sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JE SUIS, CHARLIE!

UM BLOG MUITO BONITO, MAS SEM UM BOM TEXTO E NENHUM CONTEÚDO,
VAI SERVIR APENAS PARA SER VISTO E LOGO ESQUECIDO.
SIMPLESMENTE PORQUE TODO MUNDO NÃO VAI ENCONTRAR NELE
NADA DE BOM PARA SER SEMPRE LIDO.



"POR INVEJAR, AS PESSOAS
CRIAM MITOS E LENDAS
QUE NUNCA IRÃO SE CONFIRMAR".




EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA



GEORGES WOLINSKI.
UM HOMEM QUE SE FEZ COM O HUMOR.
A SUA CRÍTICA ERA MORDÁZ E NÃO PERDOAVA
NINGUÉM. E, COMO UM GRANDE HERÓI
DO PENSAMENTO,
 MORREU
DANDO EXEMPLO AOS DEMAIS
COMO UM HOMEM O SEU NOME FAZ.



     Não gosto do mesmismo, mas, diante dos últimos acontecimentos, sou obrigado a deixar a originalidade de lado e repetir - quantas vezes forem necessárias - a frase que está ecoando pelos quatro cantos do mundo desde a manhã do último dia 07: "JE SUIS, CHARLIE!". Ou seja, EU SOU CHARLIE. 
     O que está acontecendo com as pessoas que não aceitam mais que as demais tenham opiniões e (também) façam críticas ao seu modo de pensar, agir, viver? Querem "fazer e acontecer" e "não serem vistos e comentados"? O mundo é assim desde que foi "inventado": fazemos e somos observados. A crítica foi "fundada" por Deus depois de Adão e Eva O ter desobedecido. E hoje, em pleno século XXI, grupos extremistas - daqui e dali, desta e daquela ordem - não aceitam pequenas ironias, piadas e aplacam o seu ódio (infundado) com a morte?... Já se passou três dias e estamos, em todo mundo, horrorizados com o que aconteceu - na manhã do dia o7 pp. - em Paris, na França, próxima a praça da Bastilha - alguma cruel coincidência histórica? - na redação da publicação semanal CHARLIE HEBDO... O que pensar num momento como este? Muitas respostas foram dadas, mas, a minha, é contundente, ao menos para mim: "Tem pessoas que odeiam, e querem vingar, acabar, destruir, com as outras que tem uma mente privilegiada, as famosas cabeças pensantes"... (!) ... Ora! É a única coisa que podemos deduzir. Invadir uma redação e matar um grupo de pessoas com mentes acima do QI normal, que foram capazes - com muito talento, capacidade e competência - de mudar os destinos, em vários momentos históricos, da França, e até mesmo do mundo... Ali, naquela sala, não havia simplesmente seres-humanos, trabalhadores (braçais, mesmo só usando o poder da mente!) da palavra, do pensamento, da crítica, do humor; estavam reunidos ali homens com um QI que muitos - principalmente os que mataram eles - gostariam de ter. É como eu sempre digo: talento não é para quem quer, é para quem tem. Enfim, homens que nasceram privilegiados - com ou sem formação acadêmica, já que talento não se ensina em escola nenhuma - para criar textos (e até na falta dele, como no caso das charges do Charlie Hebdo) e desenhos de altíssima qualidade artística, que mudaram, em muitas situações, a história da humanidade nos dias atuais.
     E o que é criar? Ter este dom - especialíssimo - que somente poucos tem? Óbviamente que é um trabalho diferenciado. Claro! Todo seu trabalho tem a sua importância, valor; mas, o trabalho (escravo) da criação é divino. (Escravo por que a criação é uma ação que nos deixa dependentes dela mesma! Se é que me entendem!). Eu sempre digo que criar é coisa de semi-deuses. Observem: quem, como os cartunistas e chargistas do Charlie Hebdo, tem capacidade e competência para, diante de uma folha de papel em branco, com lápis ou canetas, talvez pincéis, "formatar" idéias críticas sobre assuntos atuais?... Uma coisa é sair, diáriamente, para um trabalho qualquer, desenvolver uma atividade corriqueira por anos e anos à fio, mas, no final da vida, ao olhar para trás, perceber que não se deixou uma marca, um rastro sequer de criatividade, genialidade. O criador, não; ele, como todos, irá morrer. Mas a "marca" da sua obra (criação) ficará para as gerações futuras... Cartunista, chargista, pensador, poeta, escritor, escultor, pintor, paisagista, e tantas outras formas de expressão artística, são imortalizadas. Ficarão para sempre, independentemente da morte do seu criador. E o trabalhador comum, que bate ponto - sem querer desmerecer a ocupação de quem quer que seja, pois, reitero, todo trabalho se faz necessário na vida de todos nós - ao findar a "era" da sua produtividade "profissional" não terá nada, nenhuma marca, nenhuma obra, para, futuramente, seus filhos, netos, bisnetos, toda a humanidade, "saber" que foi ele que chegou ás 7 hs da manhã, e saiu às 17 hs, diáriamente, semana após semana, mês após mês, ano após ano, para desenvolver "àquilo"... Pois é. Àquilo! Percebem a diferença crucial entre um simples trabalhador e um criador? Quando nos referimos ao primeiro, dizemos: "àquele que trabalhou em tal lugar "... E quando nos referimos ao segundo, o criador, dizemos: "àquele que fez tal obra"... O homem nasceu para fazer e SER.  E, infelizmente, poucos conseguem este grande feito; a maioria fica no "repetir o que qualquer um pode fazer, o mesmismo do trabalho, qualificado ou não!"... Claro! Com um diploma na mão, qualquer um está capacitado para exercer determinada profissão. Eis aí a prova que - para criar - somente as cabeças pensantes, privilegiadas, podem fazer (e trabalhar!) em obras que a História irá imortalizar. Todos os mortos na redação do Charile Hebdo eram trabalhadores: mas, acima de tudo, criadores. 
     Tem uma frase famosa do (não menos) famoso Napoleão Bonaparte, que diz o seguinte: "Quem teme ser vencido tem a certeza da derrota"... (?) ... E o, digamos assim, "trabalhador criador" que exercia, semanalmente, a sua genialidade nas páginas do Charlie Hebdo, nunca teve medo de ser vencido. Enfrentavam - tanto na política, como na religiosidade - qualquer tempestade, ameaça, para provar que não conheciam o significado da palavra derrota. Não sei, mas deveriam pensar: "Derrota é não arriscar!"... E é isto que faz a força da criatividade; criatividade esta que - sem medo da derrota - se transforma em genialidade. E como àqueles homens geniais, hiper criativos, foram corajosos. Usaram o poder do talento para "ferir com ferro em brasa" as chagas da sociedade francesa. E mundial. E isto custou as suas vidas naquela fatídica manhã do inverno francês. Mas, a obra de todos eles irá sobreviver para transformar o outono de nossas vidas numa eterna primavera, quiçá um verão de sol causticante, sob o qual as (boas) idéias do grandes pensadores jamais irá sucumbir. Trabalharam, bravamente - contra os erros de uma sociedade hipócrita, falsa - até o último momento de suas vidas; fizeram do humor a sua bandeira, transformaram a crítica em arma para lutar contra tudo que achavam (e estavam certos) que atentava contra a dignidade humana. E, entre eles, estava uma das maiores mentes privilegiadas, de todos os tempos, na criação da charge, do humor: Georges Wolinski. Com apenas desenho - ou, às vezes, usando frases mordazes - este "mestre" do cartunismo (e pensamento) atual, deixou a sua "marca" de trabalhador (braçal, diário e incansável) para a posteridade. Ao contrário do trabalhador comum - que não tem nome, não deixa a sua marca na profissão que ocupa, por mais importante e necessária que ela seja para a vida de todos nós, reitero - que vai, um dia ser sepultado, e, posteriormente, não se saberá quem é que está repousando naquele túmulo, com excessão, óbviamente, dos familiares e do pequeno círculo de amigos. Wolinski fez o seu trabalho se transformar na sua marca. Na sua bandeira para, eternamente, ficar hasteada sobre a cabeça de todos os demais. 
      Georges Wolinski nasceu em Túnis (28.06.1934) e não se faz necessário repetir a data de seu falecimento, já que, o mundo todo, está sabendo que data foi esta. Eis aí a diferença entre o trabalhador comum e o trabalhador criador. Morre o profissional comum e ninguém fica sabendo. Morre (o corpo, não o nome, a obra, a marca) o profissional da criação e o mundo todo fica sabendo. Assim foi com Voltaire, Napoleão Bonaparte, Jean-Paul Sartre, Georges Wolinski, e será, também, com todos os homens que - na genialidade da sua criação intelecto-cultural, artística ou política - irão morrer para o seu trabalho não perecer. (Se é que me entendem!). Wolinski nunca vai estar morto. E sabe porque? Porque irão se passar décadas, séculos, milênios, e todos vão saber o "trabalho que ele fez" enquanto esteve aqui neste mundo. E - não sei! - talvez tenha sido este o maior "ódio" destes terroristas que o mataram: não ser nada, ninguém, não ter nenhum valor e relevância para a humanidade. ( Precisaram usar o nome de Maomé para serem notados. ) Serem (apenas) trabalhadores da "horrenda e sangrenta" profissão do matar, assasinar. E, mesmo assim, não serão lembrados. O ato, sim, ficará na História; mas, o nome de cada um que apertou o gatilho, não será lembrado daqui a dez anos!... Poucos se lembram do nome do maluco que assasinou John Kennedy, nos EUA na década de 60. Ou, mais recentemente, do lunático que atirou no Papa João Paulo II, em Roma. Lembram-se, sim, dos fatos históricos por ter envolvidos personagens importantes. Mas, não dos nomes dos que praticaram tais atrocidades. Então? Estou errado ao dizer que existe o homem que - mesmo todos nós sendo relevantes no processo divino da criação, nos desígnios de Deus - nasceu para passar pelo mundo e o outro que veio ao mundo para deixar seu nome, sua marca, pelo seu trabalho de criação?...
     O homem tem de ganhar a sua sobrevivência, claro! Mas, que tal, ganhar (também) a sua existência? Não entendeu? Olhe para o que você faz neste mundo, o seu trabalho; e compare com o trabalho dos GRANDES HOMENS que fazem a História do mundo. Não custa muito, não é difícil ser o diferencial, ser importante como ser humano e relevante como trabalhador. Basta você querer e focar. Se esforçar para, ao trabalhar, uma marca no seu trabalho deixar. Pode até custar a sua vida - como custou a de todos que morreram (físicamente) na redação do Charlie Hebdo - mas, ao menos, como HOMEM, o seu nome jamais será esquecido sobre um túmulo perdido, num cemitério qualquer.
     Georges Wolinski vai fazer falta por sua obra, seu humor, sua crítica, seus pensamentos e a sua coragem em não ter medo de ser vencido.
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima semana - HOJE FOI UMA EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA -, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                  RENÉ SANFERR, 09.01.2015


a ESFINGE:
(UMA CITAÇÃO É APENAS A OBSERVAÇÃO DO PENSADOR
SOBRE FATOS, PESSOAS E ACONTECIMENTOS.
E, NA MAIORIA DAS VEZES, O AUTOR NÃO COMPARTILHA DA MESMA OPINIÃO
SOBRE O QUE FOI POR ELE OBSERVADO, ESCRITO E PUBLICADO)
"Nasceu um homem? Não! Deve-se dizer que nasceu um menino que vai morrer como um GRANDE HOMEM".

                                                                                                  RENÉ SANFERR, 01.09.2001


(COMO É UMA EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA,
HOJE NÃO PUBLICAREI A COLUNA
"SINAL VERDE, SINAL VERMELHO"
E AS CITAÇÕES)


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