quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O CRIADOR E A CRIATURA

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BALANCETE MENSAL
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01.10.2010 a 01.11.2010
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O  CRIADOR  E  A  CRIATURA
A  VITÓRIA  DE  UM  CABO  ELEITORAL  DE  PESO


     Passados os primeiros instantes de uma euforia com ares (e cor avermelhada!) de alter-ego feminista com direito a batom, tailleur e bota ortopédica que tomou conta das ruas e praças do país por conta da vitória - não tão expressiva, surpreendente assim - nas urnas da candidata petista à presidência da República, seu mestre e chefe (?) pode-se dar, finalmente, ao luxo de descansar, "dormir o sono dos justos nos braços de Morfeu", porque conseguiu alcançar o que ele (Lula) mais desejou nos últimos tempos, colocado como item número 01 em sua agenda presidencial: eleger Dilma Rousseff. Seu objetivo foi plenamente atingido graças ao apoio de pouco mais de 55 milhões de brasileiros. Não foi uma vitória esmagadora, humilhante, um verdadeiro massacre nas urnas, como muitos políticos e militantes do PT e dos partidos coligados pensavam, visto que 46% da população decidiu que José Serra (PSDB) seria o ideal neste momento para dirigir os rumos da nação. Mas, seja por hum ou dez mil votos de diferença, o que importa é a vitória e o Estado democrático brasileiro, mais uma vez, ditou as regras, mostrou que está cada vez mais firme e forte. Agora é arrumar as malas, gozar o tão merecido descanso - fantasiado de viagem à trabalho! - e sair por aí exibindo aos quatro cantos do mundo seu maior troféu: a transformação em presidente de uma ex-guerrilheira que foi presa e torturada pela ditadura militar. E os primeiros territórios a serem visitados serão o africano e asiático, mais precisamente a Coréia, na reunião dos maiores chefes de Estado. Coincidências diplomáticas à parte, melhor hora e local Lula não poderia ter escolhido para "apresentar", digamos assim, Dilma aos seus futuros colegas estadistas.(Será que nossos irmãos de "olhinhos puxados" irão conseguir pronunciar seu sobrenome corretamente? Ou será necessário levar um professor-tradutor na comitiva presidencial para um curso intensivo de linguística búlgaro-tupiniquim?).
     Luís Inácio "Lula" da Silva, o retirante nordestino que, por causa da miséria e da fome, bandeou-se ainda menino com toda a família para terras do sul-maravilha - apesar que para a família Silva não foi inicialmente tão maravilhoso assim, sofreram na pele e na boca, principalmente, o "pão (ou falta dele) que o diabo amassou" na fornalha dos quintos - na carroceria de um pau-de-arara, comendo poeira e se empanturrando de esperança por dias melhores. Por estas e outras, pode-se dizer que Lula é um guerreiro. Persistente, determinado e visionário, não se deixou abater diante das três sucessivas derrotas para Collor e FHC, só conseguindo subir a rampa do palácio do Planalto, com pompa e circustância petista, na quarta tentativa. Ele é o típico e notório exemplo para todos que, em qualquer área profissional ou nas mais adversas situações da vida, sentem-se derrotados. Pelé, Roberto Carlos, dentre vários outros que hoje são renomados, foram discriminados, desprezados e, por pouco, não desistiram das carreiras que os colocou no topo do Olimpo, onde somente os bons (e não os medíocres, sem ideias, talento e competência), cedo ou tarde, chegarão. O carisma de nosso atual presidente é inegável. Mesmo sem jamais ter "alisado o banco da ciência", ter no dedo e na parede o aval de "doutor", ele foi, é e continuará sendo o "diplomado" que nunca frequentou uma universidade. Sabe dizer as frases que o eleitorado (hipnotizado!) quer ouvir na hora certa, fazer com que o povo se espelhe nele, acredite que é possível sonhar um dia ser prsidente. (Segundo Dilma Rousseff em entrevista a William Bonner, nos estúdios do JN em Brasília, na noite do último dia 01, todos tem esse sonho).
     Mesmo não votando no PT e, cosequentemente, em Dilma Rousseff, não posso deixar de reconhecer que Lula é o Harry Houdini (mágico) da política brasileira. No bom sentido, of course! O que ele disser, o que ele fizer (mesmo sendo invenções, criações de marqueteiros), é lei para um povo que - em sua grande maioria - não tem maturidade política e consciência para julgar o que é melhor no todo, no conjunto para o Brasil. Vêem apenas o que é melhor para seus próprios - e pequenos - interesses. Desde que me entendo como gente e assumi meu direito constitucional de eleger nossos representantes, acredito que, independentemente de "simpatias" por este ou àquele candidato ou idelogias partidárias, nós temos a obrigação de sermos coerentes e sensatos na hora de votar. Porque será o Brasil que estaremos ajudando a construir ou destruir. Tanto que mesmo sendo de um partido que hoje é oposição, dou a mão à palmatória e com humildade digo que Lula é o papai noel na festa de natal de nós, pobres e mortais nordestinos. Até quando não se sabe, não se pode prever. Simpatia e antipatia do eleitor é como "folha ao vento": voa de lá pra cá, sem destino certo. Nunca se pode saber onde vai parar, cair. Hoje é a dobradinha Lula X Rousseff, amanhã... só Deus sabe. Vai depender únicamente dela permanecer ou não daqui a quatro anos nas boas graças do povo. E para que esta confortável situação se perpetue ela tem de ficar atenta não as críticas da oposição (porque estas fatalmente acontecerão), mas, principalmente, a intensa fiscalização daqueles que lhe confiou o voto. E sabe porque? Por conta da falta de um currículo político e se não tomar medidas impopulares como a volta da CPMF (o imposto do cheque), o adiamento do aumento do salário-mínimo para (AINDA?)  o final de 2011... Presidente eleita, lembre-se que quatro anos passa rápido e quem lhe carregou no colo até a cadeira presidencial, poderá puxar esta mesma cadeira daqui há pouco. O trabalhador brasileiro não é "marajá" (citando um termo da década de 80) que ganhe bem, se alimente e vista-se melhor ainda, tenha médicos e dentistas à disposição, como a presidência e os governadores, os quais, além disto tudo (e muito mais), tem também carro, seguranças, avião, assesores, esteticistas, maquiadores e cabelereiros, etc., etc., etc. Ora! Dizer que vai depender dos governadores a retomada do imposto sobre os cheques para melhor a Saúde? Que Saúde, madame? Esqueça quem é, deixe os benefícios que apartir de janeiro o novo cargo vai lhe conferir e vá. como qualquer brasileiro, buscar assistência médica nos postos de saúde (?), nos hospitais, nas Emergências. Se achar atendimento (se achar!) será péssimo ou, então, marcado para daqui a... seis meses? Presidente eleita, a senhora e os governadores não vão gostar "nadica de nada" dessa situação. É confortável falar-se de R$ 538,00 quando se pode gastar isto num simples jantar ou com uma bolsa de griffe. E viver com este "salário extraordinário" durante trinta dias? O povo não come lagosta, não, senhora. A sobremesa não é crèppe-suzette, não. É, quando dá, a boa e velha goiabada de embalagem plástica. Presidente eleita, coloque-se no lugar de milhões que estão morrendo de fome e, na hora do "rango" (ou falta dele) olham pro céu clamando misericórdia divina, e o que vêem? Seu avião presidencial passando por cima deles. É esta a retribuição para um povo sofrido, necessitado de apoio, que lhe botou onde está? Um salário de miséria, de fome? 
     Este mesmo povo não vai perdoar nenhum deslize, nenhuma quebra de salto (scarpin) Luís XV. Futuramente, duas frases poderão ser ditas entre a plebe: "eu sabia, porisso não votei nela", ou então, "pra que fui votar nessa mulher, meu Deus?" Como cidadãos, vamos torcer para que tudo dê certo e a nova presidente da República Federativa do Brasil, a quase búlgara Dilma Rousseff consiga dar conta do recado. Disse ela em seus primeiros pronunciamentos pós-eleição que irá manter uma relação cordial com os opositores. É o certo, pois o que está em jogo não são ressentimentos, mágoas e feridas não cicatrizadas de uma campanha onde mentiras e verdades, ofensas gratuitas, foram ditas ao bel-prazer de quem quis, com o único objetivo de desestabilizar o processo democrático. O que está em jogo é o Estado, os interesses políticos, sociais e econômicos de uma nação com dimensões continentais gigantescas. E governar um país como este não é a mesma coisa de comandar um grupo de vinte ministros de Estado que dirão "amém, amém!" a todas as ordens, com medo de perder o cargo. Agora, serão 190 milhões de brasileiros para agradar.
     Desta eleição de 2010, uma lição certamente foi aprendida: a força dos institutos de pesquizas. Mas, quem poderá garantir sua imparcialidade? Particularmente, continuo não acreditando totalmente na veracidade delas, acho que são tendenciosas, forjadas conforme as conveniências de A ou B para conquistar a opinião pública, fazer o povo eleger determinado candidato. E os eleitores "maria vai com as outras", para não perder (?) o voto, segue à risca a cartilha dos institutos. (È como alguém que não gosta de outra pessoa e espalha um boato falso, uma calúnia milimétricamente arquitetada para desmoralizar, denegrir a imagem do desafeto e este gesto irresponsável, de mau-caratismo explícito, passado de boca em boca com aumentos e requintes de crueldade, maledicências, torna-se uma verdadeira bola de neve, uma temível e devastadora avalanche montanha abaixo).
     O certo - e nunca é demais relembrar - é que a eleição de Dilma Rousseff se tornou viável, não por causa dos méritos políticos-administrativos dela. Ela venceu José Serra por ter a seu lado o mais importante dos cabos eleitorais que se tem notícia nas recentes disputas presidenciais do Brasil: o próprio chefe da nação e toda a máquina governamental disponível, além da cumplicidade dos famigerados institutos de pesquizas, sem falar nas tais "bolsas (porta-níqueis) não sei de que". O estardalhaço com que seu nome foi levado do gabinete presidencial a boca do povão foi suficiente para calar - e enterrar numa cova profunda - a indignação e revolta de 46 milhões de brasileiros diante de escândalos intermináveis, um após o outro, corrupção, meias e cuecas. (Se é que me entendem!). Também! Não poderia ser diferente. Não é notório, folclórico até, que por aqui tudo termina em carnaval, samba, suor (praia e cerveja? Pois, então? O povo deve estar felicíssimo com tantas festas, tanta cervejada, tanta churrascada na laje (churrasco com carne dos pobres bichanos, porque o boi tá pela hora do suicídio!), tantos batuques e gritos de "olê, olê, olá!..." Deus queira que o refrão depois não se torne outro. Como já disse anteriormente, cabe somente a nova presidente saber como conduzir, direcionar os rumos de um governo que tem tudo para dar certo, ao menos em nível de popularidade. Não dizem por aí que "filho de peixe, peixinho é?"
     "Se Dilma tá ganhando, meu voto é que não vou perder" - frase mais dita e ouvida nestas últimas semanas que antecederam o segundo turno, principalmente aqui no nordeste, onde tem-se a impressão que o sol abarzador afetou os neurônios de determinados indivíduos. Esta opinião anti-democrática, anti-política e anti-tudo, tornou-se um verdadeiro efeito dominó à favor da candidata petista. O tempo (os próximos 4 anos) e as ações (o governo) de Dilma Rousseff dirão se, realmente, a voz do povo é a voz de Deus. E o que se espera é que não aconteça por aqui o mesmo que está acontecendo nos EUA, onde o governo de Barack Obama, depois de dois anos, está atravessando a sua pior fase com o dólar em queda, o desemprego assolando a terra do tio Sam de norte a sul e uma economia assustadoramente paralisada. Lembrem que o primeiro presidente negro da história daquele país - a exemplo da primeira mulher presidente aqui - foi ovacionado pelo povo, levado à Casa Branca nos ombros dos norte-americanos e hoje a nação mais poderosa do mundo encontra-se numa tremenda saia justa. Culpa de mr. Obama? Não. Culpa do povo que deposita todas as suas expectativas nas mãos de simples seres-humanos, mortais como qualquer um de nós, achando que são Deus. Para se ter uma idéia, o partido de Obama (Democratas) sofreu há pouco, no último dia 02 pp., o pior desgasta político dos últimos tempos, quando perdeu muitas cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado. E o outro (Republicano) conseguiu eleger 31 governadores. Este cenário já podia ser observado desde o dia 08.10 (segundo o jornal Folha de São Paulo) quando uma pesquiza da rede de TV CNN juntamente com o Institute Opinion Research Corporation apontou que a popularidade de Barack Obama cresceu apenas 3% em hum ano e 52% não aprova o governo dele. Observem, tanto aqui como lá, como as famigeradas pesquizas influi o eleitorado.  É para se pensar ou não?
     
Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!  
                                                                                                                             SANFERR, 04.11.2010
                                                                                                                                                                                                              
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6 comentários:

  1. Parabéns, Sanferr!
    Desta vez vc se superou: falou e disse. Realmente, este artigo é um tapa na atual politica nacional.A expectativa que ficamos, eu e todos seus leitores, a semana toda é demais. Nos falamos depois em OFF pelo fone e e-mail, tá? Só quero deixar postado aqui pra que todos vejam a grande admiração que tenho por seu trabalho.

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  2. Porque a demora para publicar o artigo? Tá demais, ma-ra-vi-lho-so, como sempre. Bjs, bjs, bjs!! Ia esquecendo: o pessoal lá de fora tá acompanhando sua página. Mandei e-mail pra todo mundo da excurssão avisando que agora SANFERR é SANFERRPRESS. Vi270.

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  3. Gente,conheci finalmente SANFERR. Moro perto da capital na região metroplitana e no dia da eleição SANFERR veio como fiscal do PSDB até minha cidade com o pessoal do partido para verem as seções. Ele já tinha meu número das três vezes que conversamos pelo celular e fui encontrar com eles no colégio. É gente fina mesmo, educado, elegantérrimo e muito, muito inteligente. Fiz de tudo para fazer amizade com ele e consegui. E ele já conhecia minha cidade, disse que sempre tá por aqui. É incrível como as coincidências acontecem. Inclusive muita gente daqui veio falar com ele, até autoridade, por causa da política. Se eu já gostava do texto dele e de falar com ele pelo fone, adorei conhecer pessoalmente. Tinha de postar esse comentário públicamente pra que todo mundo fique sabendo que SANFERR merece o sucesso que tá fazendo. Pense em alguém que a gente se sente bem só de tá ao lado, batendo papo.SANFERR, sou seu novo velho amigo, tá? aGORA mesmo é que vou ser leitor assíduo desta página ma-ra-vi-lho-sa da net.

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  4. SANFERRPRESS. Guardem esse blog. Sou editor-chefe de um jornal aqui em Santa Catarina e estou impressionado com o estilo, a forma própria de escrever do colunista. Um talento admirável, notável, para quem está acostumado a acessar a internet e se deparar com coisas sem nexo. Tenho décadas de profissão e estou, realmente,estupefato com o que venho lendo. Um amigo me recomendou e, certamente, recomendarei a vários outros. Li os comentários postados junto aos artigos e tenho de concordar: SANFERRPRESS é mesmo a revelação do ano dos blogs. Pena que, por enquanto, seja somente no blog. Vamos acompanhar, dar tempo ao tempo e aguardar o que irá acontcer na trajetória de SANFERRPRESS. Seja bem-vindo, colega. Vou passar e-mail para vários colegas, amigos e internautas de todo país e também do exterior. Precisamos tirar SANFERRPRESS do anonimato. Seu destino é as páginas de jornais e revistas. Se dependesse de mim, SANFERR, você já estaria contratado, pois talento e estilo como o seu não encontramos todos os dias. Mas estamos observando e num futuro próximo...

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  5. O artigo desta semana é DEMAISSSSSSSSSS!!!! SANFERRPRESS é o que tem de melhor na net nos últimos tempos. Chega de baboseiras e TRONO, CETRO e COROA para o rei dos blogs. O COLUNISTA DO ANO DA INTERNET: SANFERRPRESS.

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  6. São Paulo, Maria Betânia, alegria, prazer, verão, sol, chuva, correria, fórmula 01, fotos, filmagens de celular, talento, amor, sexo, desejo, abraços, saudade, despedida, beijos, SANFERR... tudo se completa. Como dizia Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe, "vc de torna eternamente responsável por aquilo que cativa". A Bahia brilha com sua presença. São Paulo chora com sua ausência. A falta que vc fáz é tão grande como o vale do Anhagabaú, lembre-se sempre disso, e não tem e-mail nem telefonema que supere. Do eterno amigo-camarada-parceiro, Toninho.

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