passou e todos os detratores - tão invejosos como inconsequentes - puderam constatar o enorme talento do "gay", da "bicha" (perdoem-me a expressão chula, deselegante). Ainda mais quando, já na década de 70, no Rio de Janeiro, fundou "O Lampião", primeira publicação direcionada ao público homossexual. Isto depois de - à convite de Múcio Borges da Fonseca - ter sido repórter do Ùltima Hora (nordeste) em 1962, jornal (entre vários outros) que foi fechado pelo regime militar em 1964. Mesmo ano no qual Aguinaldo resolveu ir para o sul estabelecendo-se no Rio e começou a trabalhar como repórter policial (cruzes!) do jornal O Globo. (Que história pitoresca, inusitada. Um gay, repórter policial!). Em 1979, Aguinaldo foi convidado por Daniel Filho para escrever o seriado Plantão de Polícia (quem não se lembra) criando um Sherlock Holmes tupiniquim, o personagem Valdomiro Pena, brilhantemente interpretado por Hugo Carvana. Logo a seguir vieram episódios de Malu Mulher (com Regina Duarte, Dênis Carvalho e a "menina" Narjara Turetta, hoje a Lílian de "Morde e Assopra"). Daí para a primeira minissérie foi um pulo: Lampião e Maria Bonita, que escreveu com o amigo Doc Comparato. Por esse trabalho os dois receberam (1982) o prêmio Revelação da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) na categoria TV. Outras minisséries vieram popularizar Aguinaldo, a exemplo de Bandidos da Falange (1983), Padre Cícero (1984) e Tenda dos Milagres (1985), baseada no romance de Jorge Amado. Só que o "estouro da bioada" (infelizmente em todos os sentidos falando) veio com Partido Alto (1984), sua primeira novela e no horário nobre. A estória não emplacou e Aguinaldo pediu para sair antes que o barco afundasse. Dizem - e com propriedade - que "quem é bom nasce feito" e Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, na época superintendente da TV Globo) lhe deu mais um voto de confiança e o convidou para ser co-autor, ao lado de Dias Gomes (dono da obra), numa novela que foi um marco na teledramaturgia: Roque Santeiro. Inesquecível as atuações de Regina Duarte, Lima Duarte, José Wilker, Ary Fontoura, Heloísa Mafalda, Paulo Gracindo, Cássia Kiss, Armando Bógus, Lucinha Lins, Lídia Brondi (volte logo!), Yoná Magalhães, Isis de Oliveira (belíssima!), Claudia Raia (estreando com nota 10 em novelas) e vários outros. Mais novelas? Vale Tudo, Senhora do Destino, Duas Caras, Tempos Modernos e Meu Bem Querer (supervisionado o script de Bosco Brasil e Ricardo Linhares, respectivamente), A Indomada, Fera Ferida, Pedra Sobre Pedra, Tieta, O Outro, além das minisséries Riacho Doce e Cinquentinha. Nos livros, Aguinaldo "La" Silva deu-nos preciosidades como Cristo Partido ao Meio (1965), Canção de Sangue (1968), Geografia do Ventre (1972), O Crime antes da Festa: a História de Angela Diniz e Seus Amigos (1977), República dos Assasinos (1979), A História de Lili Carabina (1983), Deu no Blogão (2009, atualíssimo). Já na telona, assinou o roteiro de excelentes projetos, dentre eles Prova de Fogo, do cineasta Marco Altberg e O Cangaceiro Trapalhão, novamente com Doc Comparato.
     É a Gallimard com os clássicos (e também populares) livros na França e os autores da TV Globo (e das outras emissoras) dando um show por aqui. Sendo gay, bissexual ou hetero. E daí? Numa era - infelizmente não temos como dizer "era uma vez"... - na qual a homossexualidade está saindo honrosamente do armário do preconceito e da crítica maledicente, ao mesmo tempo vários homossexuais estão sendo vitimados pela ignorância intelecto-social a a falta do "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei", Aguinaldo Silva, Oscar Wilde (no século passado), entre dezenas de outras cabeças pensantes, prova que "gay burro nasce homem". Ou não! (Se é que me entendem!)...
     O talento, senhores preconceituosos, não tem sexo. A prova é que, na dança da "ciranda do sucesso", sai um mestre (e alguns deles são gays) e entra outro, dando oportunidade ao telespectador de emocionar-se, amar e odiar, revoltar-se com as ações dos personagens - alguns homossexuais - que povoam suas fantasias e fazem parte do seu di-a-dia durante vários meses. Agora mesmo - amanhã irá ao ar o último capítulo - depois das armações, dos golpes baixos e altos, moral e socialmente repulsivos de Leonardo (Gabriel Braga Nunes) e Norma (Glória Pires) na novela Insensato Coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, outra trama está chegando para nos fazer pensar sobre o que é certo e errado, refletir até aonde o ser humano é capaz de ir para atingir seus objetivos. Desta vez, na obra assinada pelo pernambucano Aguinaldo Silva com o sugestivo título de Fina Estampa, a bola da vez será a fútil, maquiavélica e nada ética Tereza Cristina (Cristiane Torloni). Os autores - e todos nós sabemos disso. tem preferência por criar vilões, personagens que caem fácilmente no gosto popular, pois, ao que tudo indica, a mocinha sofrida, chorosa e o galã defensor da moral, dos bons costumes, dos pobres e oprimidos, não fazem mais o sucesso de antes, quando a humanidade ainda sabia o que era isso. Olhem aí o exemplo dos (quase) "falecidos" (e sem tempero) Pedro e Marina, respectivamente Eriberto Leão e Paola Oliveira. Vamos combinar e "dar a César o que é de César": se não fosse a vilania, o mestrado, o PHD em mau-caratismo de Norma e Léo, eu não sei se Insensato Coração - mesmo com as boas estórias (plots) paralelas - teria feito tanto sucesso assim. E nestas estórias, lembrem-se que tivemos gays para todos os gostos e situações, além do time de "destrambelhados" - muitos deles hilários - que fez a trama ferver, esquentar: Natalie Lamour, o mais apropriado seria "glamour" (Débora Secco, maravilhosa), Eunice (Débora Evelyn, um show de interpretação!), Horácio (Hérson Capri), Ismael (Juliano Cazarré, belíssimo!), tia Nenen (Ana Lúcia Torre), Wanda (Natália do Valle) e por aí vai... Maus, diabólicamente cruéis - ou, no caso de alguns, na "escolinha" da bandidagem - sem nenhum caráter, frios e oportunistas (tudo de asqueroso que pode haver numa pessoa), mas, por outro lado - como personagens de ficção, vejam bem! - excitantemente fascinantes, envolventes. Carismáticos, por que não? Claro que a intrpretação de Gabriel (o olhar, a entonação) e Glória (a elegância, o charme para ser terrívelmente dissimulada, cínica) foi um capítulo à parte. O certo é que, querendo ou não os falsos moralista de plantão - já que o ser humano, na sua essência, não é inteiramente bom ou ruim, sendo capaz de algumas vilanias e crueldades (morais e físicas) a depender da situação, do momento - geralmente o antagonista é mais prazeroso de se assistir, tornando-se sucesso garantido em qualquer produção.
     Aguinaldo Silva tem (sempre) dois desafios quando uma obra sua é lançada. Provar o talento como escritor - mais? - e provar que gay (uma parte elitizada intelectualmente) não é caricato, figura folcórica do gracejo e menosprezo popular. É o talento e competência (de alguns poucos previlegiados) personificados em homens "diferentes". Oscar Wilde e Clodovil Hernandez que o digam. (Ou diziam).
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                              SANFERR, 18.08.2011

a ESFINGE:
     "A força da mentira criada pelas pessoas invejosas e incapazes, é como castelo de areia. Chega a verdade em forma de maré alta e derruba todas as calúnias e difamações de quem quer destruir o indestrutível: o talento".

                                                                                                                                                      SANFERR, 06.08.2010

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

     Neste momento difícil, extremamente doloroso (para eles) e angustiante (para nós, fãs e admiradores), voltemos os nossos corações - e orações - para Reinaldo Gianechinne, Marcos Paulo e, principalmente (já que eles dois têem toda a nação que os conhece, reza) para os irmãos desconhecidos, solitários, que sofrem as dores das mais variadas enfermidades nos leitos hospitalares da vida. Enfim, todos merecem as nossas preces. Com fama ou no mais "famoso" anonimato.
     Encerrando as festividades a Assunção de Nossa Senhora - dia 15, apesar da Igreja ter transferido os atos liturgicos para o próximo domingo, para que os fiéis possam comparecer - prestem atenção neste pequeno trecho do livro "Quem és Tu, Maria?", cap. III, pág. 95, intitulado "A Virgindade de Maria", de autoria de Jean-Claude Michel: "... segundo o costume dos hebreus, chamam-se irmãos todos os parentes. Portanto, Helvidius mostra-se muito ignorante ao dizer que Maria teve muitos filhos, quando ele fáz em alguns lugares menção aos irmãos de Cristo". Para quem não sabe, Helvidius foi um monge do séc. IV que teve dificuldade em viver o celibato e proclamava (que heresia!) que após o nascimento de Jesus, Maria havia dado à luz outros filhos. Fiquei comovido ao ler uma obra de tal importância para quem é devoto dos Santos da Santa Madre Igreja e (observem) não "adoradores de santos" de outras seitas, crenças e religiões. Jesus - e Ele mesmo fazia questão de repetir isso - veio pelos pecadores, principalmente. Devemos respeitar a fé de cada um - o banho que gosta de tomar, se de folha ou pipoca - mas "cada macaco no seu galho". Confundir Maria Santíssima com Oxum, Yansã, São Roque e São Lázaro com Obaluaê (nem sei se escrevi direito) é uma comparação absurda (inconcebível até!), o mesmo que dizer que Carlota Joaquina foi madame Pompadour e Julius Caesar era Napoleão Bonaparte, para quem não sabe quem foram eles. Sou a favor, claro!, do ecumenismo. Mas, tenho minhas restrições com o tal sincretismo religioso. Coisa de quem não é verdadeiramente católico apostólico romano e quer justificar seu "pula, pula" de galho. Não é preconceito. É separar "o joio do trigo", "o alho dos bugalhos". Prefiro morrer na ignorância da fé de certos cultos, no ostracismo intelecto-cultural, no anonimato, do que vender minha alma ao diabo, renegar a "fé que remove montanhas" (e pessoas também) para conseguir - como uns e outros por aí, os quais não sabem o que dizem, o que fazem - fama, notoriedade. (Fiquem alertas: esta vida é curta, e depois? Na eternidade?). "Tudo posso naquele que me conforta", já dizia São Paulo em meio a todas as atribulações que sofreu. Uma pequena frase, mas grandiosa no significado. Com Maria Santíssima intercedendo junto aO Seu Filho Jesus por mim, eu tenho tudo (força para lutar, discernimento moral e intelectual, apoio da família, amigos - verdadeiros, pois os falsos eu deixo no acostamento da estrada da vida - saúde, fé, esperança e caridade cristã, para perdoar quem me ataca e saber pedir perdão pelos meus erros) e aceito todas as provações terrenas. Só não quero acender duas velas. Apesar de não concordar com várias ideologias das religiões evangélicas - aliás, termo erradíssimo pois todos nós, CRISTÃOS, seguimos o Evangelho - tenho de reconhecer que as Igrejas protestantes estão certas em respeitar, mas não se misturar. Vocês já viram manifestações dessas religiões conjuntamente com seitas e seus atos de feitiçaria profanando a crença, a fé deles (dos protestantes) que agridem acintosamente o que o próprio Jesus disse: "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida". (Êle, só Êle e mais nada, nenhum outro deus, "santo", pai ou filho disso e daquilo). Jesus não expulsou os vendilhões do Templo? Àqueles lá vendiam e roubavam. Hoje vende-se sortilégios, advinhações e previsões (do que não sabem) roubando a (pouca) fé de pessoas ignorantes, sem leme no barco de suas vidas à mercê da sorte ou do azar. (Deus que me livre, e perdoe!). "Afastai-vos de Mim, malditos de Meu Pai". Já viram os pastores permitir "banhos" (?) disso ou daquilo na porta de seus cultos? E achar natural? Natural é o respeito, não a mistura de credos. (Se é que me entendem!).
     Vão dizer que estou fazendo apologia ao preconceito num julgamento (e condenação) errado. Logo eu? Que tenho uma orientação sexual diferente, sou, da mesma forma que Aguinaldo Silva, gay assumido? (Assumido, mas sem hasteamento de bandeirolas, arco-íris e toque de clarins!). Não! Repudio veementemente qualquer tipo de preconceito e intolerância religiosa. Mas, amigos, vamos ser coerentes com a nossa fé. Seja ela qual for, decidam-se para que lado vai tombar, mas não fiquem em cima do muro. Ir à Igreja, participar da Santa Missa - àqueles que se dizem, mas não são verdadeiramente católicos - comungar e logo após, na primeira esquina, "despachar" no gabinete do "santo tal" (?) desejando mal contra seu próximo? Acreditar em magia, sortilégios, previsões? Também! Fazer o que? Se estas pessoas não foram corretamente orientadas por jovens padres, os quais estão mais interessados em fazer carreira do que seguir a carreira de Jesus: evangelizar corretamente. E não estou julgando. É só participar de Missas presididas por esses jovens - não todos, vejam bem! - e observar atentamente o teor de suas homilias. Dá a impressão que não sabem em qual religião estão. Não seria o caso de retornarem ao Seminário para reaprender o be-a-bá da Igreja?
     Façamos como os Santos Mártires da Massa Cândida (torturados e mortos entre o séc. III/IV numa fornalha em Útica, na atual Tunísia, durante as perseguições de Valeriano e Galieno), os quais não ficaram de "lá para cá" - sem saber que rumo seguir - buscando uma fé que lhes trouxesse vantagens e benfeitorias materiais, românticas. Tiveram um triste fim - mas, certamente, um belíssimo começo na eternidade como recompensa - pois não traíram Jesus. Hoje a Igreja os homenageia.
     Maria Santíssima, eu Vos amo! Faça de mim o que quizer - segundo a vontade de Seu Filho Jesus - e me dê força para suportar tudo, em todos os momentos de minha insignificante existência. Mas jamais permita que eu me torne um católico-macaco, aquele que não sabe em qual galho está. Obrigado!
     Trocando de assunto - passando de temas sublimes para outro não tão edificante assim - vou responder publicamente a um leitor aqui da boa terra (Bahia) que passou um e-mail fazendo uma crítica. Disse ele que eu "puxo o saco", falo bem e não enxergo os erros, exagero nos elogios às personalidades retratadas aqui na coluna. Ora, meu amigo! Se eu falasse mal, seria nojento, antipático, anti-ético, "imprensa marrom", etc. E como poderia falar mal de pessoas que estou perdendo (no bom sentido) tempo em escrever? Se admiro o trabalho delas? Jamais escreverei, por exemplo, sobre os talentos "bundantes", artistas (?) de ocasião (financeira), sem valor, que não tem nada a oferecer, mostrar, provando - a cada trabalho (?) - que o saudoso Flávio Cavalcanti deveria estar entre nós para quebrar, AO VIVO, muitas m... que estão por aí agredindo acintosamente nossa pouca inteligência com tanta falta de talento e excessiva competência para mostrar ao mundo ( com alarde na mídia ) a mediocridade de suas pseudos-obras artísticas... (?)... Portanto, aqui na coluna SANFERRPRESS, enquanto Deus o permitir, só falarei sobre talentos "abundantes". Como disse Aguinaldo Silva numa carta à Doc Comparato parabnizando-o pelo lançamento do livro "Roteiro, Arte e Ténica de Escrever para Cinema e Televisão" (1983), "imaginação, muita imaginação". Ou seja, talento acima de tudo. Seja de quem for, sem protecionismo, ok?

                                                                                                                                                                        SANFERR, 18.08.2011



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                                                        P    A     T     R     O     C     Í     N     I     O

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FINALMENTE UMA MULHER DIFERENTE.





                                                       CLAUDIA RAIA,
              UMA ATRIZ COMPLETA, UM VERDADEIRO CISNE NO LAGO DAS ARTES.


     Não me recordo aonde foi que li, mas já disseram que uma "mulher bonita é o cálice da perdição deixando o homem sem razão, apenas coração". Coitadas das feias, se não forem elegantes, charmosas, inteligentes e talentosas. Será que foi algum escravo etíope - encarregado de tirar leite das cabras - apaixonado por Cléopatra? (Se foi, o castigo por esta ousadia, esse crime de lesa majestade deve ter vindo à galope (ops!), quer dizer, em forma de um veneno letal). Talvez, na melhor das hipóteses, um desavisado (?) seduzido pela figura mitológica de Medusa. Ou, quem sabe (loucura das loucuras), um tarado alucinado, obcecado pelas orgias sexuais da devassa Messalina? Não! Certamente o autor desta profética frase foi Adão, o qual, através das mãos (e do corpo) de Eva, levou a humanidade a total degradação, a perdição de um caminho sem volta para o. literalmente falando, inferno de nossas taras e desejos mais primitivos. E se esta mulher, além de belíssima, for (também) inteligente, talentosa e sedutoramente fascinante? Não tão perigosa (jamais pelos venenos, mas sim pela encanto, carisma) como Lucrécia Bórgia, mas irresistivelmente envolvente? O que ela não será capaz de provocar nos tolos - por que é assim que a espécime masculina da raça humana se comporta diante da fêmea - que se ajoelham aos seus pés, são capazes das maiores loucuras para merecer um simples olhar da deusa? Homens que se deixam hipnotizar, serem comandados por apenas um único gesto destas mulheres que os transformam em meros coadjuvantes, admiradores eternos de estonteante beleza? Mulheres assim (tipo Marta Rocha, Natália Guimarães, Ana Beatriz Barros, Vera Fischer, Antonia Mayrink Veiga, etc.) são raras, produtos de consumo meramente ilustrativo, mas existem e algumas delas pode cruzar o caminho de qualquer um na primeira esquina. E se ela for uma "mulher diferente", então, como diz o título (emprestado de uma de minhas peças teatrais) que ilustra o artigo de hoje...
     A situação poderá se complicar - na cabeça dos descendentes de Adão, com mais ou menos neurônios, dependendo da situação - se esta mulher atender como Claudia Motta Raia, ou melhor dizendo, Claudia Raia (ex-Frota e ex-Celulari), a musa das musas, a diva, uma lenda viva do teatro e da televisão brasileira, àquela que foi, é e sempre será diferente das demais, em tudo e por tudo, tanto como pessoa e como artista, desde os 10 anos de idade quando estreou ofuscando os holofotes (e o brilho) da passarela do "eterno rei" da houte-couture brasileira, Clodovil Hernandez. Precoce, prodigiosa, Claudia nunca foi um ser comum, igual aos demais. Ela sempre se destacou, foi diferente, muito antes de ser quem é, quando ainda era uma ilustríssima "senhora quem?", uma anônima, um rosto na multidão. Até físicamente, já que a (generosa) mãe Natureza lhe previlegiou com uma boca indecorasamente carnuda e bem desenhada, curvas sinuosas bem distribuídas em 1,80 de altura e pernas (colosso dos colossos) que são um verdadeiro atentado intelecto-sexual (?), uma afronta àquelas que não tiveram a mesma sorte e se acham, têem a cara de pau de acharem-se boas, atraentes, gostosas (perdoem-me a expressão mais do que chula). Se colocarem ela e Ana Hickman cruzando as pernocas num mesmo filme, Sharon Stone perde o Oscar num piscar de olhos. Se é que os marmanjos de plantão irão ter tempo de piscar! Campinas, a bela cidade do interior de São Paulo, deve ter festejado com fogos, banda marcial e feriado o dia 23.12.1966. Foi o dia que uma deusa - dentre tantas, mas esta em especial - veio ao mundo gerada pelo ventre (abençoadíssimo) de dona Odete. Uma dama de finíssimo trato, mas lutadora, guerreira - como milhares de outras por aí - que foi o diferencial na vida da "diferente" Claudia.
     A história de vida dessa artista, orgulho dos brasileiros, prova que não estou exagerando, "jogando confete": aos 13 anos (corajosa!) foi estudar balé em Nova Iorque (EUA), o que, certamente, lhe deu suporte para hoje - depois de vários musicais - subir ao palco para (abusada!) interpretar o papel que foi de Liza Minneli em "Cabaret", atualmente em fase de ensaios sob a batuta do competente (e estranhíssimo!) José Possi Neto (ousada!) e que estreará em outubro na cidade de São Paulo. Claudia Raia é "diferente" por que sempre pega o chapéu aonde outras mãos não alcançariam. Uma mulher assim, admirada como pessoa e respeitadíssima por seu enorme talento, é sucesso garantido de bilheteria e aplaudida (seria de pé se os críticos de arte e os colunistas conseguissem escrever nesta posição, a não ser que algum por aí se chame Glória Perez), endeusada, homenageada por jornais, revistas e (a mídia do futuro, àquela que jamais se perderá) a internet. Assim aconteceu com Não Fuja da Raia, Nas Raias da Loucura, Sweet Charity, Splish Splash, além do supra-sumo, a cereja no bolo de sua frutífera carreira, o inesquecível "O Beijo da Mulher Aranha". (Quantos bofes por aí não queriam ter a honra de cair nessa teia, uii!). Dos palcos para as telas do cinema e da televisão, o sucesso se repete e na telona ela iluminou o escurinho das salas abarrotadas de fãs com preciosidades do nível de Kuarup, Boca de Ouro, A Noite Mais Louca de Todas e Os Normais (2). Já na telinha (tão pequena - atualmente nem tanto - como perigosamente cativante) a lista (haja fôlego!) começou no programa Viva o Gordo (TV Globo) onde interpretava a hilariante Carola ao lado do mestre Jô Soares (com quem teve um affair) e deslanchou em produções como Roque Santeiro, Cambalacho, O Outro, Sassaricando (impagável!), Rainha da Sucata, Vamp, Deus nos Acuda (onde o deus Eros a fez suspirar pelo futuro pai de Enzo e Sophia, Edson Celulari), Engraçadinha (Seus Amores e Seus Pecados), Torre de Babel, Terra Nostra, As Filhas da Mãe, O Beijo do Vampiro (quem não desejou ser mordido por aquele bocão?), Belissima, Sete Pecados, A Favorita (atuação digna do Oscar) e a recente Ti.Ti.Ti, onde brincou (e abusou) de paquita balzaqueana ao som do hino oficial da rainha Xuxa. Sem falar nos seriados e minisséries, até no Sítio do Pica-Pau Amarelo ela deu o ar da graça vivendo Medéia. Quer mais? "Tonhão", da novela As Presidiárias (TV Pirata).
     Para quem, aos 11 anos, se considerava feia e desengonçada, Claudia Motta deu à volta por cima, transformou-se em Raia, logo a seguir em Frota - numa belíssima cerimônia, deslumbrante, que lotoy a igreja da Candelária, no Rio, com a nata da nata do high society e do meio artístico - e, finalmente, em Celulari. Assumindo ou não esta "marca", o (e não tente me enganar) grande amor de sua vida ficará marcado para sempre em sua biografia, pois, além dos filhos, uma relação de 17 anos deixa marcas indeléveis no coração, na profissão e - por mais que se queira apagar - nas lembranças.
     Sou fã incondicional de Claudia e tive a oportunidade de entregar-lhe (abusado que também sou) uma cópia de "Finalmente Uma Mulher Diferente". (Deve ter lido, ou não, como dezenas de outros textos que lhe caem nas mãos). Claudia Raia é talentosa e criativa como atriz, generosa e atenciosa como ser humano, além de obstinada, persistente como produtora e empresária. Para ela não tem "tempo ruim", obstáculos. Quando ela quer algo, sabe que um projeto - de vida ou profissional - vale a pena, "corre atrás". Classuda, elegante, o glamour em forma de pessoa. Mas nem porisso se deixa contagiar pelo sucesso, tornando-se inacessível como certas jovens "estrelas" aspirantes a La Greta Garbo tupiniquim, as quais se acham - sem nunca terem sido, chegar aos pés - à imagem e semelhança dos tarimbados Procópio e Bibi Ferreira, Tônia Carrero, Fernanda Montenegro, Nicete Bruno, Paulo Goulart, Henrriete Morineau, Mário Lago, Paulo Gracindo, Maria Della Costa, Ewa Wilma, Ítalo Rossi (que nos deixou há pouco) Glória Menezes, Regina Duarte, Teresa Rachel, Tarcísio Meira, Tony Ramos, Nathália Thimberg, etc e tal. A lista dos mestres da interpretação é extensa - pois o Brasil é rico em bons atores - mas, infelizmente, não tão grande como a lista daqueles que "não beberam nesta fonte". (Se é que me entendem!).
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                         SANFERR, 11.08.2011

a ESFINGE:
     "Nenhum crítico ensina ninguém a fazer romance".

                       JORGE AMADO (1912-2001) escritor baiano e membro da Academia Brasileira de Letras, que ontem teria completado 99 anos de idade.

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

    










                             CAMAMU (Ba) EM FESTA DESDE O DIA O6.

     Na próxima segunda-feira (dia 15) - segundo dogma da Igreja Católica Apostólica Romana - o mundo cristão estará em festa homenageando a rainda do Céu e da Terra, a Mãe de Deus, com a Sua Assunção de corpo e alma à glória celeste. Várias paróquias que tem Nossa Senhora como padroeira estarão unidas numa só prece pedindo-Lhe que interceda junto ao Seu Filho Jesus Cristo que o mundo se transforme, tenha paz e que os povos respeitem-se mútuamente, abolindo de uma vez por todas com as guerras e o ser humano aprenda definitivamente o significado do perdão, da caridade, e do "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei".
     Camamu, no baixo sul baiano, minha terra natal, é uma dessas paróquias e espero que os governantes atuais saibam dar novamente a este dia a notoriedade que a festa sempre teve, principalmente na época do inesquecível e saudoso tio Júlio Borges, irmão de minha avó Alberina, que dava à festa um brilho (e muito brilho!) todo especial à altura de Nossa Senhora da Assunção, principalmente depois de 1951 quando a belíssima imagem (em tamanho natural) da Santa padroeira veio à Salvador para presidir o Congresso Assuncionista. A igreja matriz e a imagem de Nossa Senhora da Assunção de Camamu merece a visita de todos vocês pela grandiosidade e beleza de suas imagens. Um espetáculo à parte é a impressionante imagem (em tamanho natural e com detalhes assombrosos) do Senhor Morto.
     Esta semana foi prodigiosa de datas natalícias (uma in memoriam) para personalidades relevantes no cenário cultural e esportivo brasileiro, respectivamente Jorge Amado e o "mestre" Mário Jorge Lobo Zagalo, o papa do futebol brasileiro. O primeiro era um baianíssimo de corpo e alma, farda, fardão e também camisola (?), apaixonado pela boa terra e a gente simples do povo. Já Zagalo dispensa comentários, contra (sem motivos) ou a favor (com todos os motivos), já que uma frase -para mim a frase mais brilhante do século no meio desportivo - diz tudo (para todos os invejosos de plantão) e traduz o sentimento de um homem, o qual foi em determinado momento de sua vida desrespeitado e criticado mesmo com toda sua importância para o futebol brasileiro. A frase? "Vocês vão ter de me engolir". Genial! Uma bofetada com luvas (sem pelica e de borracha mesmo)  na cara de pau de quem teima em desmerecer, zombar, gênios como ele, Michael Jackson, Glauber Rocha e João Gilberto, dentre outros.

                                                                                                                                                     SANFERR, 11.08.2011

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