quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ARTIGO APÓS ARTIGO, COM TALENTO, ATÉ O OLIMPO DOS JORNAIS.





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                                            BALANCETE MENSAL
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                                                 DR. JÚLIO MESQUITA,
              O (BOM) PASSADO NÃO MORRE JAMAIS. É O NOSSO PRESENTE.
                                   O LEGADO DE UM NOBRE REDATOR.


     A arte - milenar - de escrever bem, ser um bom redator, não é, infelizmente, para todos; não tem faculdade que dê a matéria-prima (o dom) e, consequentemente, ensine a se ter talento ou, muito menos, concorrente (sem essas qualidades) que consiga derrubar a magia das palavras bem colocadas e imortalizadas num artigo com centeúdo e estilo próprio. Ontem, hoje e sempre - pois muitos ainda virão com essa arte impressa no sangue - grandes nomes passaram pelas mais importantes redações do país, a exemplo de Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda ("O Corvo"), Samuel Wainer, Barbosa Lima Sobrinho, Barão de Itararé, Roberto Marinho, Sérgio Porto ("Stanislaw Ponte Preta", inspirado no personagem Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade), Helena Silveira, Victor Civita, Guilherme de Almeida, Roquette Pinto, Merval Pereira, Elio Gaspari, Carlos Castelo Branco, David Nasser, Danuza Leão, Artur da Távola, Ernesto Simões Filho, Ibrahim Sued, Tavares de Miranda, Hildegard de Angel ("Perla Sigaud"), Tarso de Castro, José Simão, Alberto Dines, Artur Xexéo, e por aí vai a constelação de "letrados" - muitos desses astros e estrelas, infelizmente, já brilham no firmamento - com sabedoria suficiente para "colocar o preto no branco". (Uma verdadeira seleção na Copa da Redação, jogadores - muitos deles autodidatas - que sabiam, ou sabem, em que trava jogar as letras). Dizem que o Brasil - além de não saber votar, mas, ao que parece, está aprendendo, na "escola" - é um país sem memória, ingrato com àqueles que deixaram para sempre seus nomes (marcas) escritos no livro da cultura e intelectualidade nacional. Particularmente, não compactuo com esta idéia - errôneamente difundida pelos quatro cantos, certamente por pessoas despreparadas ou que, no mínimo, sofrem de amnésia histórica - pois enquanto existir alguém que goste de relembrar, homenagear tais personalidades (e seus memoráveis feitos para o engrandecimento da nação) a vida artística, cultural, religiosa e política brasileira jamais será esquecida, enterrada no túmulo do ostracismo por alguns desinformados que alardeiam que "quem gosta do que é velho é museu"... (?)... Ignorantes que são, pois o passado - e as figuras ilustres, notáveis - pode estar morto, mas se não tivessemos passado por ele não estaríamos aqui.
     Se formos perder a razão (raciocínio) e dar atenção, credibilidade a esse comentário esdrúxulo - tão infantil como vergonhosamente emburrecedor - logo duas perguntas irão se fazer necessárias: o que é velho? (A Europa e o Oriente com séculos de informações?). A notória capacidade intelecto-cultural de nossos antepassados, os quais (honrosamente) nos deixou um legado de bons livros, boas músicas (ai de ti, Babilônia - ops!, Brasil - que hoje tem de ouvir certos "talentos") esculturas e pinturas? E o que não é velho? A falta de história, conhecimento e cultura, o bom gosto ou a atual e nefasta - felizmente não de todos, mas de uma parte considerável da sociedade - ignorância artística-literária? O que, trocando em miúdos, significa o sepultamento de nossos (vários) talentos abundantes, enaltecendo, endeusando assim - com a ajuda de empresários incultos e mercenários, especialmente no "novo" meio musical da Bahia - os pseudos-talentos (?), àqueles que se acham o que não são (cantores e compositores), mas, se tivessem desconfiômetro, não abririam a boca nem para falar, quanto mais "cantar". Estes são os famosos quem, quem, quem? Os fenomenais TALENTOS BUNDANTES. Àqueles mesmos que (em busca do sucesso fácil) nos dão a triste e nítida impressão que os neurônios (deles) - se é que os tem! - foram apropriadamente colocados abaixo da cintura, naquela região glútea onde reside (indecorosamente) toda a força de seu rebolado (apelativo e não belíssimo, sensual, como o das mulatas-passistas) sem nenhuma expressão criativa. Resumindo: triste e decadente é a nação que não vive do seu pasado, dos seus "museus", pois dele vivenciamos o presente e, com certeza, construiremos um futuro bem melhor consertando inúmeros erros.
     Grandes brasileiros souberam - ou ainda o sabem, por que continuam entre nós - dignificar a nação dando-nos a oportunidade de conhecer a nossa própria história. Júlio Mesquita - que transformou um pequeno e insignificante tablóide "A Província de São Paulo" no poderoso "O Estado de São Paulo", um dos maiores impérios de comunicação do país - foi um deles.
     Nascido em Campinas (SP) em 18 de agosto de 1862, neto do capitão Monteiro, um português que chegou ao Brasil com a corte de dom João VI, Júlio César Ferreira Mesquita foi um nobre de alma e inteligência desde a mais tenra idade. Descobri maravilhas sobre esse cidadão das letras ao pesquizar sua vida e me impressionou bastante o relato que, ainda na escola primária - olhem que generosidade! - reuniu os colegas tão ricos como ele para comprar sapatos para um outro (pobre) que ia com a mesma bota furada todos os dias. Abolicionista, republicano - a nação que hoje somos devemos também a ele - Mesquita estudou Direito no Largo de São Francisco, na capital paulista, e não foram poucas as vezes que invadiu fazendas para libertar escravos. Formou-se em 1883 e logo abriu um escritório, mesmo não sentindo-se atraído pela profissão. O destino, misterioso e surpreendente, tinha planos para aquele homem, o qual havia nascido para escrever e não advogar; não demorou muito e ele foi convidado para redigir artigos mensais na Gazeta de Campinas, trabalho pelo qual se sentiu imediatamente fascinado, abraçando com extrema devoção o mundo das letras. Decidido a se tornar um operário da cultura, transferiu-se juntamente com Lúcia de Cerqueira Cesar, sua esposa, para a capital. Foi aí, então, que em 1885 começou a escrever artigos para A Província de São Paulo e no ano seguinte - nada como um dia após o outro com o talento (de poucos) no meio - já era redator político, indiferente às críticas negativas dos "colegas" de profissão, tão invejosos como medíocres do alto de seus pedestais de "experientes". Em 1888 se tornou sócio do jornal e dois anos depois mudou o nome (definitivamente) para O Estado de São Paulo. Com o sucesso, Mesquita se elegeu (o mais votado) vereador em Campinas pelo Partido Republicano, enquanto nas páginas do jornal decidiu se manter anônimo escrevendo sem assinar em várias seções. Justificava essa decisão com a (uma dentre várias) célebre frase: "não quero confundir o leitor. Minha opinião é minha opinião (teria sido ele o patrono dos atuais colunistas?), a do jornal é outra coisa". Não demorou muito e suas crônicas excelentes publicadas n'O Estado foram reunidas num livro. Elegantemente recusou a homenagem dizendo que elas (as crônicas) saíram sem sua assinatura e, portanto, pertenciam ao jornal, não a ele. Logo a seguir mandou recolher todos os exemplares do livro que estavam nas bancas. Doente, em 1887, foi morar na Europa, mas enviava regularmente seus artigos de Lisboa.
     Outra frase de Júlio Mesquita, a qual poderia muito bem ser aplicada hoje em dia: " Temos que reconhecer que isso não é uma República, ou melhor, a República não é isso"... (?)... Por tal razão, extremamente decepcionado com o que estava acontecendo na política, juntou-se ao colega Ruy Barbosa e deflagrou nas páginas d'O Estado (já pensou se houvesse a rapidez da internet naqueles idos?) uma campanha contra o governo do Marechal Deodoro, nosso primeiro presidente. Morreu aos 65 anos, em 15 de março de 1927, deixando, como último artigo, um elogio a criação do Partido Democrático. Seus herdeiros, Francisco e Júlio de Mesquita Filho, assumiram a direção de O Estado de São Paulo.
     Dizer o que deste grande homem, visionário e realizador, que soube - incansávelmente, dia após dia - tirar leite das pedras com muito sacrifício, obstinação e "nadando contra a corrente" daqueles que torciam para que ele não desse certo? Deus é justo, não deu talento à toa a ninguém, e respondeu à altura com a vitória de dr. Júlio como um dos mais letrados do país. Sua biografia é uma verdadeiro alerta, um incentivo para tantas pessoas que estão na profissão errada. O estudo é extremamente necessário, mas precisamos - antes de desejar (a qualquer custo) o diploma - saber se estamos aptos para ele, se estamos fazendo a escolha certa, se somos capacitados para tal profissão. O (verdadeiro) talento para escrever, o dom de saber usar (e juntar) as palavras vem de berço. A escola nos aprimora, dá as técnicas para que sejamos capazes de desempenhar um bom papel no teatro (real e fictício) das letras. Feliz é quem sabe "unir o útil ao agradável". (Se é que me entendem!)...
     Au-revoir para todos que me criticam ou aplaudem. Na próxima quinta-feira, se Deus quizer, aqui estarei. Eu aqui e vocês daí. C'est la vie!

                                                                                                                                                                           SANFERR, 01.09.2011

a ESFINGE:
     "Sou um livre pensador, sempre o fui e espero morrer assim".

                     JÚLIO CÉSAR FERREIRA MESQUITA (1862-1927) advogado, intelectual e fundador do jornal O Estado de São Paulo.

de SANFERRPRESS para todos os leitores e colaboradores (patrocínios e doações):

     Reitero meus sinceros agradecimentos ao apoio que todos vocês vem dando ao meu trabalho de uma forma tão gentil, carinhosa, principalmente por SMS, e-mails e telefonemas. Sem vocês a coluna SANFERRPRESS hoje não teria a repercussão que está tendo dentro e fora do Brasil, nas comunidades brasileiras. Obrigado!
     Só que, mais uma vez, eu peço - num apelo direcionado àqueles que, corajosamente, publicam seus comentários semanalmente - que abstenham-se de fazer referências à minha pessoa, pois sinto-me constrangido, encabulado. Sei que gostam dos meus artigos e fico feliz ao receber suas mensagens de congratulações por meio privado. Mas, por favor, meus amigos, nos comentários públicos, escrevam apenas sobre as personalidades que tenho a honra e o prazer de homenagear.
     Um forte abraço deste amigo que também os ama e admira. Deus proteja à todos.

                                                                                                                                                                                SANFERR, 01.09.2011


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13 comentários:

  1. SANFERRPRESS - uma aula à cada semana de excelente colunismo feito por um autodidata que está mostrando ao que veio com extrema competência e talento nato. Muitos diplomados deveriam se espelhar nesse exemplo e provar com "o preto no branco" se o seu diploma tem valor, foi merecido ou não. As redações estão cheias desses exemplos, é só abrir os jornais e conferir o que estou dizendo. Aqui mesmo na Faculdade, todos já sabem que faço Direito, inúmeros professores, muitos deles com livros publicados, ficaram surprezos quando eu falei sobre esse blog, leram os artigos e souberam que Sanferr não passou pelo crivo da Faculdade de Comunicação. Um deles, outro dia, chegou a comentar na sala de aula: "esse cara tá dando a prova que o STF estava certo quando decidiu pela não obrigatoriedade do diploma de Jornalismo". Preciso dizer mais alguma coisa? Bahia, acorde. O Brasil e o mundo já acordou fáz tempo e vamos perder esse talento para outras praças brevemente. Mas, dizem que santo de casa não fáz milagre, né? Antonio, estudante de Direito.

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  2. Os bons jornalistas não morrem mesmo, pois seus escritos ficam para sempre. Gostei do título, pois tudo na vida começa com uma boa redação. A escrita é o fundamento de tudo, desde a mais antiga civilização. Eu mesmo adoro ler. Se duvidar, até receita médica com todos aqueles garranchos. Marcela, Manaus.

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  3. Talvez muita gente estranhe SANFERR está falando sobre personalidades que já não estão mais conosco, mas querem coisa mais atual do que um homem que foi advogado por determinação dos padrões sociais daquela época, mas o que queria mesmo era escrever? FABRICIO, Portugal.

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  4. Não sei quem foi esse cara, não sou paulista pra ler esse jornal, então não posso falar nada sobre quem não conheço. Mas se Sanferr colocou hj o brother aqui é porque ele merece. Sanferr sabe o que fáz. Valeu. "A", da ilha de Itaparica.

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  5. Ainda não li o artigo de hj, passei apenas os olhos e gostei do pensamento da semana. KK, Ilhéus.

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  6. Sanferr não escreve somente o meio artístico. Ele vai buscar lá no fundo do baú personalidades que foram marcantes e que estão hj em dia esquecidas. Julio Mesquita foi um grande comunicador e temos orgulho dele. Rogério, de São Paulo.

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  7. Eu e SANFERR conversamos bastante. Ele tá mais do que certo ao pedir a todos nós, leitores, que falemos nos comentários somente sobre as personalidades retratadas no dia. O difícil vai ser a gente conseguir restringir nossos elogios a um cara legal, talentoso, somente aos emails, sms, telefonemas. Toninho, SP.

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  8. Eu discordo do pedido de SANFERRPRESS. Não tem como separar a excelência dos artigos que são publicados a cada semana do autor, no caso, ele. O autor é dono de sua obra e sua obra é vinculada a quem a criou, entendem? A internet, mundialmente falando, está acessível a quem quizer criar, qualquer um, sites e blogs. Mas raros com o conteúdo, a qualidade e a consistência literária de um texto nota 10 como as crônicas sobre as mais diversas personalidades em todos os segmentos da socieddae. Sanferr ESTÁ PRONTO. Só não vê quem não quer. É uma superação a cada semana. Além de tudo, ele tem estilo, personalidade. No artigo da semana passada, por exemplo, assumiu publicamente que não votou no governo que está dirigindo os rumos aí do nosso querido Brasil. Mas, humildemente, soube também admitir que, mesmo reconhecendo o trabalho dos políticos de oposição, sabe dar crédito e o devido valor ao competente governo Dilma Rousseff. Quem faria isso? De público? Ele tem leitores em todas as esferas do governo, no exterior, pessoas que podem se chatear com isso. Sanferr é sabidamente autodidata, um exemplo de talento nato, à prova de quem quer que ele prove o que não precisa mais ser provado. Sanferr não gosta, acha deselegante, constrangedor, mas a verdade é que precisamos dizer, sim, o quanto ele é um bom cronista, sem ter passado pela Faculdade de Jornalismo. Ele é uma das melhores coisas que já surgiu na internet nos últimos tempos. Eu respeito a simplicidade, a modéstia dele, mas nós, leitores, aqui de fora e aí do Brasil, não temos como esconder o óbvio: ele garante as calças naquilo que se propõe a fazer. Quem gosta de criticar, faça como ele: lancem um site, um blog e provem que são bons. Não apenas de língua. Mas de competência, talento. AURORA, Nice (FRance).

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  9. Já li o artigo de hj, alguns colegas também e vou recomendar, especialmente este, a algumas pessoas que teimam em desmerecer o autodidatismo de quem tem, realmente, valor. Dr. Mesquita era advogado. Mas foi um mestre na arte de escrever. E bem. Solange, da redação.

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  10. Ser ou não ser, eis a questão. E daí se tem pessoas que não são jornalistas formados, mas dão uma verdadeira aula, um show, escrevendo? Um beijão, Cornostibia.

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  11. Júlio Mesquita foi um dos ícones da comunicação brasileira juntamente com todos esses nomes, e outros mais, que SANFERR relacionou no artigo de hoje. Merecida homenagem, já que, aqui na internet, vai ficar para a eternidade. Não é como no jornal impresso que amanhã estará enrolando peixe. Francisco, editor-chefe.

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  12. Uma grata satisfação a de hoje ao acessar um dos blogs mais inteligentes do país e sabermos que as grandes personalidades deste país de memória curta não morrem jamais para pessoas sensíveis como Sanferr que sabem dar valor ao que é bom. Lya, Rio de Janeiro.

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  13. O artigo, como sempre, é bom, adequado ao atual momento, onde todos discutem a capacidade intelectual das pessoas, principalmente quem é autodidata, quem não precisou do diploma superior para se sair bem numa profissão como o Jornalismo. Junior.

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