quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A PRAÇA ( AINDA ) É DO POVO . E DA ALEGRIA, ALEGRIA

                       


CAETANO VELLOSO.
ESSA CABELEIRA BRANCA É FRUTO DE MUITO TALENTO
E COMPETÊNCIA, DE QUEM SABE O QUE DIZ
E ORGULHA A BAHIA, NÃO ENVERGONHA.




       Já me acusaram de falar mal da moderna (?) música baiana, o que não é verdade. O que não faço é comentários elogiosos - simplesmente para ser agradável, simpático e fazer o gênero "bom rapaz", mais um sem personalidade, "maria vai com as outras", adepto do mesmismo, da mediocridade e vulgaridade - àqueles que não tem talento e fazem da péssima arte (?) que praticam trampolim para ascender social e econômicamente. Não é do meu feitio, muito menos o perfil da coluna não é dar espaço, homenagear, jogar confete em quem não merece, aplaudir o que não vale à pena receber vaias, quanto mais aplausos. (Não vou agir jamais desta maneira, apenas para ser o colunista bonzinho da internet. Admiro e respeito meus leitores, mas, goste de mim quem quizer, só que não prostituo meu ponto de vista, minhas ideologias para agradar à gregos e troianos). A musicalidade baiana é riquissima - e a prova temos agora com um baiano co-autor de um tema para filme de Hollywwod - tem inúmeros criadores e intérpretes (de todos os os ritmos e sons) de excelente qualidade, mas ninguém vai negar que últimamente muitos desqualificados, despreparados culturalmente (de A a Z), desprovidos de personalidade "artística" estão usando a música para depreciar a arte defendida por Cartola, Pixinguinha, Vivaldi, Bach, Emílio Santiago, Nat King Cole, Frank Sinatra, Chiquinha Gonzaga, dona Ivone Lara, Dalva de Oliveira e tantos outros, envergonhando o que de melhor - neste caso especifico - a Bahia (berço de tantos artistas e de uma cultura extraordinária) possui, artisticamente falando. Como, por exemplo, este "senhor", o qual, diga-se de passagem, é bastante generoso e tem uma paciência de Jó  para ouvir (e aturar) as m... que andam tocando por aí. Depois dizem que sou preconceituoso; mas eu tenho, graças à Deus, é bom gosto. (Me perdoem esta expressão chula, mas existe outro termo para classificar essas "músicas" que não tem classificação e estão no limbo, na sarjeta da criatividade artística, onde somente os ratos aplaudem satisfeitos com o mau cheiro exalado?). Este "senhor", além de procurar agradar e incentivar - talvez esperançoso que os ditos "artistas" de ocasião e oportunismo, mercenários, melhorem um pouco mais a sua pseudo criatividade, estudando o be-a-bá da composição - cantando ou retribuindo as gentilezas de um e outro nos shows, principalmente nesta época de folia momesca quando é bastante requisitado nos trios e camarotes. Nestes - aliás, a destruição total do carnaval tradição e cultura da boa terra - salvo raríssimas excessões, o que mais se vê na avenida (ah! que saudade da avenida de outrora!), na praça Castro Alvez que (ainda) é do povo - apesar de, com a profissionalização do carnaval, eu duvidar disso - são marombeiros (ridículos, apesar de, como modelos, serem interessantíssimos!) rebolando frenéticamente como se tivessem carraptos no corpo e com uma voz (?) de gralha rouca se dizendo cantores.  E, para piorar a situação, piriguetes - quem terá sido a Messalina ou Calígula que inventou tal expressão que envergonha as batalhadoras e dignas prostitutas?) - as quais só enlouquecem o público quando se exibem vestidas (ou não seria despidas?) "para matar", literalmente falando, a música baiana, exibindo (e colocando para fora, de "peitos" aberto) todo seu talento bundante. Imagino a decepção, a vergonha dos pais e familiares! (Se é que me entendem!)...
     Este "senhor", não por acaso, é, graças à Deus, um dos orgulhos da nossa queridissima Bahia, a "boa terra" de nós, baianos, e turistas também, um excelente compositor, cantor e escritor, a prova definitiva que na terra de todos os Santos os bons não nascem. Estreiam no palco do talento, tornando-se o diferencial entre os demais que não tiveram a sorte de passar nesta fila que leva ao reconhecimento, à fama. Este "senhor cidadão" atende pelo emblemático nome de Caetano Velloso, ou melhor, Caetano Emanoel Viana Telles Velloso, nascido em Santo Amaro da Purificação em 07.08.1942, filho de seu Zeca (falecido em 13 de dezembro de 1983) e d. Canô. Com tanta qualificação, este nascimento foi realmente uma grande estréia.
     Uma estréia e tanto, já que poucos dias depois deste verdadeiro espetáculo ter sido apresentado aos futuros fãz, seu Zeca ganhou na loteria. Antes ele disse à mulher: "Deixa eu ver para que foi que ele veio ao mundo", quando guardou o bilhete no cesto de roupas do menino. Mas Caetano não trouxe apenas sorte. Ele trouxe o dom de cantar e encantar, deixar sua marca registrada para sempre na história, não dando prazer aos seus detratores e difamadores de ser mais um medíocre, como àqueles que em 1973, na Concha Acústica do TCA, aqui em Salvador - mesmo diante de uma d. Canô perplexa, sem respeitá-la - o desacatava com piadas pesadas e palavras de baixo calão, ele suportando, até que falaram mal do filho Moreno e Caetano reagiu, xingando-os. Resultado: Caetano, o mito dos mitos vivos da Bahia, foi preso. Mas quem nasceu Caetano Velloso e não apenas mais um qualquer na multidão, invejoso e despeitado, não tem cadeia que aprisione sua voz e suas palavras (sábiamente ditas) que causam sempre polêmica. Sempre à favor da (boa) arte e, o que é mais importante, do bom gosto musical.
     A vida de Caetano, ou Cae para os íntimos, sempre foi um palco (muito) iluminado, mesmo nos momentos mais difíceis do início da carreira, quando era criticado, ridicularizado e discriminado, mesmo disfarçadamente. Ele incomodava. E incomoda até hoje. Naquela época, principalmente aos militares. Hoje a quem não chega aos pés de seus comentários e pensamentos filosóficos. Agora está mais tranquilo, "de boa", como dizem por aí, mas já causou muita polêmica, era do babado. E bota babado nisso! Desde sempre sabia que veio ao mundo - talvez respondendo a dúvida do pai - com um objetivo muito além, anos-luz à frente das outras pessoas, simples mortais que não tem inteligência e compreensão, cultural e socialmente falando, para "sacar" seus mensagens, suas criações (e citações) de altissimo valor. A mãe, d. Canô (queridissima!), diz que quando ele era pequeno ficava no colo dela ouvindo-a cantar "Torna Sorriento" e "Lua Branca" e ele ia escutando, aprendendo. (Nossa! Desde criança já pesquisava). Quando ela ficou grávida de Betânia, ele alisava a barriga da mãe e profetizava: "Vai ser mulher. Vai se chamar Maria Bethânia". Seu Zeca, brincando, dizia: "Maria Betânia que nada. Botar esse nome para os outros ficarem cantando na rua". O velho patriarca da família (hoje) mais famosa e importante do recôncavo baiano, referia-se a canção "Maria Betânia", sucesso de Nélson Gonçalves, um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos - hoje ele iria se arrepiar, não de emoção, se ouvisse certos cantores e músicas - já falecido.
     A trajetória artística de Caetano Velloso é rica em todos os sentidos falando. Ele não veio ao mundo à passeio. Veio para ficar, ser imortal. Compondo, cantando ou escrevendo. (Se não fosse, não estaria sendo retratado aqui na coluna). O início de carreira dele foi nos festivais da Record, em São Paulo. Imaginem! Naquela época, sair de Santo Amaro e fazer sucesso no sul maravilha, não é pra qualquer um. Caetano polemizou até no casamento, em 1967, com Dedé, na igreja de São Pedro, centro de Salvador. As aulas foram suspensas nos colégios e o carro da família foi cercado pelo povo no trajeto do bairro do Canela até a Piedade, ao ponto do motorista desligar a chave e dizer: "Não adianta. É o povo que está empurrando", enquanto a massa batia no automóvel e gritava: "Caetano, Caetano!".
     Entre 1960/62, Caetano escreveu artigos para o Diário de Notícias e começou a ser notado. Em 62, com Gal Costa, lançou o Lp "Domingo", seguido logo após (1965) do compacto "Cavaleiro, Samba em Paz". Em 1968 surgiu o Tropicalismo e neste mesmo ano, no Terceiro Festival da Canção, lançou um verdadeiro hino contra a ditadura: "È Proibido Proibir". Coincidência ou não, foi preso pelo regime militar e partiu para o exílio em Londres.
     A discografia de Caetano é um capítulo à parte na MPB. Dentre tantas pérolas, diamantes e esmeraldas, eu destaco Tropicália, Caetano e Chico Juntos e ao Vivo, Jóia, Qualquer Coisa, Outras Palavras, Cores e Nomes, Velô, Totalmente Demais, Sem Lenço e Sem Documento, Circuladô, Tropicália 2, Fina Estampa ao Vivo, A Bossa de Caetano, Eu Não Peço Desculpa, Roberto Carlos e Caetano Velloso e a Música de Tom Jobim, além do recente Caetano Velloso e Maria Gadú. No cinema, sua marca inimitável ficou impressa em obras de nível, como Coração Vagabundo, O Cinema Falado, Doces Bárbaros (clássico dos clássicos). Mas também foi colocando o preto no branco (escrevendo) que Caetano mostrou que, realmente, não é qualquer um. Toda sua filosofia de vida ficou imortalizada em textos como Alegria, Alegria, Verdade Tropical, Tropical Truth: a Story of Music anda Revolution in Brazil, além de Letra Só e O Mundo não é Chato.
     Por tudo isso e muito mais, eu não me canso de afirmar: Caetano é bom demais. No principio, meio e fim. Se é que literatos, homens da palavra como ele, terão um dia fim, já que seu trabalho ficará eternamente na história, quando nem os ossos daqueles que falaram mal, criticaram e ofenderam lá na Concha Acústica do TCA não existirem mais. Caetano é Caetano Velloso. E pt, saudações a quem interessar possa. E aqueles pobres coitados, sem criação e sem nome? Quem são? Ah! Os grandissisimos senhores... ninguém. Que não fizeram nada - a não ser ofender o mestre Caetano -  para serem lembrados um dia que passaram pela terra.
     "Não critique e nem tente humilhar àquele que somente por existir já é uma afronta e humilhação para você", diz um de meus vários pensamentos e que se encaixa perfeitamente na história de Caetano, o Velloso dos Vellosos.
     Au-revoir para todos que me criticam e aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            .                                                                                                                              R.SANFERR, 16.02.2012

a ESFINGE:
     "Mesmo que se passem mil anos, no reencontro com um amigo de verdade é como se estes mil anos nunca tivessem passado. E a saudade que vai ser morta neste dia valerá a pena se mais mil anos de afastamento forem necessários".

                                                                                                                                                                                    .                                                                                                                              R. SANFERR, 12.02.2012

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios, doações):

     "Já é carnaval cidade!..."
     Chegamos, enfim, a festa mais agitada, gostosa e quente da boa terra. Mas, lembrem-se: não esquentem os ânimos. PAZ! PAZ sempre! O carnaval vai passar e sua vida deve e tem de continuar.
     Um beijo à todos e, de público, muito obrigado pelos convites.



"Um amigo pode não ser 100% com você, não lhe considerar e ter traído. Mas se você é amigo 100% dele, releve e não considere a traição, perdoando-o como quem perdoa um irmão". - SANFERR, 18.06.2010

"Por que rir de quem carrega o amor no coração? Deve-se chorar é por quem carrega a traição". - SANFERR, 10.04.2005

"Não diga ao que veio. Diga apenas que quer ficar". - SANFERR, 06.02.1997

"A politica da boa vizinhança é servir quando for necessário e manter-se afastado quando sua presença não for necessária". - SANFERR, 20.09.1982

"A taça de vinho que embriaga, não é tão perigosa como o veneno escondido atrás dos falsos beijos da mulher desejada". - SANFERR, 24.09.1987

"A maior prova de amor é reconhecer todos os erros e desvios de caráter da pessoa amada e mesmo assim querer tê-la ao nosso lado". - SANFERR, 08.12.1999

"No jogo da vida nem sempre quem dá a última cartada é o vendedor". - SANFERR, 07.02.2010

"Geralmente quem mente para os demias não consegue esconder a verdade para seu amor". - SANFERR, 09.10.2002

"A mulher pode trair o homem, mas jamais com a competência que ele a trai". - SANFERR, 07.05.2010

"Prefira ser difamado do que difamar alguém". - SANFERR, 06.06.2010

"O homem apaixonado pensa dia e noite no seu bem querer, mas jamais dá o braço a torcer". - SANFERR, 19.02.1999

"Humildade não é se curvar para os outros montar nas costas. É dar as costas para quem finge uma falsa humildade". - SANFERR, 03.02.1989

"O bom da vida é ser honesto, ter personalidade própria e não seguir as orientações de pessoas ruins, desonestas e sem personalidade". - SANFERR, 04.01.2012

"Tenha um objetivo na vida, trace um caminho para conseguir chegar até ele e não dê atenção a quem lhe chama de maluco por sonhar alto. Quem não sonha é porque não tem competência até para sonhar e seu objetivo de vida é um verdadeiro pesadelo". - SANFERR, 18.09.2010

"O mundo torna-se pequeno quando seus pensamentos são grandes". - SANFERR, 13.04.2011


     Como é carnaval, hoje postei poucos.
     Um forte abraço e divirtam-se.

                                                                                                                                                                      .                                                                                                                              R. SANFERR, 16.02.2012



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10 comentários:

  1. É carnaval, galera. Como por aqui, no sul, não é tão animado como lá no nordeste, vamos aproveitar pra descer pro liotral e curtir um pouco das nossas praias. Não são tão animadas como as nordestinas, mas são bonitas. Rafa, Paraná.

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  2. Até que enfim chegou, galera. Estamos no olho do furacão, no carnaval da Bahia. Aqui é tudo cor, sol, alegria, o povo enchendo as ruas, várias etnias, idiomas, uma mistura deliciosa, temperada com dendê, pimenta, cravo e canela. Pessoal, é o carnaval de Gabriela, a boazuda da terra do bem amido Jorge. Bjs, Bjs, Vi.

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  3. Sou do tempo que a Castro Alves fervia. Não fáz muito tempo assim, mas parece que o povo, aos poucos, influenciado pela imprensa, tá correndo pro lado da Barra. Caetano Velloso brincava muitos aos pés da estátua do outro mestre, o poeta. Simples, dado, falando com todo mundo, sem nariz empinado, super educado. Nem parecia a estrela que sempre foi. Caetano é tudo de bom, orgulho mesmo da Bahia. Assim como SANFERR tá dando orgulho a nós, seus amigos, mostrando do que ele é capaz escrevendo, criando e pensando. DOMÊNICA.

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  4. A familia Veloso deveria ser tombada. Brincadeira, é claro, mas vocês já viram uma familia tão interessante, notável, criativa, de intelectuais, personalidades cultas, que brilham em todas as áreas? É Caetano, Betânia, Mabel Veloso, Jota Veloso... Um verdadeiro patrimônio artístico e cultural da nossa querida terra. Quanto a praça Castro Alves, no centro de Salvador, continuará sendo sempre do povo. PP, da Nova DD.

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  5. A praça sempre será do povo por que tradição é tradição e não pode acabar jamais. De uns tempos pra cá, criaram um novo circuito da folia lá em Salvador, mas o centro da cidade é o berço desta festa e ninguém tira esse título, acaba com esse cenário que durante décadas foi palco de tantas alegrias. KK, Ilhéus.

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  6. jÁ tô num ritmo do carnaval, galera, curtindo tudo e todas as gatinhas, solteiraço e quero beijar muito, valeu? "A", da ilha.,

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  7. Lá na década de 80, eu e Sanferr pulamos e curtimos muito o carnaval na praça Castro Alves. Tempo bom que não volta mais. Sarajane, Luis Caldas, Pepeu Gomes e Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, o axé nascendo. A praça não vai morrer nunca. Lá é o berço da folia e ninguém tira esse título. CHICO.

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  8. Daqui há pouco tô indo pra terrinha. As malas já estão arrumadas e a turma toda disposta a curtir a folia nos dois dias e depois ir pras praias pegar um bronzeado. Brasília deixa a gente sem cor. PAULO RICARDO.

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  9. Também dou da turma que não esquece o carnaval de SALVADOR na avenida. Bom demais. E Caetano fáz parte desta história, sim. Não só por ter composto e cantado o hino, na minha opinião oficial do carnaval da Bahia, que homenageia a praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião... Mas por ser baianissimo, gostar de pagode, arrocha, axé e defender esses ritmos com unhas e dentes. Ele adoraaaaaaaaaa. Beijos, Aninha.

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  10. Caetano é um compositor e cantor da melhor qualidade e nunca será esquecido, mesmo que algum maluco quizesse, né? Tudo que ele fáz, que diz, vira moda. Caetano é um gênio, um cara abençoado por Deus que sabe levar alegria, muita alegria ao povo. Um abração e bom carnaval. Dona Positiva.

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