DILMA ROUSSEFF,
UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL? SÓ O TEMPO DIRÁ.
"Pára tudo e vamos organizar essa casa, pt" (ponto de seguimento e não final) - teria dito S. Excia. a robusta (em todos os sentidos) presidente - ou presidenta, como queiram - do Brasil Dilma Rousseff ao chegar no palácio do Planalto em seu primeiro dia de trabalho há oito meses atrás. Ou, se não o disse, deveria ter dito já que, querendo ou não os partidos aliados deste primeiro governo feminino - sem ser, até o presente momento, tendenciosamente feminista - é o que está fazendo a "dama do PT" (e do poder total) desde que tomou posse, politicamente falando, do destino de todos nós, brasileiros. De amarelados pela fome, corrupção e falta de oportunidades, estamos nos tornando verdes, cheios de esperança no futuro e no real. Históricamente, somos um povo que não sabe votar e, vergonhosamente, também não procuramos nos aprofundar no assunto, estabelecer uma relação íntima com esse direito (e dever) cívico, já que entendemos (e muito!) mas é de samba, carnaval, praia, suor, cerveja e futebol. Na famosa "pelada" todos os homens são craques e no samba as mulheres estão dominadas (?) e dominando no ritmo esperançoso do "deixa a vida me levar" ou, então, "amanhã há de ser outro dia"... Mas parece que desta vez, milagrosamente, tudo nos leva a crêr que acertamos ao substituir o terno escuro (e bota escuro nisso!) da ditadura militar - e do "voto de coronel" (?) - pelo tailleur extraordináriamente liberal da democracia plena, geral e irrestrita. Apesar de, particularmente (e como colunista - e não jornalista, vejam bem! - tenho a liberdade de me expressar assim) eu achar que na prova da urna os eleitores tenham feito o mesmo joguinho de unidunitê (fator sorte) que os jovens aspirantes a uma vaga nas universidades (muitas delas contestadas por organizações de classes) através do famigerado vestibular-loteria praticam riscando o X no gabarito (neste caso, o candidato) certo. E o resultado desta prova nada didática - mas essencialmente política, econômica e social - está aí: bom, a caminho do (quase) excelente.
Desde que lancei esta coluna virtual em outubro do ano passado, coincidentemente na ante-véspera do primeiro turno das eleições, deixei bastante claro em alguns artigos sobre Serra, Dilma e Lula, que não havia votado no PT (Partido dos Trabalhadores) e não é agora por que o partido - e, graças ao blog, eu ter conquistado a admiração no meio político - está no poder que vou dizer o contrário. Reitero meu apreço ao trabalho competente de diversas personalidades do PSDB e do DEM, como José Serra, Geraldo Alckmim, FHC, Aécio Neves, Jutahy Junior, ACM Neto e tantos outros. Só que hoje - graças à Deus sou justo, dou " a César o que é de César" - admito que o governo Dilma Rousseff, como diz o ditado popular, está "saindo melhor que a encomenda". Estou satisfeito - decepcionado comigo mesmo por não ter participado da eleição dela - e, não posso negar, um tanto surprezo com a administração desta verdadeira dama, a qual soube, em pouco tempo, mostrar que veio com sua marca pessoal e não como caricatura, "maria vai com as outras" do governo anterior.
Dilma pode não ser a "dama de ferro" (tão comentada e aguardada pelos meios empresariais, econômicos) - numa alusão a ex-Primeira Ministro Margarete Tchatcher, da Inglaterra, nos anos 80 - mas, certamente, é uma primeirissima dama com personalidade forte, coerente (e consciente) com seus atos e decisões. Ela não se deixa influenciar por conversinhas (e conselhos errados) de "pé de ouvido", pedidos absurdos de uma politicagem (?) indecorosa, amoral, ou, muito menos, as intrigas palacianas e "golpes" baixos ao gosto de cada um de seus subalternos, dependendo dos interesses pessoais na gorda fatia do bolo governamental. Assim como eu, também a maioria dos brasileiros - mesmo os não fanáticos, obcecados pelo PT - estão gostando da verdadeira mudança moral, ética (e constitucionalmente correta) que a presidente está promovendo nos gabinetes em todos os escalões do poder. "Mulher arretada!", dirão os nordestinos, conterrâneos suados (e eternamente desiludidos) com o sol da liberdade que nunca - até o presente momento - havia brilhado com tamanha intensidade numa região do país outrora esquecida, menosprezada e ridicularizada sócio-culturalmente.
Falar sobre a biografia de Dilma Rousseff não é mais necessário, pois udo já foi revelado sobre seu passado, presente e (quiçá) o futuro desta dama que passou por várias atribulações, sofrimentos morais e físicos - torturada nos porões do cárcere da vergonha nacional - mas soube "dar a volta por cima", se superar, principalmente como ser-humano (sem mágoas, ressentimentos); tudo foi um erro do destino, um triste episódio de vida que lhe serviu como experiência. O passado negro está se transformando num futuro rosa, talvez não tão emblemático como o vermelho-sangue da bandeira petista. (Se é que me entendem!). A prova desta experiência de vida Dilma deu quando passou pela Secretaria da Fazenda de Porto Alegre (1986-89), ao presidir a Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (1991-93) e foi Secretária de Energia, Minas e Comunicações em dois governos. Por conta desse histórico, teve seu valor reconhecido nacionalmente e chegou ao Ministério de Minas e Enegia (2003-05), até alcançar o cobiçadissimo (e perigoso) cargo de Ministra-chefe da Casa Civil (2005) no governo Lula. O qual - aproveitando-se do talento e competência administrativa de sua primeira-dama (politicamente, of course!) - a indicou para sua sucessão, visando uma possível (será?) volta ao poder. O final desta fábula política à Deus pertence. E, lógicamente, a todos nós, eleitores, dependendo se o tailleur de Dilma for mais eficiente que o teno de Lula. Dizem por aí que o ex-presidente está (apenas) descansando, tirando férias, aguardando em berço esplêndido a hora que sua !criação mais do que perfeita" (Dilma) irá lhe devolver o (seu?) cargo... (?) ... O tempo - senhor absoluto da razão - irá nos responder. O certo é que Lula imaginou que continuaria com o poder absoluto, controlando dos bastidores o rumo do país, mas, ao que parece, "deu com os burros n'água", já que bateu de frente (ou não seria por trás) com uma administradora centrada e mulher (politicamente) arretada.
Mesmo com toda a crise - nossa velha e desagradável conhecida - social, econômica e política, o Brasil está decolando à caminho de um céu de brigadeiro. Mas, em contrapartida, esse vôo tem sofrido turbulências graves num dos mais importantes "tetos": a educação. Por exemplo: enquanto não se repensar (e reformular geral) o tal vestibular-loteria (àquele dos que sabem, estão capacitados e também daqueles que "atiram no escuro", arriscam a sorte) as universidades continuarão sendo fábricas de distribuição de diplomas, em detrimento da qualidade dos universitários e do real objetivo delas que é prestigiar o talento, a competência e capacidade de quem realmente tem. Hoje em dia são milhões de universitários e (apenas) dezenas de verdadeiramente capacitados para cursar o nível superior. De quem é a culpa? Tudo começa bem lá atrás no ensino fundamental. Ou vão me dizer que alguém constrói uma casa sem um bom alicerce? Que chega-se com segurança ao último degrau da escada sem pisar nos primeiros? Como método de correção das provas, o vestibular-loteria é p´ratico, rápido. Mas é perigoso, enganador. Porque não voltar ao tempo (pré-histórico, mas eficiente, lógico) de respostas escritas de punho pelos vestibulandos, criando uma competente comissão de renomados mestres-doutores para corrigir tais provas? Não é à toa que os maiores índices de reprovação vem da redação. Ali, "na prova dos nove", no "quem sabe coloca o preto no branco". Diz o inciso XIII do artigo 5 da Constituição de 1988 que "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Vejam bem: atendidas as qualificações. E - segundo as organizações de classes, institutos de pesquizas, etc. - o que menos está se vendo são universitários qualificados.( Dêem uma folha de papel em branco para eles colocarem suas idéias e cuidado com o infarto!). O slogan - excelente, diga-se de passagem - do governo Rousseff é "país rico é país sem pobreza"... (?) ... Concordo plenamente, desde que esta preocupação se estenda também - e principalmente - a pobreza intelecto-cultural, pois ninguém melhora de vida sem conhecimento, estudo. Mas não vai ser enchendo as universidades de professores mal remunerados e, consequentemente, desestimulados, de jovens despreparados (desde a base), sem uma boa formação educacional, que vamos atingir esse objetivo: tornar o Brasil uma nação livre de todas as misérias.
A univerdisade pode, óbviamente (e deve) ser um sonho de consumo. Mas, antes de tudo, tem de ser um "sonho viável" - para quem tem condições de sonhá-lo - isto é, com conhecimento e não porque é afro-descendente, índio ou veio de escola pública. Se esta "escola pública" não deu uma boa formação, como, futuramente, teremos bons profissionais, se nem escrever direito eles sabem? Sigamos o exemplo do ensino público chileno, um dos melhores da América Latina. Lá - segundo fui informado por fontes ligadas ao governo de lá - estão lutando por uma escola gratuita, e cada vez melhor, que não seja privada, com fins lucrativos (e pouco educacional) para meia dúzia de professores-empresários. Comércio, comércio, comércio! Fundemos, inauguremos mais universidades para o nosso povo, mas não esqueçamos jamais de "separar o joio do trigo", "o alho dos bugalhos". A idéia de salas cheias e bolsos abarrotados (dos empresários) deve ser abolida do ensino superior brasileiro.
Acredito que, aos poucos - sem pensar em futuros fins eleitoreiros - Dilma Rousseff irá mudar esse conceito (erradíssimo) de ensino no país. Ou, então, continuaremos a correr riscos, principalmente naquelas profissões onde a nossa vida está em jogo. Sendo mulher, ela é mais snsível às necessidades humanas. Outras passaram pela história deixando marcas indeléveis de sua capacidade - e são exemplos incentivadores para muitas deputadas e senadoras - como Clara Camarão (que combateu os holandeses invasores do nordeste no século XVII); Maria Quitéria e Anita Garibaldi (que lutou no Brasil e na Itália); Maria Curupaiti (lutou bravamente na guerra do Paraguai) e a Princesa Isabel, que assinou as leis do Ventre Livre e da Abolição da Escravatura. Isto sem falar em Brites de Albuquerque, a qual assumiu a direção da capitania de Pernambuco. Teria sido ela espelho para a nossa atual presidente?
Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!
SANFERR, 25.08.2011
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"Meus ministros fazem tudo o que querem, menos o que eu não quero que eles façam".
RODRIGUES ALVES (1848-1919) advogado, intelectual e ex-presidente da República.
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